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31 de outubro de 2021
Conversas Sobre o Tempo #07 - Aquele em que cometemos ficção

A Troca
- Uau! Parece tão antigo!
- Não é? Nem dá para acreditar que foi comprado num desses bazares beneficentes, e mais barato que um lanche no aeroporto. Parece uma daquelas peças de antiquário, né? Enfim, assim que eu bati o olho, me lembrei de você.
Penélope passou os dedos delicadamente pelas bordas da xícara de porcelana. Os detalhes pintados ao longo da superfície eram de uma delicadeza ímpar. Seria fácil acreditar que se tratava de uma peça autêntica, uma daquelas peças de museu, pintada a mão em tempos remotos, únicas no mundo.
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Quem Conta um Conto
14 de outubro de 2021
Mais Mortais que os Homens: Obras-primas do terror de grandes escritoras do século XIX

- E o que é isto, Paul? – perguntou Evelyn, abrindo uma caixinha de ouro manchada, examinando o conteúdo com curiosidade.
– Sementes de uma desconhecida planta do Egito – respondeu Forsyth, com uma súbita expressão nublada em seu rosto escuro, ao ver os três grãos escarlates na palma da mão alva levantada na sua direção.
– Onde as conseguiu? – perguntou a moça.
– Essa é uma história estranha, que só vai assombrá-la se eu lhe contar – disse Forsyth, com uma expressão distraída que mais atiçou a curiosidade da jovem.
– Por favor, conte-me, gosto de histórias estranhas, e elas nunca me assombram. Ah, conte-me; suas histórias são sempre tão interessantes – ela exclamou, com um olhar tão persuasivo e irresistível, que seria impossível recusar seu pedido.
– Vai se arrepender disso, e eu também, provavelmente.
Às vezes é um título que te chama a atenção; em outras, a capa te captura o olhar, ou ainda, é a sinopse que te abre o apetite. Há muitas razões para tirar um livro da prateleira, dependendo até do humor do dia. Fato é que Mais Mortais que os Homens apertou todos os botões certos para me fisgar, incluindo aí a conveniência de lê-lo antes de outubro para fazer parte das minhas resenhas para o All Hallow’s Read.
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1 de outubro de 2019
All Hallow’s Read - História da Bruxaria

A bruxaria transforma culpa em desgraça partindo de uma força abstrata e inescrutável para uma força identificável, punível e individualizada. Se Deus, ou o destino, causou alguma doença a alguém, não há meios para revidar; mas se a responsável for uma bruxa, poder-se-á rechaçá-la ou neutralizar-lhe o poder.
Do momento em que esse livro apareceu em pré-venda, a primeira coisa que me veio à cabeça foi ‘preciso dele para o All Hallow’s Read’. No momento em que li o sumário, contudo, e vi que o livro era dividido em duas partes, uma para o passado da bruxaria outro para bruxaria moderna, comecei a me sentir como os editores da Garamond no livro O Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco. A Garamond é uma editora que produz, de um lado, livros acadêmicos e, em outro selo, livros repletos de teorias conspiratórias acerca de ciências ocultas - do tipo, quanto mais insólito, tanto melhor.
24 de outubro de 2018
All Hallow’s Read - Edgar Allan Poe como um personagem de Poe

Edgar Allan Poe teve uma vida quase tão movimentada e misteriosa quanto o enredo de suas obras. Os pais eram atores - o pai, David, era americano e a mãe, Eliza, inglesa. Os dois se casaram em 1806 e tiveram o primeiro filho, William, em 1807. Edgar nasceu em janeiro de 1809, numa época em que a família passava por dificuldades financeiras, causadas, sobretudo, pelo alcoolismo de David Poe, que os abandonou quando o escritor ainda era um bebê. Eliza estava mais uma vez grávida quando o marido desapareceu, e em dezembro de 1810 nasceu Rosalie Poe. Um ano depois, Eliza faleceu, de tuberculose.
31 de outubro de 2017
Tradução - Máquinas Assombradas
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Sam Weber, ilustração do artigo original |
Li Ghosts in the Machines pela primeira vez na coletânea de não ficção The View From the Cheap Seats, mas ele foi escrito originalmente para o New York Times em 2006 e foi também lido pelo próprio Gaiman numa apresentação em 2011 - aliás, deixei o vídeo ao final da tradução para que vocês possam se deleitar com a narração dele.
27 de outubro de 2017
A Vertigem das Listas: Dez Histórias para (re)visitar no Halloween

