30 de março de 2013
A Vertigem das Listas: Três Livros que nos Decepcionaram
Dé: Olá, leitores! Mais um mês está terminando, e isso quer dizer que mais um Vertigem das Listas está chegando!
Lu: Isso pareceu propaganda de série de TV ou coisa parecida...
Ísis: Eu super imaginei a Eliana no Bom Dia & CIA... É O NOVO!!!
Dani: E eu acabo de ter a visão dantesca do Dé com aquelas botas plataforma brancas nas coxas... *arrepio*
Lu: Eu senti calafrios de horror com essa visão. Meu deus... Faz isso com a gente não, Ísis!
Dé: *Mostra a mão espalmada pra Dani* 100 Kg de mão no pé do teu ouvido, Dani, se continuar com esse pensamento.
Ísis: Violência doméstica!!!!!!
Dé: *Mão espalmada pra Isis também* Pra ti também, Isis. 100 Kg de mão.
Ísis: Se não queria que eu imaginasse isso, não fizesse propaganda Eliana, ué...
Dani: MAMÃE!!!! O papai quer me bater! Faz alguma coisa!!
Lu: Acho que terei de chamar o Cthulhu que vive no calabouço...
Dé: Este mês, falaremos sobre aqueles livros, sim aqueles mesmos, que todo mundo diz “Lê lá, cara. O livro é muito bom!”, ou então que todas as críticas dizem ser o best-seller do ano. E então, vamos lá na livraria, biblioteca, coleção do amigo etc... e finalmente conseguimos uma cópia do tal livro. Começamos a ler e, a princípio, o livro realmente parece ser tudo aquilo que diziam... até que chegamos ao final do livro e a única coisa que podemos dizer é: “Mas que livro ruim!”
Lu: Faltou colocar a onomatopéia: ‘eca, eca’ (eu ri sozinha aqui pensando na sua careta, Dé...)
Dé: Sim pessoas! Esta enrolação toda foi para dizer que o tema deste mês é: TRÊS LIVROS QUE NOS DECEPCIONARAM!
Lu: *Som de trombetas ao fundo* Tô meio cretina hoje (Ísis: hoje?!)... é a falta de sono...
Dé: Isso acontece, Lu. Eu sou o cretino o tempo todo e ninguém me recrimina (muito) por isso. ^^
Ísis: Conheço gente que irá discordar, seu bode! XP
Dani: Tá bom, vamos parar com o concurso de cretinice que todo mundo aqui é muito educado e quero continuar acreditando nisso...
Lu: Tão lindo ver essa sua fé em nós, filhota...
Dani: Alguém tem que ter fé no mudo, fazer o quê...
Ísis: ...
Dé: Começo minha lista com a minha MAIOR decepção literária: Frankenstein. Nunca fiz mistério sobre minha predileção por terror/horror, e Frankenstein é um dos maiores clássicos do gênero, portanto nada mais natural do que o livro ser bom, certo? Eu COSTUMAVA pensar assim.
Então ele foi eleito como livro do mês do Clube do Livro, procurei ele em um sebo e fui ler... Por Deus, que livro RUIM! Começa que tenho problemas com qualquer coisa com um protagonista idiota, seja filme, série, desenho ou livro. E em poucos casos vi um protagonista mais idiota que Victor Frankenstein. Tudo bem que ele estivesse “cego” com a empolgação e tudo, e tudo acerta o ventilador quando ele finalmente dá vida à Criatura... mas por que diabos ele não viu a Criatura como era ANTES de ela ganhar vida? Por acaso ele achou que o processo fosse um conjunto completo de plásticas do Dr. Ray? E mesmo que não fosse, por que não TESTAR o experimento antes, usando algum outro animal, COMO O MÉTODO CIENTÍFICO DIZ?!
E por seu protagonista incrivelmente estúpido, Frankenstein é minha primeira escolha deste Vertigem.
Lu: Eu acho que o problema de Frankenstein é que ele é vendido como um clássico do terror quando, francamente, ele não é isso. Pelo menos, não em minha opinião. Para mim, essa é uma obra sobre a arrogância humana, sobre as conseqüências de brincar de Deus. Eu concordo que Victor seja um idiota, mas ele precisa ser um idiota para que o romance funcione, para que as coisas fujam de seu controle e tudo termine na tragédia que é o final.
Ísis: Faz sentido pra mim... Mas fica a pergunta, imagina como ficaria esse livro se o autor fosse um cientista de verdade...
