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29 de dezembro de 2022

O Fantasma de Cora: uma investigação de além-morte


A carruagem deixou a estação, e Francine pôde vislumbrar pela primeira vez o que era estar em uma cidade grande. A capital jamais se equipararia ao esplendor e sofisticação dos reinos continentais (ou pelo menos era o que Lady Bibi dizia), mas ainda assim era infinitas vezes mais desenvolvida que o ajuntamento de vilas, pastos e fazendas onde Francine crescera. Maravilhada, debruçou-se sobre a janelinha, incapaz de conter a empolgação.

Francine acaba de chegar a Portomar vinda do interior, armada de muitas expectativas para seu debute e do Livro de Etiqueta e Manual de Cortesia Continental para Ladies da Srta. Hartley. Não demora, contudo, para que suas fantasias com bailes, pretendentes e uma vida de liberdade inspirada na ‘carreira’ de sua tia, Lady Bibi Tulli, sejam arrastadas pela tragédia da morte de sua jovem e frágil prima, Coraline, em plena noite de núpcias - uma morte que não demora a se revelar como assassinato. Para completar, Francine passa a se ver literalmente assombrada pelo fantasma de Cora, e embarca numa investigação perigosa para desvendar o que realmente aconteceu.


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29 de agosto de 2022

Projeto Agatha Christie: Morte nas Nuvens


— Pura esperteza — retrucou Japp. — E quanto à tal zarabatana que ele apresentou hoje, quem pode afirmar que é a mesma que comprou há dois anos atrás? A coisa toda me parece suspeitíssima. Não acho muito saudável alguém andar sempre às voltas com histórias de crime e detetives, imaginando tudo quanto é espécie de caso. Acaba metendo idéias na cabeça.

— Não há dúvida que um escritor tem que ter idéias na cabeça — concordou Poirot.

Publicado em 1935, primeiro nos Estados Unidos com o título de Death in the Air e logo depois no Reino Unido com o título original, Morte nas Nuvens foi um dos romances de Christie que mais me surpreendeu dos últimos que li (uma impressão que ficará até começar o próximo e descobrir que o tapete sumiu sob meus pés).


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26 de julho de 2022

Projeto Agatha Christie: O Caso do Hotel Bertram


No coração do West End, há diversos lugares tranquilos, desconhecidos de quase todo mundo, à excção dos motoristas de táxi, que os atravessam com a habilidade de especialistas, chegando triunfantemente a Park Lane, Berkeley Square ou South Audley Street.

Se você se afastar de uma despretensiosa rua que sai do parque e virar à esquerda e depois à direita uma ou duas vezes, irá se encontrar numa rua tranquila, onde fica o Hotel Bertram, do lado direito. O Hotel Bertram está ali há muito tempo. Durante a guerra, algumas casas foram demolidas à direita e, um pouco adiante, à esquerda. Só o Bertram se manteve intocado.

Quando Miss Marple decide tirar umas férias em Londres, ela tem oportunidade de se hospedar no hotel Bertram, que visitara em sua juventude e lhe deixara uma forte impressão. Contudo, após um misterioso desaparecimento e um assassinato, ela descobrirá que a reputação do local não é tão imaculada quanto se poderia pensar.


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29 de junho de 2022

Projeto Agatha Christie: Morte na Mesopotâmia


"Ela era temperamental. Muitos altos e baixos. Querida com a gente num dia, e no outro não se dignava a nos dirigir a palavra."

Publicado originalmente em 1936, Morte na Mesopotâmia se passa como um manuscrito da enfermeira Amy Leatheran, em que ela reconta os fatos que a levaram a uma escavação arqueológica no Iraque, o crime em que se viu envolvida quando sua paciente é assassinada, e a investigação que se segue, capitaneada pelo detetive Hercule Poirot - que, convenientemente, andava viajando pelas redondezas, a caminho de embarcar no Expresso do Oriente.


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6 de abril de 2022

Projeto Agatha Christie: Por que não pediram a Evans?


Bobby seguiu caminhando devagar. Havia, ele sabia bem, um ponto por onde se podia descer com relativa facilidade. Os caddies faziam isso, lançando-se por sobre a borda e reaparecendo, triunfantes e ofegantes, com a bola perdida.

