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14 de novembro de 2022

Toil & Trouble: uma história do Oculto pela ótica feminina


E assim, chegamos à ideia de bruxaria e ocultismo como ativismo, como rebelião. Após tudo o que vimos, o título de bruxa, com todas as suas conotações complicadas, foi reivindicado com entusiasmo.

Estiquei o olho para Toil and Trouble tão logo me dei conta de que se tratava de uma obra das mesmas autoras de Monster, She Wrote. Aqui, contudo, em vez de uma coletânea de breves biografias de escritoras pioneiras no horror/terror, Lisa Kröger e Melanie Anderson nos apresentam um apanhado histórico feminista do que chamamos, de forma genérica, de Oculto.


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9 de março de 2022

Circe: uma resposta a silenciamentos e violências


“Eu escuto sua respiração, morna no ar noturno, e de alguma forma isso me consola. Ele não está dizendo que não dói. Ele não está dizendo que não sentimos medo. Só que estamos aqui. É isso que significa nadar na maré, caminhar na terra e senti-la tocar seus pés. É isso que significa estar vivo.”

Quando estive em Londres em 2018, quase comprei esse livro na Waterstones. Havia uma mesa inteira com edições diferentes dele, além de informações sobre prêmios a que fora indicado ou que já vencera. Problema é que ainda nem chegara na última etapa da viagem e já estava me preocupando com a possibilidade de excesso de peso na bagagem… Mas, enfim, Circe foi um dos mais comentados livros no ano de seu lançamento, e não me surpreendeu muito que se anunciasse sua publicação em português rapidamente.


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19 de janeiro de 2021

Um Chapéu Cheio de Céu: A Alma e o Centro de Cada Um


Sempre enfrente o que você teme. Tenha apenas dinheiro suficiente, nunca em excesso, e um pouco de corda. Mesmo que não seja sua culpa, é sua responsabilidade. Bruxas lidam com as coisas. Nunca fique entre dois espelhos. Jamais cacareje. Faça o que deve fazer. Nunca minta, mas você nem sempre tem que ser honesta. Nunca faça desejos. Sobretudo, não faça desejos a uma estrela, o que é astronomicamente estúpido. Abra os olhos e, então, abra os olhos novamente.

Continuando minha tradição de começar o ano com Pratchett, comemorei a chegada de 2021 relendo Um Chapéu Cheio de Céu, segunda aventura de Tiffany Dolorida. Tinha várias vagas lembranças da história (que li pela primeira vez em 2011), mas há sempre algo mais a ser dito e visto em cada releitura que fazemos - além de observações sobre a tradução, visto que minha leitura anterior foi do original em inglês.


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1 de outubro de 2019

All Hallow’s Read - História da Bruxaria


A bruxaria transforma culpa em desgraça partindo de uma força abstrata e inescrutável para uma força identificável, punível e individualizada. Se Deus, ou o destino, causou alguma doença a alguém, não há meios para revidar; mas se a responsável for uma bruxa, poder-se-á rechaçá-la ou neutralizar-lhe o poder.

Do momento em que esse livro apareceu em pré-venda, a primeira coisa que me veio à cabeça foi ‘preciso dele para o All Hallow’s Read’. No momento em que li o sumário, contudo, e vi que o livro era dividido em duas partes, uma para o passado da bruxaria outro para bruxaria moderna, comecei a me sentir como os editores da Garamond no livro O Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco. A Garamond é uma editora que produz, de um lado, livros acadêmicos e, em outro selo, livros repletos de teorias conspiratórias acerca de ciências ocultas - do tipo, quanto mais insólito, tanto melhor.


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25 de maio de 2019

Dez Anos em Dez Ensaios - Who Run the Discworld? Girls!


Comecei a ler Pratchett pelo humor; continuei pelas protagonistas femininas. Já contei essa história aqui antes: eu tinha uns dezesseis para dezessete anos e me deparei com os primeiros volumes da série Discworld numa livraria perto do colégio. As capas e sinopses me chamaram a atenção e me abolotei por lá para ler no meu intervalo entre aulas - primeiro A Cor da Magia, depois, A Luz Fantástica. Embora tenham me feito rir, fosse só pelas desventuras de Rincewind e Duasflor, talvez eu tivesse ficado por aí e perdido o interesse... não fosse por Direitos Iguais, Rituais Iguais: Eskarina e a vovó Cera do Tempo são as responsáveis por me transformar numa devota seguidora de sir Terry Pratchett.