Lu: Não haveria história...
Dani: Não precisamos de romances para imaginar a arrogância e prepotência do homem, é só consultar qualquer livro de história, infelizmente... - -“
Lu: De toda forma, eu entendo seu ponto, Dé...
O meu primeiro livro decepcionante do dia é Os Dois Cavalheiros de Verona, de William Shakespeare. Bem, ninguém me indicou esse livro, eu mesma que me indiquei ele, uma vez que um dos meus muitos projetos de vida é ler todas as peças do bardo...
Dé: High five, Lu! o/
Lu: Yay! High five!
O caso é que terminei a peça completamente indignada. Minha vontade era jogar o livro na parede, depois sapatear em cima, enquanto vociferava impropérios contra Proteus. Deus, que criatura babaca... E cara, como é que ele ainda consegue ficar com a Julia? Isso é tão injusto, tão absurdo, tão...
Dé: Peraí... ele merece mais ódio que o ROMEU ou é impressão minha? Por que só te vi reagir assim com o supracitado babaca...
Lu: Sim, eu ainda tenho mais ódio do Proteus que do Romeu. Ele trai o suposto melhor amigo, tenta estuprar a mocinha do suposto melhor amigo e isso porque se diz apaixonado por outra que ele abandonou lá no início da peça e que no final... no final...
Bahhh... Calo-me por aqui, mas o fato é que de todas as peças do bardo, essa é a de que menos gosto (até menos do que Tudo Está Bem Quando Acaba Bem, que também é altamente indignante, mas deixa pra lá...)
Dani: Ah, se Shakespeare ainda fosse vivo... Tenho dó dele.
Ísis: Não vale, agora fiquei curiosa... >.< (ignorem que estamos falando de livros – e, pelo visto, peças – decepcionantes)...
Lu: Não culpo o Shakespeare. A despeito do Proteus, essa peça tem a Júlia, que foi a primeira heroína shakespeariana a tomar as rédeas de seu destino nas mãos e se tornar transformista. HUAHUAHUAHUAHUAHUA *lembrei de uma cena de Mulan agora...*
Além disso, é um crédito ao autor que ele tenha escrito um personagem que seu público ame odiar. O fato de odiar tão passionalmente Proteus é uma prova para mim do talento que o bardo tinha em nos fazer acreditar em suas figuras.
Ísis: Lulu está é tentando defender seu autor preferido. E, putz! Não lembro os livros decepcionantes porque tenho memória seletiva (que é a forma chique de dizer que minha memória é péssima, principalmente pra algo que não gostei, o qual costumo apagar 90-100%)... E mesmo que lembre, improvável eu lembrar o título E a razão do porquê não gostei....
Pra piorar, meus livros não estão aqui, então nem posso procurar pra refrescar a memória... De forma que estou fisiologicamente E fisicamente incapacitada de participar desse vertigem.
Bem, estaria, se não tivesse me lembrado de um agora: Love in the Afternoon, da Lisa Kleypas. Eu acidentalmente (feliz acidente) achei o 3º livro da série dos Hathaway em alguma viagem e carreguei. Alguns anos depois, enfim o li. Amei o livro, os Hathaway e o estilo da Kleypas. Fui atrás de mais; e espalhei pra ninguém e Lulu.
Lu: E eu me encarreguei de passar para frente, porque minha coleção toda da Kleyas já voou para cima e para baixo enquanto eu apresentava a outras pessoas a Cenoura do Amor (um episódio que acredito já ter sido muito comentado aqui mesmo no blog...)
Ísis: Gotta love you for that... ^.^Comprei a coleção toda, e devorei rapidinho. Meu preferido é o 2º... e o terceiro. O primeiro eu não gostei tanto, mas pode ser porque não li na ordem (já tinha lido o terceiro, o que meio que estraga os anteriores). O quarto foi legal porque foi contado por dois pontos de vista e eu continuo amando os Hathaways.
Enfim, chegamos ao 5º e o último. Minha expectativa estava lá em cima, porque a Beatrix é uma personagem bem marcante e cuja característica especial não só já a tinha destacado nos outros livros, como a forma como Kleypas a escreve também me deixou em altas esperanças.
Vou resumir na seguinte frase: decepcionei-me praticamente do começo ao fim. Tive a impressão que aquela não era a Beatrix que conhecia... e que a personagem merecia uma história muito mais emocionante, ou pelo menos mais envolvente. Lembro-me de ter-me sentido bem distante da história, enquanto as outras pareciam me puxar para dentro.
