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30 de novembro de 2021
A Vertigem das Listas: Dez Separações Dramáticas

Lulu: Passei os últimos tempos assistindo documentários sobre desastres naturais e depois de vários capítulos sobre super terremotos causados pela placas tectônicas, o tema do vertigem desse mês é totalmente bizarro e a Ísis vai me matar, mas tudo bem! Apresento-lhes assim… Dez Separações Dramáticas (e Traumáticas)!
Prometo não ser completamente óbvia com as minhas escolhas. Vamos ver o que achamos no baú de pensamentos desencontrados da Coruja… Ah, sim, e antes que eu me esqueça, alerta para spoilers a seguir (afinal, algumas das separações aconteceram no final de suas respectivas histórias…)
10 de agosto de 2021
Mas que Pombas, Pullman! (Ou minhas reações ao ler "A Comunidade Secreta")

Sem imaginação? Tentando viver sem imaginação? Nunca antes ela pensara no que podia ser sua imaginação. Se tivesse pensado, talvez sentisse que aquele aspecto de si mesma residia mais em Pan, porque ela era prática, direta, realista... Mas como sabia disso? Outras pessoas pareciam considerá-la assim, ou pelo menos a tratavam como se ela tivesse essas qualidades.
Fronteiras do Universo foi uma das histórias que definiu minha adolescência e cresceu comigo - um daqueles livros que faz parte da sua formação, da sua própria estrutura e maneira de pensar. É uma fantasia maravilhosa, mas também uma obra sobre questionar e até quebrar dogmas. Foi com ela que aprendi o significado de ‘iconoclasta’.
1 de julho de 2020
O Resumo da Ópera - O Ano Já Pode Acabar?

O primeiro semestre acabou e isso significa que é hora de fazer o balanço de meio do ano - ou o resumo da ópera do que andei lendo por esses meses. A despeito da quarentena - ou talvez por causa dela - até consegui dar uma boa baixada na lista de livros não lidos que estavam à espera na estante, incluindo alguns que estavam há mais de quatro anos esperando… Enfim, nesse apanhado do que andei lendo tem de tudo um pouco: clássicos, romance, policial, não ficção…
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17 de outubro de 2019
Dez Anos em Dez Ensaios - Um Anjo, uma Serpente e um Plano Infalível... digo, Inefável

Inefável. adj. 1. Que não se pode exprimir por palavras por ser naturalmente complexo, intenso ou belo; indescritível. 2. Que provoca grande prazer ou contentamento; inebriante. 3. Designação de Deus. Perfeição e beleza que não pertencem ao plano terreno, mas sim celestial.
Se eu tivesse de pegar um único livro para levar para uma ilha deserta, ele seria Belas Maldições. É uma escolha um pouco mais fácil do que simplesmente dizer “esse é meu livro favorito”, porque tenho preferidos em diferentes gêneros, e não há tanto como compará-los. Mas esse título junta dois dos meus escritores favoritos e é um baú do tesouro de personagens, diferentes linhas narrativas, interpretações e possibilidades imaginativas de continuação.
27 de setembro de 2019
O Diário de Nisha: uma história de silêncios e identidade

Papai diz que está todo mundo matando todo mundo agora, hindus, muçulmanos, sikhs. Todo mundo tem culpa. Ele diz que quando as pessoas são separadas em grupos, elas começam a acreditar que um grupo é melhor que o outro. Penso nos livros de medicina do papai e em como todos temos o mesmo sangue, órgãos e ossos dentro do corpo, qualquer que seja a religião de cada um.
A primeira coisa que me chamou a atenção quando O Diário de Nisha foi lançado foi o projeto gráfico. Se tem uma coisa que a Darkside sabe fazer muito bem, é trabalhar a apresentação de seus títulos, na melhor acepção da velha premissa de comprar um livro pela capa: a beleza aliada a excelente conteúdo. No caso, o que me pescou primeiro foi a lombada desenhada, com a impressão do fecho do diário, e então li a sinopse e estava (para continuar nas metáforas de pescaria) fisgada.
23 de julho de 2019
Os Quatro Amores

A afeição, como já disse, é o amor mais humilde, pois não procura impressionar. [...] Vive com coisas humildes e despojadas: pantufas e roupas velhas, piadas antigas, o batuque do rabo do cachorro dormindo no chão da cozinha, o som de uma máquina de costura, uma boneca esquecida no gramado. [...] Quando seu amigo se torna um velho amigo, todas as coisas sobre ele, que originalmente nada tinham a ver com a amizade, tornam-se familiares, e uma familiaridade querida.
Comecei a me interessar por esse livro após ler biografias de Tolkien e Lewis e ver várias referências a Os Quatro Amores - especialmente ao capítulo sobre amizade. Deixei-o na lista de desejados por um tempo, até que aproveitei uma promoção no começo do ano para comprar a bela edição em capa dura da Thomas Nelson (por sinal, eles estão relançando toda a obra de apologética do Lewis nesse projeto gráfico). O livro estava a caminho lá de casa quando viajei para Minas, para participar do VII Encontro Nacional da JASBRA e, numa das palestras, lá estava ele de novo, dessa vez com referências a Austen. Foram tantas aparições do bendito num curto espaço de tempo que foi só tirá-lo da caixa para começar a ler - e ler ‘em dupla’, num combinado com uma amiga, cada capítulo dando vez ao debate.
30 de dezembro de 2018
360º: Uma Jornada Muito Esperada || Parte IV - É uma Casa Portuguesa, com Certeza