De súbito, Bobby enrijeceu o corpo e chamou seu companheiro.

– Doutor, venha ver uma coisa. O que pode ser aquilo?

Pouco mais de dez metros abaixo se via uma forma escura amontoada, parecendo uma pilha de roupas velhas.

O médico prendeu a respiração.

– Meu Deus... – ele disse. – Alguém caiu no penhasco. Precisamos chegar até lá.

Por que não pediram a Evans? foi publicado originalmente em 1934 no Reino Unido; no ano seguinte saiu nos Estados Unidos com o título alternativo A Pista do Bumerangue. É um romance aventuresco, e, embora não o considere um dos melhores mistérios criados por Agatha Christie, é certamente um dos mais divertidos, num espírito parecido com o de O Segredo de Chimneys.


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29 de março de 2022

Projeto Agatha Christie: Depois do Funeral


– Ainda assim, o segredo foi bem mantido, não foi? – falou Cora.

Todos a encararam, e ela pareceu um pouco perturbada.

– Acho que vocês estão bastante certos – continuou Cora apressadamente. – Quero dizer, certos mesmo. Não ajudaria em nada tornar pública a história. Muito desagradável para todos. Deve ser mantida estritamente em família.

Os rostos voltados para ela pareciam ainda mais inexpressivos.

O sr. Entwhistle inclinou-se para frente:

– Na verdade, Cora, temo não entender bem o que você quer dizer.

Cora Lansquenet olhou em volta para sua família com os olhos arregalados. Ela inclinou a cabeça para um lado, como um pássaro.

– Mas ele foi assassinado, não foi? – disse ela.

Dia de trazer mais um título para o Projeto Agatha Christie, e, dessa vez, um que eu não tinha lido antes (ou, pelo menos, não tenho memória alguma de já ter lido). Escolhi para agora Depois do Funeral por ser também indicação do Read Christie 2022 no tema ‘Agatha escreveu no exterior’.


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10 de fevereiro de 2022

Projeto Agatha Christie: Morte no Nilo


– Amor? É isso? Amor? Mas a senhorita não sabe. Talvez ela tenha se casado só pelo dinheiro que tem!

– O senhor não viu a forma como ele olhava para ela?

– Oh, sim, mademoiselle. Vi tudo o que havia para ver. Vi até algo que a senhorita não viu.

– O quê?

Poirot respondeu vagarosamente:

– Vi, mademoiselle, linhas escuras sob os olhos de uma mulher. Vi mãos apertando uma sombrinha com tanta força que as articulações dos dedos ficaram brancas...

Rosalie olhava fixo para ele.

– O que quer dizer com isso?

– Quero dizer que nem tudo que reluz é ouro. Quero dizer que, embora aquela moça seja rica, bela e amada,
alguma coisa não está bem.

Publicado originalmente em 1937, Morte no Nilo é um dos mais célebres romances da Agatha. Inspirado em suas próprias viagens pelo Egito, e aproveitando o embalo da ‘egiptomania” que tomara o mundo - especialmente após a descoberta por Howard Carter do túmulo de Tutancâmon em 1922 -, o livro traz em seu âmago um triângulo amoroso fatal e um elenco de personagens repleto de segredos e agendas próprias, muitos ligados ao crime que acaba sendo cometido.


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20 de janeiro de 2022

Projeto Agatha Christie: O Mistério do Trem Azul


– Então, madame?

– Sim, monsieur? – disse Katherine.

– Poderia, talvez, me dar uma ideia geral dessa conversa?

– Poderia – disse Katherine –, mas neste momento não vejo nenhuma razão para fazê-lo.

De um modo um tanto britânico, ela estava irritada. Esse oficial estrangeiro parecia impertinente.

– Nenhuma razão? – bradou o comissário. – Oh, sim, madame, eu posso garantir que há uma razão.

– Então talvez o senhor devesse revelá-la.

Pensativo, o comissário esfregou o queixo sem falar nada por algum tempo.

– Madame – ele disse, enfim –, a razão é muito simples. A dama em questão foi encontrada morta em seu compartimento esta manhã.

– Morta! – arfou Katherine. – E o que foi? Ataque do coração?

– Não – disse o comissário, com uma voz meditativa e sonhadora. – Não, ela foi assassinada.