Lu: Concordo contigo, Ísis, foi uma decepção para mim também... Também tinha altas expectativas para a Beatrice e a coisa foi tão meia boca que parece que a tia Kleypas simplesmente correu com a coisa porque queria acabar logo.
Ísis: Né? Quase defenestrei (HA!) o livro quando acabei de lê-lo! >.<
Dani: Agora eu né? Ok, para o meu primeiro livro decepcionante, escolhi um que, na verdade, já fui ler com intenção de me decepcionar... e não deu outra. É um livro que todo mundo conhece e está tão em moda agora entre as senhorinhas e meninas funkeiras, e que parece ter se espalhado pela cultura de massa como uma verdadeira praga. É sério, para onde quer que você olhe tem lá alguém lendo o bendito! Sim, pessoas, estou falando de 50 Tons de Cinza.
Dé: *Respira fundo e lembra que são livros DECEPCIONANTES*
Ísis: Esse deve ser um momento bem duro para um pai...
Dani: Como me recuso a detestar algo sem nunca ter provado, achei errado já sair falando mal desse sem ler, (Ísis: MUITO BEM!!!!! \^.^/), então fui lá, me arrisquei e dei uma mordida. Só para vomitar logo em seguida, é claro... Não vou me apegar ao conteúdo sexual porque afinal é um soft porn, não adianta criticar isso quando é o gênero da obra. Ponto. E nem o fato de ter surgido de uma fanfic. Nada surge do nada. Afinal como disse um dia sabiamente Albert Einstein :“O sucesso da criatividade é saber esconder bem as fontes” ^^
Lu: Eu não tenho esse pudor mais, Dani. Já me forcei a ler algumas coisas porque ‘todo mundo estava falando’ e não queria meter pau sem nunca ter lido a coisa... mas hoje minha filosofia de vida como leitora é diferente. Caramba, existem tantos livros para ler, tanta coisa no mundo que eu sei que não vou dar conta sequer de conhecer (volta e meia me desespero com o fato de que não terei vidas suficientes para ler tudo o que deveria ler...)... porque vou perder meu tempo com algo que, da sinopse, já não me agrada?
Mas, claro, isso é algo que depende de cada um. Eu não li, não pretendo ler e nem pretendo comentar também. Não li e não gostei, mas para quem gosta, fique à vontade, não sou ditadora do mundo para dizer que seu gosto tem de ser igual ao meu...
Como diz a velha máxima, gosto não se discute. Lamenta-se.
Dani: Concordo com você, mamãe. Eu mesma não me arrisco a ler certas coisas que sei não ser meu tipo de livro. Mas me buzinaram tanto sobre esse livro que decidi me arriscar e ver como é que era. Embora já fosse começar a ler com pouca esperança de gostar.
Mas voltando, o problema desse livro não é sua origem ou gênero, mas o resto dele. A história até que tinha algum potencial, mas tudo acaba se perdendo exatamente por se focar unicamente na personagem de Anastácia Steele. Deus do céu, ela acaba sendo tão decepcionante, tão revoltantemente submissa e insípida que dá vontade de enforcá-la a cada capítulo! Ela parece um peixinho cinzento sendo levado pela correnteza do rio, mal se vê quando passa. Até dá para perceber que a autora tentou, bravamente, colocar algum pingo de opinião própria nela várias vezes, mas que sempre desaparece por mágica. E no fim tudo vira um romance meloso digno de novela mexicana! Feito mesmo apenas para agradar senhoras excitadas e frustradas com seus maridos...
Dé: Considerando a inspiração para essa série...
Dani: Outra coisa que me incomodou muito também foi a forma de escrita quase juvenil... não há qualquer trabalho ou empenho para tornar aquilo uma boa narração. É, francamente, ridícula! Um adolescente de 7º série consegue fazer melhor...
Agora, também para não criticar tudo de cabo a rabo, admito que gostei bastante do personagem de Christian Grey (Dé: Considerando a conta bancária dele, então... Lu: desculpa, mas independente de conta bancária, Dé, pelo menos para mim, ele não desce... Dani: Não tem nada a ver com o dinheiro dele, pessoas... - -“). Esse pelo menos foi muito bem construído, tem uma personalidade complexa e difícil de lidar, um passado ferrado, tendo sido abusado física e sexualmente, diversos traumas e neuroses e manias exageradas. Além de ser um dos personagens mais sinceros que já vi. Ele não esconde nenhum sentimento sequer, se está com raiva, confuso, feliz... Acho que se, talvez a história tivesse sido feito do ponto de vista dele, poderia ter dado um livro muito melhor.