Chegamos, finalmente, na última parte desse diário de viagem, dessa vez com Portugal. Para ser sincera, Portugal não estava realmente nos meus planos, mas, pesquisando as passagens, descobri que fazer o stopover que a TAP oferecia saía mais barato que o voo direto de Londres para Recife - mesmo considerando os gastos com hospedagem. Em sendo assim, porque não passar mais dois dias em Lisboa?
4 de junho de 2018
O Paraíso Perdido: Uma Adaptação em Quadrinhos

Meu primeiro contato com John Milton foi adolescente, através das epígrafes que abriam cada capítulo de A Luneta Âmbar. É engraçado; não acho que a ideia de religião - especialmente o cristianismo com que eu tinha crescido (família religiosa, escolas de freiras até quase meu último ano...) - tivesse entrado na minha cabeça como uma ferramenta disponível, possível de fazer ficção. Talvez por isso, a obra de Pullman tenha me fascinado tanto - pela qualidade da escrita, pela forma de escrever fantasia (e ele foi um dos meus primeiros autores de ficção fantástica madura, para além do faz-de-conta infantil) e pela contínua quebra de dogmas.
29 de maio de 2018
Por Nárnia! || Parte V: Problemático e Inspirador (ou conclusões narnianas)

Eu não era exatamente uma criança - supostamente, o público alvo da obra - na época em que li As Crônicas de Nárnia pela primeira vez. Mesmo assim, a história teve um profundo apelo emocional para mim. Tinha recém-entrado na faculdade, era a caçula nas minhas duas turmas (porque eu estava fazendo dois cursos pesados ao mesmo tempo), e tinha certeza de que abocanhara mais do que conseguia mastigar. Nárnia respondia à minha necessidade de histórias, de fantasia, de conforto e de esperança.
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21 de maio de 2018
Por Nárnia! || Parte IV: Começo e Fim

Eis então que chegamos ao começo… e também ao final de nossa saga. Porque, embora cronologicamente O Sobrinho do Mago seja a primeira das crônicas narnianas, foi o penúltimo livro a ser publicado e isso faz diferença na hora de lê-lo; trata-se de uma história que entrega respostas, que explica mistérios e, embora isso seja importante para a compreensão da mecânica do mundo criado por Lewis, também resulta numa certa perda da magia da primeira descoberta, tal como ocorre em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa.
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17 de maio de 2018
O Mundo Assombrado pelos Demônios: A Ciência Vista como uma Vela no Escuro

“- O que você realmente acha?
Respondo:
- Acabei de lhe dizer o que realmente acho.
- Sim, mas qual é a sua opinião visceral?
Mas eu tento não pensar com as minhas vísceras. Se levo a sério minha tentativa de compreender o mundo, pensar com algum órgão que não seja o meu cérebro, por mais tentador que possa ser, provavelmente complicará a minha vida. Na verdade, é correto guardar a opinião para quando houver evidências.”
Em agosto de 2015, o Clube do Livro de Bolso se reuniu para debater Contato, do Carl Sagan. Em quase dez anos mediando o clube, acho que nunca houve um encontro tão… sui generis. Como o clube tem uma política de ‘porta aberta’, qualquer um pode sentar e participar, mesmo que esteja só passando pelo espaço e veja um bocado de gente reunida. Foi isso que aconteceu nesse dia: o debate era no auditório de uma livraria, dois senhores que estavam por lá acabaram entrando acho que só por ter lugar para sentar e de repente, não mais que de repente, eles começaram a compartilhar suas experiências com extraterrestres. Eles não se conheciam, tinham entrado ali cada um por acaso e, creio que pegando a discussão pelo meio, acharam talvez que éramos um grupo de apoio para raptados por OVNI’s.
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15 de maio de 2018
Por Nárnia! || Parte III: Reis e Rainhas de Nárnia