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8 de outubro de 2018

All Hallow’s Read: Elfos, Bruxas, Reis e Rainhas em mais uma história de Discworld


"- (...) Mesmo um caçador, um bom caçador, pode sentir pela presa. Isso é o que faz com que seja um bom caçador. Elfos não são assim. São cruéis por diversão, e não entendem coisas como misericórdia. Não entendem que algo além deles próprios possa ter sentimentos. Eles riem muito, especialmente se pegarem um humano solitário, um anão ou um troll. Trolls podem ser feitos de rocha, Majestade, mas estou dizendo a você que um troll é seu irmão em comparação com os elfos. Na cabeça, quero dizer.

- Mas por que eu não sei de nada disso?

-
Glamour. Elfos são bonitos. Eles têm, - ela cuspiu a palavra - estilo. Beleza. Graça. Isso é o que importa. Se os gatos parecessem rãs nós perceberíamos os bastardinhos desagradáveis e cruéis que são. Estilo. Isso é o que as pessoas lembram. Elas se lembram do glamour. Todo o resto, toda a verdade vira... contos de fadas da carochinha."

Não é preciso ir muito longe para perceber que Lordes e Damas é uma paródia de Sonho de uma Noite de Verão (com algumas pitadas de A Megera Domada e até Henrique V). Está tudo lá afinal: amores trocados, casamentos reais, travessuras, elfos e encantamentos; mas temperado com alguns detalhes picantes pelo meio, um sabá de bruxas e, claro, o humor bastante afiado de Pratchett.


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1 de outubro de 2017

Tradução – Irmã Bruxa


O ensaio a seguir foi traduzido da revista Faerie Magazine. A autora é Alice Hoffman, autora do livro Da Magia à Sedução, que deu origem ao filme homônimo com Sandra Bullock e Nicole Kidman que passava direto na Sessão da Tarde lá pela década de 90. Ia indicá-lo na minha próxima lista de links do Empilhando no Escaninho, mas achei que seria interessante traduzi-lo, aproveitando que estamos no começo do mês de Halloween – e do All Hallow’s Read.

Como de hábito, tenho de lembrar que não sou uma tradutora profissional, de forma que, se puderem ler em inglês, deem uma olhada no original.Ainda, sobre o assunto de bruxas como mulheres que se recusaram a seguir o caminho que a sociedade achava que elas deviam seguir, recomendo também ler o ensaio Porque Gandalf Nunca se Casou, do Terry Pratchett, e que já traduzi ano passado aqui.


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18 de agosto de 2017

Sobre cultivar vínculos e criar raízes

Nosso dragão não come as meninas que captura, não importam as histórias que contem fora do vale. Nós às vezes as ouvimos por conta dos viajantes que passam por aqui. Eles falam como se estivéssemos sacrificando um ser humano e ele fosse um dragão de verdade. Claro que não é assim: ele pode ser um mago imortal, mas continua sendo um homem, e nossos pais se uniriam e o matariam se a cada dez anos ele quisesse usar uma de nós como comida. Ele nos protege contra a Floresta, e somos gratos; mas não tanto assim.
Agnieszka vive numa pequena vila, às margens de uma Floresta sombria cuja sombra é sinônimo de corrupção e morte: ela devora passantes incautos, leva homens à loucura e despeja monstros sobre a população, de quimeras a estranhas árvores caminhantes. A única proteção do vale é um mago a quem chamam Dragão - e que por sua proteção cobra o tributo de uma jovem das vilas do vale a cada dez anos. O próximo tributo se aproxima e Agnieszka crê que sua melhor amiga, Kasia, será a escolhida. Exceto que, de forma completamente inesperada, é a própria Agnieszka que é levada para a torre do Dragão.


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5 de janeiro de 2017

Projeto Pratchett: The Shepherd’s Crown

A coroa de um pastor, não uma coroa real. Uma coroa para alguém que sabia de onde tinha vindo. Uma coroa para a luz solitária ziguezagueando pelo céu noturno, buscando uma única ovelha perdida. Uma coroa para a pastora que estava lá para afastar os predadores.
Relutei em começar a ler The Shepherd’s Crown, o derradeiro livro da série Discworld escrito por Pratchett, publicado postumamente. Não queria me despedir desse universo, não queria terminar e depois ter a consciência de que não haveria mais um. No entanto, essa era uma dor necessária e a última homenagem que eu poderia fazer às palavras finais de um homem e autor admirável, que me inspirou, emocionou e fez refletir ao longo de toda a última década.