Lu: Tenho minhas dúvidas, Dani... porque, pelo que entendi, essas neuras são uma espécie de verniz e no final das contas elas meio que são jogadas para escanteio porque, sabe, o amor cura tudo. Cá entre nós, se esse tipo de literatura me agradasse, eu preferiria ler Sade a essa mulher. No mínimo eu teria um texto soberbamente bem escrito.
Dani: Mas é claro que ele foi criado como o “Sr. Problemático” só para ser curado pelo amor!! Se não o livro não venderia... Fazer o quê, nada é perfeito... Mas digo que gostei porque em comparação ao outros personagens, ele parece ter exigido um pouco mais de trabalho para ser desenvolvido. Mesmo que isso não tenha sido aproveitado no fim. Mas é por essas e muitas outras que eu o escolhi como um livro que me desapontou.
Ísis: Eita, o ódio está à solta no Coruja!
Dé: Isis, se eu pudesse soltar metade das coisas que eu penso, eu teria que me mudar de planeta. xD
Ísis: Socorro, quero ficar no mesmo cômodo que tu mais não... >.<
Dé: O segundo livro da minha seleção foi mandado pela Lu, que sim, me avisou sobre ele. Mas eu, sendo eu, deixei o livro encostado alguns meses e quando peguei pra ler, já havia esquecido completamente do aviso. Estou falando de Iron King, de Julie Kagawa.
Lu: Pois é, depois não pode reclamar, eu avisei e repeti o aviso, mas você insistiu, nada que eu pudesse fazer...
Dé: Sim, eu sei... não me lembre... DE NOVO.
Entendam, o livro em si não é ruim, só não é pra mim. Quando a Lu me disse que era sobre uma menina que se vê no meio das cortes féericas, do Verão e do Inverno, eu fiz logo a conexão com as cortes mostradas em Dresden Files e pensei: “Não pode ser tão ruim assim, pode?”
Com este raciocínio pedi o livro. Quando comecei a ler e vi que Puck, de Sonho de Uma Noite de Verão, era um dos personagens, achei que prometia bastante. Olha, até gostei do livro no começo, até mais ou menos até a metade. Até o livro virar um maldito romance adolescente.
Eu não tenho problemas com romances, desde que sejam bem escritos. Já li Jane Austen e Julia Quinn, e até gostei. Mesma coisa com os romances em outros livros. Mas aqui, toda a inspiração da mocinha para cair de amores pelo “mocinho” é que... ele é bonito? E ela cai pelo cara de um jeito que o cara legal, que tava sempre ali pra ela, que gostava dela já tinha um tempão, é jogado pra escanteio sem pensar duas vezes? POR QUE O CARA É BONITO?! E pra piorar, eles mal trocaram meia dúzia de palavras! Tudo bem, eles dançaram em um baile, mas não deixa de ser superficial, não é? Acho que mesmo que a mocinha tenha apenas 16 anos, não é justificativa pra isso... ou é? ¬_¬
Lu: Não, não é justificativa, eu concordo contigo, Dé. Aparentemente, mocinhas adolescentes precisam se apaixonar pelo bad boy, precisam ter a expectativa de fazer o cara mudar por elas. Isso é muito cansativo e tenho tentado fugir desse tipo de leitura – o duro é que esse tipo de plot está escondido em muitos livros e às vezes você só percebe quando é tarde demais...
Dani: Terrível é essa verdade... Mas o pior não é nem isso. O pior é esse tipo de história ainda funcionar! Isso faz um mal para as cabecinhas ocas das menininhas de hoje...
Dé: É essa cabeça oca que faz com que coisas como a sua primeira indicação, Dani, virembest-sellers. E sim, ganharei uma legião de haters depois desse Vertigem.
Lu: A verdade é que Iron King não é de todo ruim. A construção do mundo e a forma como ela trabalha a idéia das fadas – criaturinhas maliciosas, sem princípios, sedentas de poder e numa fina linha de equilíbrio à beira do caos e da guerra – me agradou profundamente (e acho que é o que você gostou no começo). De resto, nada mais a comentar...