É meio hilariante que eu me empolgue tanto com o Halloween e passe o mês de outubro inteiro escrevendo sobre terror, romances góticos e outras variações quando sou, confessadamente e sem nenhuma vergonha, uma medrosa. Sinto mais facilidade em ler em vez de assistir filmes do gênero e prefiro algo um pouco mais sutil que vísceras espalhadas por aí e cabeças rodando no eixo do pescoço. Fujo de tudo que me cause pesadelos ou faça com que eu tenha vontade de ir procurar, sei lá, água sanitária para lavar meu cérebro.
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21 de outubro de 2017
All Hallow’s Read: Romance Gótico, Uma História

É difícil traçar as origens do Horror como gênero literário porque, sendo derivado de uma emoção primeva (talvez uma das primeiras que o Homem, saindo das Cavernas, sentiu), nossas histórias de terror têm suas raízes numa tradição oral, religiosa e folclórica. O desconhecido nos causa medo e, durante muito tempo, tudo o que nossos olhos alcançavam nos era desconhecido. Ou, como Lovecraft muito bem resume no ensaio Horror Sobrenatural em Literatura, “a mais antiga e poderosa emoção da humanidade é o medo, e o tipo de medo mais antigo e forte é o medo do desconhecido”. A mitologia nasceu da necessidade de explicar o mundo ao nosso redor e é óbvio que parte dessas explicações passam pelo ciclo da morte - gerando, muitas vezes, contos de espanto e repulsa. Afinal, quantos não são os heróis mitológicos que descem ao mundo dos mortos? E não são todas essas jornadas caminhos feitos no escuro, sob forte tensão, capazes de causar lágrimas, desespero e, claro, horror?
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16 de outubro de 2017
Desafio Corujesco 2017 - Uma História que Combine com o Halloween || Uma Estranha Família

Continuando meu desafio pessoal de ler tudo o que eu achar da bibliografia do Bradbury, peguei esse aqui da estante para aproveitar tanto o tema do mês no Desafio Corujesco quanto o All Hallow’s Read. Uma Estranha Família já estava esperando por aqui faz um tempinho, depois que o consegui numa troca pelo Skoob e foi uma leitura bem rápida e leve.Casa era um quebra-cabeças dentro de um enigma dentro de um mistério, pois ela abarcava silêncios, cada um deles diferente, e camas, cada uma de um tamanho diferente. algumas com tampas. Alguns tetos eram altos o suficiente para permitir vôos com descanso, e ali as sombras podiam se pendurar de ponta-cabeça. A sala de jantar abrigava treze cadeiras, todas elas com o número treze, para que ninguém se sentisse alijado da distinção que esse número implicava. Os candelabros lá em cima eram feitos a partir das lágrimas de almas atormentadas, perdidas no mar havia quinhentos anos de vindimas e estranhos e estranhos nomes nas garrafas guardadas lá dentro e cantinhos vazios para visitantes que não gostassem de camas ou dos poleiros nos tetos altos.
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1 de outubro de 2017
Tradução – Irmã Bruxa

O ensaio a seguir foi traduzido da revista Faerie Magazine. A autora é Alice Hoffman, autora do livro Da Magia à Sedução, que deu origem ao filme homônimo com Sandra Bullock e Nicole Kidman que passava direto na Sessão da Tarde lá pela década de 90. Ia indicá-lo na minha próxima lista de links do Empilhando no Escaninho, mas achei que seria interessante traduzi-lo, aproveitando que estamos no começo do mês de Halloween – e do All Hallow’s Read.
Como de hábito, tenho de lembrar que não sou uma tradutora profissional, de forma que, se puderem ler em inglês, deem uma olhada no original.Ainda, sobre o assunto de bruxas como mulheres que se recusaram a seguir o caminho que a sociedade achava que elas deviam seguir, recomendo também ler o ensaio Porque Gandalf Nunca se Casou, do Terry Pratchett, e que já traduzi ano passado aqui.
31 de outubro de 2016
#AllHallowsRead: A Danse Macabre de Neil Gaiman