Aviso de pronto que a partir daqui discutiremos spoilers. É difícil não entrar nos detalhes para falar tudo que se tem de dizer sobre esse livro, afinal.


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29 de outubro de 2016

A Vertigem das Listas: Dez Bruxos Famosos e Pavorosos


Lulu: Estamos quase às vésperas do fim do ano, já em ritmo acelerado para dar conta de tudo o que ainda há para fazer em 2016 - ou então botando o pé no freio para não ter um surto psicótico antes das boas festas…

Independente de qualquer coisa, o fato é que outubro é uma das minhas épocas favoritas do ano e claro que isso tem a ver com o fato de que… estamos no mês do Halloween!

Passei esse mês tagarelando sobre como gosto dessa época e sobre como devemos cometer canibalismo cultural e incorporar completamente a data ao calendário de festividades brasileiro, numa espécie de carnaval fora de época com mais histórias de terror e menos biquínis minúsculos. E, claro, óbvio e ululante que isso se traduziu no vertigem trazer esse mês uma lista de Dez Bruxos Famosos e Pavorosos - seja lá como vocês queiram interpretar esse título, e sem pensar em distinções antropológicas entre bruxos e magos!


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11 de outubro de 2016

#AllHallowsRead: Caldeirão, Vassoura e Chapéu Pontudo


Uma das comunidades de escritores de que participo no Facebook lançou um debate entre os participantes questionando qual a nossa percepção de bruxas, qual a referência que possuímos quando pensamos no tema. A primeira imagem que me veio à cabeça foi a da Vovó Cera do Tempo, Esme Weatherwax da série Discworld do Pratchett. A segunda foi a do relato feito em O Queijo e os Vermes, que é um livro fantástico sobre bruxaria em tempos de Idade Média e que nunca me canso de recomendar a leitura.


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1 de outubro de 2016

#AllHallowsRead: A Mais Maravilhosa Época do Ano (e não, não é o Natal)


Finalmente chegamos em outubro, ‘the most wonderful time of the year’ - e deve existir uma paródia dessa canção em algum lugar, porque, sério, Jack Skellington que me desculpe, mas o Halloween é um feriado ainda mais legal que o Natal (e é um fato comprovado que adoro Natal). Quem reclama e diz que tal data tem nada a ver com Brasil e é puro imperialismo americano esquece que (1) a véspera da noite de todos os santos é um feriado cristão e quer queiram, quer não, somos um país colonizado primariamente por católicos e (2) um dos mais importantes manifestos culturais do nosso país prega a antropofagia - porque não devorar e digerir um feriado que é em sua forma atual quase um segundo carnaval, uma noite que significa que todos os monstros, bruxos e fantasias estão à solta?


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6 de agosto de 2016

Para ler: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada

DUMBLEDORE: You ask me, of all people, how to protect a boy in terrible danger? We cannot protect the young from harm. Pain must and will come.

HARRY: So I’m supposed to stand and watch?

DUMBLEDORE: No. You’re supposed to teach him how to meet life.
Iniciando do exato momento que o epílogo de Harry Potter e as Relíquias da Morte nos mostra, Harry Potter and the Cursed Child nos apresenta um futuro em que Harry é um funcionário assoberbado do Ministério da Magia, enquanto seu filho, Albus, tem de lidar com o peso da fama e das expectativas advindas de ser filho de quem é.

Para tentar encontrar seu próprio lugar e valor, independente do pai, Albus toma algumas decisões bastante impulsivas e quase destrói seu próprio futuro, além de mudar toda a história da sociedade bruxa no processo. Entre desencontros e falta de comunicação, Harry e Albus terão de pôr suas diferenças de lado para lidar com o ressurgimento de um antigo inimigo.


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31 de maio de 2016

1 Ano, 365 Contos - Maio


Maio nem terminou de acabar e já estou sentindo falta dele… não se vá, minhas férias queridas… T.T

Enfim… maio foi um mês tranquilo para colocar as leituras em dia e consegui ler quatro livros completos só para esse projeto. Fantasia, ficção científica e folclore foram a base da maioria dos contos que desbravei ao longo das últimas semanas.