Dé: Sim, isso é. A história realmente não é ruim. Só o romance que é. Por favor, uma desculpa melhor do que “ele é o cara mais bonito que já vi” se faz necessária, não é? Se fosse pra eles terem um caso por uma noite e depois fosse cada um pro seu lado, tudo bem... Mas de querer jogar tudo pro alto por conta do cara, sem nem ao menos saber como é a personalidade dele, por conta de beleza e uma dança? Isso é subestimar a inteligência dos leitores, gente. Ainda mais com um OUTRO cara fazendo por onde merecer as afeições da moça.
Lu: Pois é... Se vale de observação, eu era Team Puck ;)
Ísis: A minha segunda opção (olha só, lembrei de outro!) vai fazer o Dé querer me enforcar, então dou graças a Deus de estar literalmente o mais longe possível dele.
Dé: *Olha preços de passagens pro Japão*
Ísis: Uh-oh... Bem, comecei, agora vou até o fim... Da série Crepúsculo (Stephanie Meyer), o quarto livro (Amanhecer).Olha, vou ser honesta e vou dizer que não li os outros três – e não foi por falta de tentativa – mas, na época estava lendo livros no celular, o arquivo resolveu apagar meu miniSD as TRÊS vezes em que tentei lê-lo, desisti. (e depois mais nada de estranho aconteceu)
Dé: Ok, Iguinha, você está se redimindo comigo... um pouco.
Ísis: Dessas tentativas, o pouco que tinha conseguido ler (acho que cinco capítulos NO MÁXIMO!), eu já odiava a Bella. Eu acho que nem cheguei à parte em que o Edward aparecia e já tava odiando a Bela, pela quantidade de reclamações que ela faz. Ela conta a história por meio de reclamações, até onde li, e já a achava insuportável. É capaz do meu miniSD ter se apagado em sacrifício ao meu bem-estar...
Aí saiu o primeiro filme do Amanhecer, e, àquela altura, eu já tinha assistido tudinho, fiquei curiosa pelo restante da história (bem que dizem que a curiosidade matou o gato....). Resolvi ler o quarto.
Dé: *Eco gigantesco* NOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!
Ísis: Então, não me arrependo de ter lido, porque descobri que os personagens não são tããããããão superficiais quanto imaginei assistindo ao filme... Mas acho que nunca tive TANTA raiva de um personagem. Meu ódio pela Bella cresceu ainda mais quando li o que ela fez ao Jacob, um amigo que sempre esteve lá (do verbo, antes do Edward aparecer) e que literalmente fez de tudo para protegê-la. Especificamente sobre algo do qual ele não tinha controle algum, e que deveria (finalmente) fazê-lo feliz.
A Meyer a escreve como uma mártir, praticamente, mas eu não vejo nada mais que uma pirralha egoísta. Pronto, falei! *corre para os vulcões*
Dani: E você lá precisa correr? Estamos todos de acordo.
Dé: Deixa ela correr, filhinha... xD
Ísis: *elefante fazendo exercício*
Lu: Não seja mala, Dé. Ísis, não precisa correr. Como vê, você se adequa perfeitamente ao nosso zoológico com essa sua opinião...
Dani: É porque ele é obcecado em correr para as colinas. :P
Para a minha segunda escolha, escolho um clássico da literatura brasileira, e que odiei tanto, mas tanto, que fiz questão de fazer uma pequena fogueirinha atrás do meu prédio e queimá-lo, página por página... *nostálgico prazer raivoso*... Sim, pessoas isso aconteceu mesmo, hehe...
Dé: Essa menina só me dá orgulho! =D
Lu: Eu posso dizer que pelo menos a piromania ela não herdou do meu lado da família...
Dé: Como diz a letra da música: “Se quiser separar-se de algo, então você tem que queimá-la”.
Lu: Que música é essa???
Ísis: Tava me fazendo a mesma pergunta... É “Soraia”? oO
Dani: Quem canta isso? Tá bom, enfim, piromanias a parte, estou falando do livro Iracema, de José de Alencar.
Sim, eu sei que é um clássico. Sim, eu sei que ele teve grande importância para a nossa literatura e blá, blá,blá... mas p*&#@(*¨%$ que coisa mais melosa e mexicanesca!!!!!!! Tudo bem quando li eu estava ainda na época de vestibular, e por ser um dos livros da lista obrigatória isso poderia ter influenciado, mas não é verdade, porque amei todos os outros da lista! Até mesmo Cidade e as Serras que todos diziam ser um porre, mas que virou um dos meus queridinhos do Eça de Queiroz.