Em um dos mais notáveis capítulos de O Livro do Cemitério, Ninguém Owens, mais conhecido como Nin, o protagonista da história, participa da dança entre vivos e mortos, num ritual tão antigo cujas origens se teriam perdido no tempo e do qual, ao final, os vivos não recordam e os mortos se negam a explicar. Embora Nin não saiba, a cena evoca não um ritual milenar, mas uma das mais emblemáticas alegorias da arte medieval, centrada na noção de universalidade da morte: a Danse Macabre.
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22 de outubro de 2016
#AllHallowsRead: Lovecraft, o Cavalheiro de Providence

Howard Phillips Lovecraft, o cavalheiro de Providence, é um dos mais importantes autores do gênero horror no século XX. Gente como Stephen King, Guillermo del Toro e Neil Gaiman são seus fãs confessos, tendo tomado seu estilo e suas ideias por inspiração. Contudo, Lovecraft só teve fama póstuma, sua vida uma sucessão de perdas e miséria. Seu pai foi internado num asilo psiquiátrico quando ele ainda era criança, após sofrer um surto psicótico, e de lá só saiu morto. Howard foi assim criado pela mãe, duas tias e o avô materno, que o encorajava a ler e escrever e o alimentava com uma dieta de contos góticos de sua própria autoria. Aos seis anos, era um garoto prodígio que já escrevia seus próprios poemas, além de ser um leitor voraz. Era também vítima de terrores noturnos, uma desordem do sono que serviu como combustível e inspiração para muitas das histórias que escrevia mais tarde.
19 de outubro de 2016
O Bode Leu: Christine
11 de outubro de 2016
#AllHallowsRead: Caldeirão, Vassoura e Chapéu Pontudo

Uma das comunidades de escritores de que participo no Facebook lançou um debate entre os participantes questionando qual a nossa percepção de bruxas, qual a referência que possuímos quando pensamos no tema. A primeira imagem que me veio à cabeça foi a da Vovó Cera do Tempo, Esme Weatherwax da série Discworld do Pratchett. A segunda foi a do relato feito em O Queijo e os Vermes, que é um livro fantástico sobre bruxaria em tempos de Idade Média e que nunca me canso de recomendar a leitura.
9 de outubro de 2016
O Bode na Cozinha: Pão de Abóbora
5 de outubro de 2016
#AllHallowsRead: Vamos falar de Bradbury

Um dos mais celebrados escritores do século XX, Ray Bradbury foi um autor extremamente prolífico, tendo trabalhado com diversos gêneros literários - só entre contos e noveletas, foram mais de 600 histórias, além de romances, peças de teatro, ensaios, poemas e roteiros adaptados. Suas obras mais conhecidas são a distopia Fahrenheit 451, bem como sua coletânea de contos de ficção científica As Crônicas Marcianas, e a fantasia Algo Sinistro Vem Por Aí.
1 de outubro de 2016
#AllHallowsRead: A Mais Maravilhosa Época do Ano (e não, não é o Natal)

Finalmente chegamos em outubro, ‘the most wonderful time of the year’ - e deve existir uma paródia dessa canção em algum lugar, porque, sério, Jack Skellington que me desculpe, mas o Halloween é um feriado ainda mais legal que o Natal (e é um fato comprovado que adoro Natal). Quem reclama e diz que tal data tem nada a ver com Brasil e é puro imperialismo americano esquece que (1) a véspera da noite de todos os santos é um feriado cristão e quer queiram, quer não, somos um país colonizado primariamente por católicos e (2) um dos mais importantes manifestos culturais do nosso país prega a antropofagia - porque não devorar e digerir um feriado que é em sua forma atual quase um segundo carnaval, uma noite que significa que todos os monstros, bruxos e fantasias estão à solta?
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