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26 de maio de 2016

Lumos - Parte IV: A Saga Que Não Morrerá


No ano que vem comemoramos vinte anos da publicação do primeiro volume de Harry Potter. Nas vésperas desse marco, novidades têm surgido constantemente: uma trilogia original nos cinemas, a peça de teatro em Londres e a publicação de seu roteiro em livro, bem como as informações extras que estão sempre surgindo no Pottermore, aprofundando nosso conhecimento do mundo bruxo.


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19 de maio de 2016

Lumos - Parte III: Estereótipos


Por mais que Harry Potter, em seu conjunto, seja um trabalho extremamente coerente - e ficção em sua melhor forma, daquelas que nos falam diretamente -, há algumas questões bem problemáticas que temos de enfrentar.

Estou falando, claro, de estereotipação.


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12 de maio de 2016

Lumos - Parte II: A Jornada dos Heróis


Por que Harry Potter fez e faz tanto sucesso? Há três bons motivos para isso: a criatividade com que Rowling ergue o mundo mágico, incorporando folclore e mitologia, nos dando, com isso, a ilusão de realidade; um enredo envolvente, e personagens não apenas carismáticos, mas com quem podemos nos identificar.

O Beco Diagonal, Hogwarts, Hogsmead, o Ministério da Magia, a casa dos Weasley, centauros e sereianos e aranhas gigantes, feitiços e poções, política e sociedade - a cada novo item que adicionamos à lista, a sopa vai ficando mais saborosa. Sem entrar na questão de Os Livros da Magia ou Crestomanci, a verdade é que muito do que aparece nas páginas de Rowling nos é de alguma forma familiar.


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5 de maio de 2016

Lumos - Parte I: O Resumo da Ópera


O Coruja está completando sete anos de existência, o que significa, por óbvio… que acabamos de nos formar em Hogwarts! Ok, não, eu não podia perder a piada (ridícula), vocês sabem que não tenho bom controle de impulsos…

Enfim, como todos os anos, o aniversário do blog é marcado por um especial. E, como vocês provavelmente já descobriram considerando o título desse post e minha piadinha cretina, o especial desse ano será sobre uma saga que praticamente definiu uma geração, um fenômeno cultural que talvez só se compare a Star Wars. Estou falando, claro, de Harry Potter.


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1 de outubro de 2015

Desafio Corujesco 2015: Um Autor de Quem Sempre Ouvi Falar, mas Nunca Li || Algo Sinistro Vem Por Aí e A Árvore do Halloween


"Para esses seres, o outono é a estação normal, o único clima que eles conhecem, sem nenhuma outra escolha. E de onde eles vêm? Da poeira. E para onde vão? Para a sepultura. Será que o sangue corre em suas veias? Não, o que corre é o vento noturno. [...] Eles vasculham a tempestade humana em busca de almas, comem a substância da razão, enchem as tumbas com pecadores. E eles avançam, rastejando como besouros, infiltrando-se, fazendo todas as luas ficarem sombrias e toldando todas as águas claras. A teia de aranha os percebe, treme e se rompe. Assim são as pessoas do outono."

Bradbury está faz muuuuuuuito tempo na minha lista – muita gente boa indica, entre amigos que compartilham muitos dos meus gostos literários a autores favoritos (sim, é o Gaiman). Por um motivo ou outro, ia adiando esse encontro e não tenho outra desculpa além do fato de que havia quase uma centena de livros na estante para ler antes.

Como ele não estava como prioridade para compras, terminou que só consertei minha falta quando Algo Sinistro Vem Por Aí e A Árvore do Halloween apareceram para troca. Considerando que outubro é o mês das bruxas, nada mais justo, portanto, que fale deles agora.

Comecei com Algo Sinistro Vem Por Aí porque lembro de ter lido, muito tempo atrás, uma citação dele sobre as ‘pessoas do outono’ – e essas palavras fizeram algo ressoar em mim, permanecendo na minha memória mesmo sem entender o contexto delas.


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31 de outubro de 2014

Para ler: Minha Madrinha Bruxa


Pra começo de conversa... FELIZ DIA DAS BRUXAS! Para marcar a data, decidi fazer uma resenha especial que tem tudo a ver com hoje...

Descobri Jill Thompson por causa de seu trabalho com o Gaiman em Sandman - que depois rendeu dois maravilhosos spin-offs de Pequenos Perpétuos. Por isso, quando bati o olho numa estante de livraria e vi seu nome, fui desenterrar o volume da pilha em que ele se encontrava e passei a hora seguinte me deliciando com as histórias de Minha Madrinha Bruxa.


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Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.

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