Lu: Não tenho nada de muito particularmente contra Iracema. Também não sou uma grande fã dele, mas ele não me causa uma ojeriza tão grande como a que vejo em muita gente de meu convívio (meio mundo que conheço odeia Iracema, é incrível!).
De forma geral, contudo, prefiro o Alencar em romances urbanos. Senhora é muito bom em minha opinião...
Ísis: Mas, Dani, era o estilo da época. Desse jeito é mais fácil você dizer que não gosta do estilo do Romantismo, e não de um livro específico. Eu nem lembro mais de Iracema, mas lembro que adorei o Guarani (apesar de realmente ser meio novela das seis) e, meu preferido, Ubirajara. Putz, amei Ubirajara só por ter um final diferente... e por se passar todo entre os nativos. Não tem “caras-pálidas” no meio!
E Lu, também não me lembro mais de Senhora, mas lembro de tê-lo achado ótimo! Lucíola também... O Tronco do Ipê já foi mais bestinha, mas agradável ainda assim.
Dani: Pois é, também gosto de Senhora. Mas o li antes de Iracema, e foi isso que me impulsionou a fazê-lo. Pensei que seria tão bom quanto... Tamanha decepção.
Dé: Só uma coisa, que pode parecer convencimento, mas não é uma coisa que eu me orgulho: só fiz um vestibular na minha vida, e não li NENHUM dos livros indicados...
Dani: É porque você é um gênio, papai. *filha orgulhosa*
Ísis: ... Dani, isso não é algo que se apoie, não, principalmente num blog literário... >.< Dé, ainda bem que você tem consciência...
Dani: Não estou apoiando, só estou orgulhosa do meu papai! ^^ Eu tenho uma família muito genial aqui no Coruja!
Lu: Sem comentários...
Dani: De qualquer forma, aquela Virgem dos Lábios de Mel, meio pintada de Branca de Neve, não deu para tragar não... muito menos os outros personagens. Só é triste que eu sempre adorei o José de Alencar até esse livro, mas agora sempre fico com o pé atrás para ler qualquer coisa dele.
Ísis: Reitero (HA!) meu argumento.
Lu: Bem, a minha segunda decepção foi uma decepção bem amarga... eu tinha recém-terminado de ler a fantástica, maravilhosa, absolutamente magnífica trilogia Fronteiras do Universo do Philip Pullman, quando lançaram um outro romance dele, chamado A Borboleta Tatuada. Embriagada na paixão que os primeiros livros que eu tinha lido dele provocara, fui atrás desse livro.
Dani: Putz, é muito triste se decepcionar com autores que amamos.
Dé: Não é por nada, mas esse título parece ser de um pornô genérico de baixo orçamento...
Ísis: Vou ter que concordar com as duas observações...
Lu: Não é exatamente isso, mas... Veja, eu comecei a ler. Fui para um lado. Fui para o outro. Possivelmente tentei ler de cabeça para baixo para fazer mais sentido... mas não fez. A Borboleta Tatuada parece não ter uma história definida, é algo solto, o final é altamente anticlimático, não existe aquela crescente sensação de adrenalina, de ansiedade que eu senti lendo os outros livros dele. Foi tão decepcionante que eu nem devolvi o livro à estante quando terminei: no dia seguinte passei ele a frente emprestado para um amigo e nunca mais pedi de volta...
Dé: O último livro da minha lista é meio que uma surpresa, até para mim. Praticamente Inofensiva ainda é um bom livro, mas não exatamente como todo o resto da série O Guia do Mochileiro.
A série toda é muito boa, mas eu sempre acho que perdeu um pouco de ritmo depois do terceiro livro. Quando chegou no quinto, eu já não tinha o mesmo ânimo, sabe? Quando comparo os dois primeiros livros com os dois últimos, simplesmente não dá a mesma emoção de ler.
O que, para O Guia do Mochileiro da Galáxia, é bem decepcionante...
Dani: Sério? Sempre ouvi maravilhas desse livro... Isso foi surpresa.
Lu: Não me lembro muito de qual foi a sensação que tive ao terminar Praticamente Inofensiva e talvez isso seja resposta suficiente sobre o assunto... Nada mais a declarar.
Dé: É exatamente esse o motivo que ele me decepcionou, Dani. Todos os outros livros da série são excelentes, enquanto esse é só... meh.