Ao final de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, os irmãos Pevensie - que cresceram e passaram anos como reis e rainhas - retornam para casa, para o mundo mundano; mas retornam do ponto em que começaram a jornada, como crianças, ainda que com memórias de uma outra vida inteira passada. Um ano mais tarde, esperando na estação de trem para seguirem para o colégio em que estudam, são repentinamente chamados de volta para Nárnia. E, para seu choque, descobrem que mais de mil anos se passaram desde que sentaram nos tronos de Cair Paravel.
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9 de maio de 2018
Por Nárnia! || Parte II: Através do Guarda-Roupa, de Desertos de Neve e Areia

O primeiro ponto a se discutir quando começamos a leitura de As Crônicas de Nárnia é a ordem pela qual se fará a leitura. De princípio, verdade seja dita, seguir uma ordem fixa é algo desnecessário, porque os sete livros que formam a saga são aventuras independentes, capazes de fazer sentido por si só. Contudo, considerando referências feitas ao longo das histórias e o impacto de certas cenas, por onde você começa pode fazer muita diferença.
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1 de abril de 2018
O Golem e o Gênio: uma fábula sobre liberdade, solidão e amizade

Esse título primeiro me chamou a atenção quando foi indicado, em 2013, para o Goodreads Choice Awards. Quando foi publicado cá no Brasil, pela Darkside, o projeto gráfico fez com que eu me enamorasse ainda mais dele. Comprei ele quase que logo depois do lançamento e, em vez de começar imediatamente, no embalo de opiniões empolgadas de muita gente que eu conhecia e tinha lido… deixei-o na estante, quieto. Até cheguei a começá-lo, mas não fui além do primeiro capítulo, em meio a cansaço e uma ressaca literária violenta.A princípio, percebera apenas que se tratava de uma mulher de aspecto respeitável, que saíra sozinha na calada da noite. Era uma situação estranha, ainda que pudesse haver uma explicação. Mas ela não usava chapéu ou capa, apenas saia e blusa. E por que o observava, acompanhando cada movimento seu? Teria algum tipo de problema psicológico, ou estaria apenas perdida?
Ele chegou ao centro do cruzamento e olhou novamente para a Golem, indeciso, até perceber que ela não era humana, mas um pedaço de terra animado.
Ele ficou paralisado. O que ela seria?
Agora, ele também a olhava fixamente. Com hesitação, começou a caminhar sobre o gramado. Quando estava a poucos metros dela, a Golem enrijeceu e fez menção de se retirar. Imediatamente, ele parou. O ar em torno dela tinha um hálito de bruma e o odor de algo triste e fértil.
“O que você é?”, ele perguntou.
16 de março de 2018
Projeto Arda: O Mundo Começa com uma Canção

No início, era o vazio. Eru, o único, conhecido também como Ilúvatar, criou primeiro os Ainur, chamados ‘os Sagrados’. Existindo os Ainur, Eru lhes apresentou a Canção: três temas musicais a partir dos quais o Universo, e tudo o que nele existe, foi concebido.
O primeiro mote era uma sinfonia vibrante e repleta de transições; a música e seu eco “saíram para o Vazio e este não estava mais vazio”. Uma dissonância, porém, cortou-a: Melkor, que dos Ainur era aquele a quem fora concedido maiores dons de poder e conhecimento, entremeou à harmonia sua própria improvisação, de tal forma que não foi possível continuar.
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Tolkien
28 de dezembro de 2017
La Belle Sauvage: Enchentes, Contos de Fadas e Épicas Jornadas na volta ao mundo de Fronteiras do Universo

Não sei exatamente quando foi que li a série Fronteiras do Universo pela primeira vez, mas lembro de folhear o livro no portão, enquanto esperava a condução escolar, então isso foi ainda na década de 90. Sei que devorei os três volumes compulsivamente e tão logo terminei, queria recomeçar. Por causa de Pullman, aventurei-me a ler O Paraíso Perdido, o poema épico de Milton sobre a Queda de Lúcifer, Adão e Eva; e até me aventurei a escrever meus próprios enredos emprestando contos da mitologia judaico-cristã. Lyra e Will, a guerra pessoal de Lorde Asriel contra a Igreja e o Magisterium, a figura sedutora e manipuladora de Mrs. Coulter - tudo isso me fascinava. Ao terminar A Luneta Âmbar, eu não sabia explicar como Pullman conseguira me deixar de coração completamente partido e, ao mesmo tempo, tão satisfeita com a história.Mas o tempo não estava ajudando: a enchente consumia tudo, e a confusão era generalizada. Além disso, lorde Nugent logo se viu questionando se aquele dilúvio era inteiramente natural. Ele e seus companheiros gípcios achavam que a inundação tinha uma fonte mais estranha que o clima, pois começara a gerar ilusões e se comportar de maneira inesperada. A certo ponto, eles perderam de vista absolutamente toda a terra; era como se estivessem no oceano. Em outro ponto, Nugent teve certeza de ter visto um animal parecido com um crocodilo, ao menos tão comprido quanto o barco, a segui-los como uma sombra, sem nunca se revelar inteiramente. Certa noite, também viu luzes misteriosas se movendo abaixo da superfície, e escutou uma orquestra tocando de uma maneira que nenhum deles jamais tinha ouvido.
5 de outubro de 2017
O Livro do Juízo Final: Viagens no Tempo, Empatia e Religião