Publicado originalmente em 1928, O Mistério do Trem Azul é uma expansão do conto de 1923 O Expresso de Plymouth (que pode ser encontrado na coletânea Os Primeiros Casos de Poirot). A trama trata do assassinato de uma rica herdeira americana e do desaparecimento de suas jóias - especificamente, o famoso colar de rubi “Coração de Fogo”. Para azar do vilão, Hercule Poirot viajava no mesmo trem em que o crime foi cometido e, embora esteja aposentado, não se furta a entrar na investigação.


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17 de dezembro de 2021

Projeto Agatha Christie: O Natal de Poirot


Ouviu-se um suspiro longo e trêmulo e depois duas vozes falaram sucessivamente. Por singular coincidência, ambas proferiram citações.

David Lee murmurou:

— Os moinhos de Deus moem devagar...

E a voz de Lydia acrescentou, num sussurro trêmulo:

— Quem pensaria que o velho tinha tanto sangue em si?

Para fechar esse ano no Projeto Agatha Christie, não pude resistir a encaixar na vez O Natal de Poirot, publicado primeiro de forma serializada em 1938, com o título Murder for Christmas na Collier’s Week. Trata-se de um típico mistério-de-sala-trancada, quando um crime aparentemente impossível ocorre - ou, pelo menos, impossível até que o autor te dê a resposta do enigma.


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18 de novembro de 2021

Projeto Agatha Christie: Morte na Praia


Houve uma pausa. Stephen Lane limpou a garganta e disse, com um leve toque de constrangimento:

- Eu fiquei interessado, Monsieur Poirot, por uma coisa que o senhor acabou de dizer. O senhor disse que o mal era cometido em todos os lugares embaixo do sol. Foi quase uma citação do Eclesiastes. - Ele fez uma pausa e então citou por conta própria: -
Sim, também o coração dos filhos dos homens é repleto de mal, e a loucura está em seus corações enquanto vivem.

Publicado inicialmente de forma serializada na revista americana Collier's Weekly, em fins de 1940, Morte na Praia - ou Evil Under the Sun no original - é um dos mais populares romances de Agatha Christie e traz Hercule Poirot de férias num luxuoso hotel à beira mar, ansioso por alguns dias de paz e tranquilidade.


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7 de outubro de 2021

Projeto Agatha Christie: A Noite das Bruxas


Poirot sacou a caderneta e fez uma anotação.

- O que está escrevendo aí?

- Coisas que me aconteceram no passado.

- O passado parece assustá-lo.

- O passado é o pai do presente - disse Poirot, sentencioso, e estendeu a caderneta para Mrs. Oliver. - Gostaria de ler o que escrevi?

- É claro. Diria que não terá qualquer significado para mim. As coisas que acha importante anotar são diferentes das minhas.

Publicado originalmente em 1969, A Noite das Bruxas traz não apenas Hercule Poirot investigando o caso, como também a escritora de mistérios e alter ego da própria Christie, Ariadne Oliver. Foi um dos últimos romances trazendo o famoso detetive belga como protagonista.


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10 de junho de 2021

Projeto Agatha Christie: Assassinato no Campo de Golfe


Eu já descrevi Hercule Poirot em outras ocasiões. Um homenzinho extraordinário! (...) "Ordem" e "Método" eram seus deuses. Tinha certo desdém por evidências tangíveis, como pegadas e cinzas de cigarro, e sustentava que, por si só, nunca permitiriam que um detetive resolvesse um problema. Então batia em sua cabeça com formato de ovo com uma complacência absurda e comentava com grande satisfação: "O verdadeiro trabalho, é feito aqui dentro. Na massa cinzenta - lembre-se sempre da massa cinzenta, mon ami!"

Segundo romance protagonizado por Hercule Poirot, Assassinato no Campo de Golfe foi publicado inicialmente de forma serializada na Grand Magazine, de dezembro de 1922 a março de 1923, com outro título: A Garota de Olhar Ansioso. Em maio de 1923 o volume saiu como livro, pela editora The Bodley Head, já com o título atual, tendo sido bem recebido pela crítica.