Lu: Meu último volume para o vertigem desse mês é também parte de uma série, nesse caso, uma trilogia: trata-se de Sangue de Tinta, da Cornelia Funke. O primeiro título dessa saga foi um verdadeiro caso de paixão fulminante - Coração de Tinta é um presente para todo e qualquer amante de livros, com uma história divertida, trágica, sombria, verdadeira mesmo em seus momentos mais arrebatadoramente fantásticos.
Aí vem Sangue de Tinta e mata tudo o que aquele primeiro livro foi. Com as escolhas que os personagens fazem nesse segundo volume, há uma contradição daquilo que ficou como lição do primeiro. Uma inversão de valores, uma diminuição de tudo aquilo pelo que se lutou em Coração de Tinta.
Dani: Infelizmente eu tenho de concordar com tudo. Comprei a série toda, mas devia ter ficado só no primeiro. Muda muita coisa... às vezes parece até que é outra pessoa escrevendo a partir do segundo.
Ísis: Que esquisito isso... oO
Será que não tem uma explicação lógica (leia-se, a autora não deu nenhuma entrevista a respeito, não)?
Mas lembro que já tive essa sensação com alguma outra série que li...
Dé: Muito obrigado, Lu, por acabar com minha vontade de ler a série completa... :'(
Lu: Mas é sério, você ganha muito mais em pensar nessa trilogia como um único livro. Muito mais. Esqueça que tem continuação, um livro só que basta a si mesmo, com um final perfeito para a história. E tenho dito.
Ísis: Agora descobri que não necessariamente precisam ser livros para entrar nessa lista, de forma que meu terceiro é um mangá! Esse aqui eu li muuuuuuuuuitoooooo antes de vir ao Japão (mas já me decepcionei um bocado aqui também, mas com títulos de um só volume sobre os quais não vale a pena comentar): Kare First Love.
Começou lindamente fofo: a menina nerd é notado pelo rapaz popular e eles começam a se apaixonar, lutando contra o preconceito e as patricinhas que se acham melhor que todo mundo. O traço é legal e história, embora meio batida, foi bem desenvolvida no começo.
Aí eles chegam numa relação mais profunda e o resto do mangá (uns 4 volumes) é sobre quando é que eles vão fazer sexo. Basicamente, quando um quer, o outro não quer, e, obviamente, vice-versa. Eu acho que era pra ser engraçado, mas pra mim (e todos que conheço que leram, que eu lembra) foi apenas irritante.
Dani: Ei, podemos falar de mangá??? Então também vou meter a lenha em um!! Que é o Nana, da Ai Yazawa.
Ísis: HEIN?! Nana?! Como assim??!!!
Dé: NANA?! Sério?! Tudo bem que não li o mangá, e o principal atrativo do anime são as músicas, mas eu gostei...
Dani: Sim, pessoas, NANA! Não é que seja um mangá ruim, realmente não é. Começou muito bem e tinha tudo para ser uma obra prima. Mas o problema é o mesmo de diversas outras séries, tanto de livros e filmes: ele acabou se estendendo demais e perdeu todo o charme. A história começa dinâmica, divertida e irreverente, para ir se alongando e alongando, e cruzando personagens aqui e ali, e aqui de novo, até terminar como uma novela adolescente onde todo mundo fica com tudo mundo e nada dá em nada...
Dé: *Ouvindo Anna – Rose* Mas isso é meio que uma exigência do mercado. Se uma série faz muito sucesso, a pressão dos fãs pode fazer que vão estendendo a série ad infinitum, como aconteceu com Dragon Ball e acontece com Naruto, Bleach, One Piece, Soul Eater, World Strongest Disciple Kenichi, Claymore... E esses são só os que eu acompanho! Muitas vezes a qualidade do trabalho vai ser prejudicada....
Ísis: Pra mim ele não foi estendido, não. Adoro Nana do jeito que estava indo. Certo, tinha raiva de muitas coisas que aconteceram e tudo, mas fazia parte da história e aquela é a história de muita gente, e muita gente que se conhece. É normal que haja diversas relações, principalmente porque é sobre várias escolhas erradas...
Dani: Ainda assim, acho que me cansou demais, Ísis. Não estou dizendo que odeio a série agora ou que é ruim, só que me decepcionou. Honestamente, já não aguento mais essa premissa da atualidade de que tudo que faz sucesso tem de ser alongado e alongado! Para algumas histórias até que funciona, mas outras só nos faz perder a graça...