- "Deus enviou o Seu filho único ao mundo."
Deus nunca teria feito isso se soubesse o que aconteceria, pensou Dunworthy. Herodes e o Massacre dos Inocentes e o Getsêmani.
- Leia para mim alguma passagem de são Mateus - pediu ele. - Capítulo 26, versículo 39.
A sra. Gaddson parou, pareceu irritada, mas folheou as páginas até o Evangelho de Mateus.
- "E, indo um pouco adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: 'Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice'".
Deus não fazia ideia de onde estava seu filho, pensou Dunworthy. Ele enviara seu único filho para o mundo, mas alguma coisa tinha dado errado com o fix, e alguém desligara a rede, de modo que Ele não pôde mais alcançá-lo, e então as pessoas prenderam o filho, puseram uma coroa de espinhos em sua cabeça e o pregaram numa cruz.
- Capítulo 27 - disse ele. - Versículo 46.
Ela contraiu os lábios e virou a página.
- Eu realmente não acho que estes sejam trechos da Escritura apropriados para...
- Leia - interrompeu ele.
- "Por volta da hora nona, Jesus deu um grande grito: 'Eli, Eli lamá sabachtáni?', isto é: 'Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?'".
Kivrin não faria nenhuma ideia do que podia ter acontecido. Pensaria que havia escolhido o local errado, ou o dia errado, que tinha perdido a noção do tempo de algum modo, que alguma coisa dera errado com o salto. Pensaria que tinha sido abandonada.
O que você faria se pudesse estudar História viajando pela História? É isso que acontece no futuro não-tão-distante de 2054, no Departamento de História de Oxford, cenário que abre O Livro do Juízo Final e que eu estava extremamente ansiosa para ler desde que tive o prazer de descobrir Connie Willis, em duas antologias de contos, no ano passado. Se bem que muito antes disso, meu amigo Enrique já tinha feito a indicação de To Say Nothing of the Dog, que se passa no mesmo universo, de forma que preciso dedicar o texto de hoje a ele. Sério, Enrique, muito obrigada por ter me apresentado à Willis.
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16 de maio de 2017
A Jornada do Herói - Parte III: O Caminho das Provas

Tendo atravessado o limiar, o herói se vê num mundo completamente diferente do seu, um mundo em que ele deverá passar por testes e provações para demonstrar seu valor. Esse estágio da jornada, que costuma ser o momento em que se constrói tensão dentro da narrativa e se desenvolve o caráter do herói, é chamado por Campbell de o caminho das provas. Os doze trabalhos de Hércules ou ainda a história de Psique, descendo ao Mundo Inferior sob as ordens de Afrodite para ter oportunidade de reencontrar Eros ao fim de suas tribulações, são bons exemplos dessa etapa.
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9 de maio de 2017
A Jornada do Herói - Parte II: O Chamado da Aventura

A jornada do herói pensada por Joseph Campbell é, reduzida a sua essência, um ciclo em três partes, sendo a primeira delas a separação ou partida. Nessa fase da narrativa somos apresentados ao herói, que vive uma existência mundana, comum, até receber o chamado da aventura - o estágio introdutório do monomito.
Frequentemente, um arauto anuncia a aventura. Essa é a figura que empurra o herói a avançar na história: ele não é necessariamente um personagem, podendo ser apenas um acontecimento, um marco que dá o impulso inicial para o que acontecerá a seguir. A figura do arauto também pode se confundir com a do mentor e do vilão - facetas arquetípicas possíveis num mesmo personagem, sobre os quais falaremos em outra parte desse especial.“Pequeno ou grande, e pouco importando o estágio ou grau da vida, o chamado sempre descerra as cortinas de um mistério de transfiguração - um ritual ou momento de passagem espiritual que, quando completo, equivale a uma morte seguida de um nascimento. O horizonte familiar da vida foi ultrapassado; os velhos conceitos, ideais e padrões emocionais, já não são adequados; está próximo o momento de passagem para um limiar.”
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4 de maio de 2017
A Jornada do Herói - Parte I: Mito, Sonhos e Estruturas Narrativas

O Coruja está hoje completando oito anos de existência e é claro que a data não poderia passar em branco: é tempo de um novo especial-quase-monografia e o tema deste ano é um que me é muito caro e sobre o qual há tempos eu queria escrever: a Jornada do Herói, ou monomito, a sopa primeira que experimentamos do caldeirão de histórias. Acredito que todo mundo que goste de fantasia seja razoavelmente familiar com os conceitos que vamos trabalhar por aqui, mas de toda maneira, comecemos pelo começo.
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