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13 de abril de 2021

Um Estudo em Vermelho: revisitando o cânone holmesiano para refletir sobre Justiça


Tempos atrás - quando ainda podíamos fazer aglomerações literárias com o clube do livro - tivemos um debate duplo, com dois clássicos das histórias policiais: Um Estudo em Vermelho, romance que nos apresenta ao mundo de Sherlock Holmes, o mais famoso detetive de todos os tempos; e E Não Sobrou Nenhum, considerado por muitos o melhor livro de Agatha Christie, a Rainha do Crime.


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14 de junho de 2018

Agência nº1 de Mulheres Detetives


Mma Ramotswe tinha uma agência de detetives na África, no sopé da colina Kgale. O patrimônio da agência era: uma pequenina van branca, duas escrivaninhas, duas cadeiras e uma velha máquina de escrever. Havia ainda um bule em que Mma Ramotswe - a única mulher detetive em Botsuana - preparava seu chá de rooibos, uma erva nativa. E três canecas - uma para ela própria, uma para a secretária e uma para o cliente. Uma agência de detetive precisa de mais alguma coisa? Agências dependem de intuição e inteligências humanas, ambas bem presentes em Mma Ramotswe. Mas esses são itens que ninguém jamais pensa em incluir num inventário, é claro.

Descobri Agência n. 1 de Mulheres Detetives por acaso, num passeio ao sebo. O título fez-me lembrar de uma amiga que é fã de romances policiais e comprei-o com a vaga intenção de enviá-lo para ela. Antes que isso acontecesse, porém, comecei a folheá-lo e logo me perdi na leitura.


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13 de maio de 2018

Desafio Corujesco 2018 - Uma História sobre Livros || A Biblioteca Invisível

A acusação implícita de mentira, ou no mínimo de omissão, a atingiu com um tapa na cara. Não ajudou em nada o fato de, sob alguns aspectos, ser verdade. Ela baixou os olhos e não conseguiu responder. Pior de tudo, pela primeira vez em anos só estamos fazendo isso para salvar os livros soou mesquinho, e escolher não saber mais pareceu infantilidade.
Assim que bati o olho nesse título e na sinopse dele, imediatamente me interessei por lê-lo. Afinal, tratava-se de um livro sobre livros; ou, mais exatamente, sobre uma biblioteca fora do tempo e do espaço que preserva livros de várias dimensões e que funciona como uma espécie de quartel-general de super agentes especializados em infiltração, espionagem, roubos, magia… e preservação de histórias. No enredo desse primeiro volume - sim, trata-se de uma série - temos ainda Grandes Detetives, seres feéricos prenunciando Caos, dragões guardiões da Ordem, vampiros, zepelins, lobisomens, sociedades secretas e uma edição especial dos Contos de Fadas dos Irmãos Grimm.


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4 de janeiro de 2018

Projeto Pratchett: Homens de Armas

"Se você tem que encarar a extensão de uma flecha pelo lado errado, se um homem tem você inteiramente à sua mercê, então torça com toda força para que este homem seja um homem mau. Porque o mal gosta de poder, poder sobre as pessoas, e ele quer vê-lo com medo. Querem que você saiba que vai morrer. Então eles vão falar. Vão se gabar. Vão observá-lo se contorcer. Vão adiar o momento do assassinato como outro homem adiaria um bom charuto.

Então torça com toda a força para que seu captor seja um homem mau. Um homem bom vai matá-lo sem quase dizer uma palavra."
Homens de Armas é o segundo volume das narrativas acerca da Vigilância Noturna na série Discworld, seguindo os acontecimentos de Guardas, Guardas. Capitão Samuel Vimes está prestes a se casar e deixar a Guarda - e, no processo, torna-se o homem mais rico de Ankh-Morpork. A Guarda, por sua vez, está crescendo, tendo recebido em suas fileiras um troll, um anão e uma mulher, como parte de ações afirmativas implantadas pelo Patrício frente ao processo de imigração e conflitos étnicos que estão surgindo na cidade. Os novos recrutas são recebidos pelo Sargento Colon, o Cabo Nobbs - dois veteranos da corporação - e o Cabo Cenoura, um anão de dois metros de altura cujo carisma poderia bem ser classificado como arma de controle de multidões.


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18 de agosto de 2016

Clube do Livro: Os Cinco Porquinhos

'Essa história precisa ser esclarecida, monsieur Poirot. E o senhor vai fazer isso.’

