2 de abril de 2013
Desafio Literário 2012: Abril - Uma ou mais das quatro estações no título || The Dragons of Winter
Este é o sexto e penúltimo volume da saga Imaginarium Geographica E estou sem conseguir prever nem de longe o que há de acontecer em seu final. Espero ansiosamente pela resolução da história e que ela esteja a altura do que Owen nos presenteou até aqui.‘Oh dear,’ Bert said weakly. ‘I think that we’re in trouble.’
‘The usual kind?’ Charles said.
‘No,’ Bert replied. ‘The special kind. With nuts and caramel sauce. And a cherry. A great big, red, flaming cherry on top of a huge, delicious pile of nut-and-caramel-coated, special-delivery, once-in-a-lifetime trouble. That kind.’
No começo da leitura, estava me sentindo um pouco perdida, porque fazia algum tempo desde que eu tinha lido o último volume (e esse é o grande problema em acompanhar trabalhos ainda em progresso, quando há bastante tempo de espera entre um volume e outro). Sendo este um volume em que já se inicia a resolução, ele não se sustenta completamente sozinho, você precisa do ganho do título anterior.
Uma vez, contudo, que engatei a leitura, foram trezentas páginas numa sentada só (para ser exata, entre uma espera e outra de conexões no aeroporto...) e as oitenta e poucas restantes no dia seguinte logo pela manhã. Há muita coisa acontecendo em The Dragons of Winter, muitos núcleos de ação e milhares de segredos e defesas caindo como castelos de cartas por todos os lados.
O Arquipélago dos Sonhos se foi, tomado pelas Sombras. Os guardiães do Imaginarium Geographica estão em guerra contra John Dee e seus aliados. Ainda há esperança para tentar restaurar aquilo que se foi – mas essa esperança depende de voltar ao futuro de H. G. Wells em A Máquina do Tempo e depois mergulhar ao passado, para muito além da criação do próprio Arquipélago, num tempo em que dragões andavam como anjos numa terra dourada.
O ritmo desse volume é frenético e desesperador. Até quase o final, a impressão que temos é que não existe nenhuma chance de vitória. Inimigos e traidores estão por todos os lados, é difícil decidir em quem realmente confiar – é bastante literal aqui o dizer do “não confiar nem na própria sombra”.
Há certos momentos de humor – coloque um monte de grandes escritores mortos presos num único lugar e para além do fato de que eles estarão constantemente inventando novas tradições e brindando por qualquer mínima vitória, todo mundo estará sempre aguilhoando Lorde Byron. Ás vezes esse humor parece um pouco fora de lugar – em especial no núcleo do unicórnio roxo... e toda a situação como o exército de bodes (não, Dé, não estou brincando, a determinada altura da história surge um exército de bodes vestidos de armadura! E a despeito da bizarrice, a cena é fantástica!) mas serve para quebrar um pouco da tensão montante do número de coisas erradas que poderiam dar errada... e que não apenas dão errado, como o fazem de forma espetacular.
Mas o livro termina numa nota de esperança, numa jogada que acaba por interligar todas as ações que pareciam sem explicação até ali. Poder-se-ia falar em destino, se não fosse óbvio desde o início da série (e em especial nesse volume) que nada é escrito na pedra e nossas ações têm conseqüências que podem mudar a História (o que é ainda mais verdadeiro quando você tem a capacidade de viajar entre passado e futuro).
A questão em todos os livros do Owen não é sobre aquilo que estamos destinados a ser, mas aquilo que nossas escolhas podem moldar e na possibilidade de redenção. Existem sim, vilões megalomaníacos em Imaginarium Geographica (hello, Doctor Dee...), mas como até agora o autor não deu ponto sem nó, eu acredito que ainda teremos mais explicações sobre os motivos da aliança de Dee com as Sombras, representantes da absoluta ordem e, como tal, morte de toda criatividade, inventividade, arte, cultura e pensamento individual do mundo.
Que tal para vocês?
Nota: 4
(de 1 a 5, sendo: 1 – Péssimo; 2 – Ruim; 3 – Regular; 4 – Bom; 5 – Excelente)
Ficha Bibliográfica
Título: The Dragons of Winter
Autor: James A. Owen
Editora: Simon & Schuster
Ano: 2012
Número de páginas: 389
A Coruja
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Sobre
Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.
Não conheço essa série, mas fiquei bastante curiosa. Adoro livros de fantasia, mitologia própria, etc...
ResponderExcluirLarissa.
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