Agora eu nem sei bem por onde anda a história ou se ainda é publicada (Tu sabes, Ísis?), mas não acho que eu vá voltar a comprar, não... o recheio do bolo já ressecou completamente para mim...
Lu: Olha, Dani, pelo que eu saiba – a Ísis talvez saiba explicar melhor – a Ai Yazawa meio que andou sumida do mapa. Ela parou de publicar Nana em 2010 por ter contraído alguma doença misteriosa que ninguém nunca soube informar o que era...
Na minha opinião, o estresse de escrever a série que foi, como você bem observou, esticada desnecessariamente, acabou levando a mulher a um colapso nervoso.
Não acompanho o mangá, assisti o anime muito tempo atrás, não cheguei nem ao final, mas o caso é que, como o Dé, o que mais me agrada em Nana é a trilha sonora, que é bem legal.
Ísis: É da Ribbon Mascot Comics, e a Lu sabe tanto quanto eu: Yazawa parou o mangá porque precisou ser hospitalizada (ou assim anunciaram) em 2009. Foi liberada em 2010, mas até agora não voltou a produzir, parece. Uma pena, porque Nana está num cliffhanger enorme...
Lu: Bem, acho que é isso, não? A partir do mês que vem teremos a quantidade certa para cada um dar uma opinião em vez de se alongar em listas individuais... coisa complica quando chegar em maio, porque teremos de os quatro concordar num único quinto nome para a lista, mas vamos resolver tais problemas quando eles aparecerem...
Daqui até o final do ano, o Vertigem vai ter se transformado numa tese de doutorado a considerar o tamanho dos nossos comentários... Mas, bem, isso que é o divertido, não é verdade?
Dé: O que importa é que nos divertimos um bocado fazendo isso, né?
Muito bem, ficamos por aqui este mês. Digam “Tchau Lilica”!
Lu: Tchau, Lilica!
Dani: Hã?
Ísis: ...
Dé: E até o mês que vem, com mais um Vertigem das Listas!
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Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.
Um livro que me decepcionou muito, a ponto de, me dar vontade de fazer um fogueira com ele quando eu terminasse, foi Melancia da Marian Keys, acho que uma protagonista nunca me irritou tanto, foi altamente frustrante, tanto que até hoje eu não consegui ler nenhum outro livro da autora, com medo de que todas as personagens sejam tão fúteis e mimadas quanto a Claire.
ResponderExcluirBjs
Eu confesso que normalmente não leio muito chick-lit... não é um gênero que me desce bem... em matéria de romances, eu prefiro os históricos; aliás tô feliz da vida porque duas autoras favoritas minhas estão sendo traduzidas para o português: a Julia Quinn e a Lisa Kleypas.
ExcluirNão me lembro de nenhum livro com o qual eu tenha me decepcionado. Aqueles que eu não gostei não se encaixam na categoria porque eu não tinha criado expectativas para eles. Antes de iniciar uma leitura eu costumo pesquisar sobre o livro, ler algumas resenhas, porque se decepcionar é péssimo. Às vezes quando estou vagando por uma biblioteca e encontro algo diferente e que me chama a atenção, sigo a minha intuição e pego o livro - dá certo. Não tenho o hábito de variar muito em gêneros então, talvez seja por isso... não saio muito da minha "área de conforto". Mas, olhá só! Eu li Coração de Tinta ano retrasado e AMEI, e pretendia ler Sangue de Tinta. Não vale mesmo a pena lê-lo?
ResponderExcluirE concordo que Praticamente Inofensiva não tem o mesmo ritmo dos outros livros da série, é como se Adams tivesse se perdido ao escrevê-lo. Estou lendo Até Mais e Obrigado Pelos Peixes, até agora estou gostando muito, então prefiro acreditar que a chatice ficou só no livro anterior (por enquanto).
Na verdade eu confundi o nome do livro de Douglas Adams... não é Praticamente Inofensiva (então não posso dar uma opinião sobre ele ainda), e sim A Vida, O Universo e Tudo e Mais que não gostei muito.
ExcluirEu também amei Coração de Tinta, Mariane e por isso a decepção foi tão grande quando cheguei em Sangue de Tinta. Partiu meu coração o que a autora fez com a história ali...
ExcluirÉ difícil me decepcionar com um livro, porque sempre tento buscar o que há de melhor neles... mas às vezes acontece, né? É uma pena, mas...