Hercule Poirot disse devagar: ‘ Admito que o que você diz seja verdade, mademoiselle, passaram-se dezesseis anos!’

‘Oh! É claro que vai ser difícil! Ninguém além do senhor poderia fazer isso!’
Os Cinco Porquinhos será tema do Clube do Livro de Bolso desse mês e confesso que mal posso esperar para o debate - esse é um dos crimes mais complexos desvendados por Hercule Poirot, tendo em vista o tempo que se passou desde os acontecimentos e a ausência de evidências para além daquilo que a memória é capaz de nos dar.


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21 de maio de 2015

Para ler: O Nome da Rosa

“Preciso pensar sobre isso. Quem sabe tenha que ler outros livros.”

“Como assim? Para saber o que diz um livro deveis ler outros?”

“Às vezes pode-se proceder assim. Frequentemente os livros falam de outros livros. Frequentemente um livro inócuo é como uma semente, que florescerá num livro perigoso, ou, ao contrário, é o fruto doce de uma raiz amarga. Não poderia, lendo Alberto, saber o que poderia ter dito Tomás? Ou lendo Tomás saber o que tinha dito Averroes?”

“É verdade”, disse admirado. Até então pensara que todo livro falasse das coisas, humanas ou divinas, que estão fora dos livros. Percebia agora que não raro os livros falam de livros, ou seja, é como se falassem entre si. À luz dessa reflexão, a biblioteca pareceu-me ainda mais inquietante. Era então o lugar de um longo e secular sussurro, de um diálogo imperceptível entre pergaminho e pergaminho, uma coisa viva, um receptáculo de forças não domáveis por uma mente humana, tesouro de segredos emanados de muitas mentes, e sobrevividos à morte daqueles que os produziram, ou os tinham utilizado.

“Mas então”, eu disse, “de que serve esconder os livros, se pelos livros acessíveis se pode chegar aos ocultos?”

“No decorrer dos séculos não serve para nada. No arco dos anos e dos dias serve para alguma coisa. Vê como nos encontramos de fato perdidos.”

“E então uma biblioteca não é um instrumento para divulgar a verdade, mas para retardar sua aparição?” perguntei estupefato.

“Não sempre e não necessariamente. Neste caso é”.
A primeira vez que tentei ler O Nome da Rosa, eu tinha uns doze anos e terminei largando o livro de lado, traumatizada e complexada pela quantidade de vocabulário que não conseguia compreender. Isso me gerou uma bizarra aversão a Umberto Eco, que terminei por reencontrar pouco menos de dez anos depois, na faculdade... e aí foi amor à segunda vista.


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15 de agosto de 2013

Para ler: Enigmas de Londres - Espíritos do Tâmisa


– Então magia é real – eu disse. – O que faz de você um... o quê?

– Um mago.

– Como Harry Potter?

Nightingale suspirou.

– Não, não como Harry Potter.

– Em qual sentido?

– Eu não sou um personagem de ficção – disse Nightingale.

Esse é outro daqueles títulos que uma vez que você começa, não consegue largar mais – e por isso eu aconselho a não começá-lo pelo final da tarde ou à noite, a não ser que esteja disposto a virar a madrugada sem dormir, que foi exatamente o que eu fiz.


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24 de maio de 2012

Um Estudo em Sherlock – Parte VI: “I play the game for the game’s own sake.”

- Qual é o significado disso tudo, Watson? - proferiu Holmes, em tom solene, ao terminar a leitura. - Que propósito anima este círculo de desgraça, violência e terror? Deve tender para um fim. De outro modo, nosso universo seria governado pelo acaso, o que é inadmissível. Mas qual será esse fim? Eis o imenso, imutável e eterno problema, de cuja solução a mente humana se encontra mais longe do que nunca.

- A Caixa de Papelão -
Quando me propus a escrever esse especial sobre Sherlock Holmes, tentei me restringir ao cânone escrito por Sir Arthur Conan Doyle, pensando em fazer uma análise em cima unicamente dos personagens. Nos quase cinco meses que levei para fazê-lo, contudo, a coisa acabou crescendo como uma bola de neve, a ponto de eu ter perdido a conta de quantos livros, filmes, séries, artigos e teses estive lendo em minhas pesquisas.


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Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.

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