20 de março de 2021
Livros para ler no Outono
Primeiro dia do outono! O que significa que é também dia de indicações de leituras outonais! Para esse ano, três leituras introspectivas das minhas favoritas...
Todos eles já foram resenhados cá no Coruja, e para quem quiser conferir mais sobre cada um deles, basta clicar no título. Desconfio que seguirei minhas próprias recomendações esse ano: reli Tan de uma sentada antes de tirar a foto, porque ele é uma leitura bem rápida (mas daquelas que você termina e já quer voltar as páginas ao começo e reiniciar); a Clarke foi um dos favoritos do ano passado, mas já quero reler também é definitivamente estou devendo de me re-aventurar pelos caminhos do Eco.
Releituras de favoritos queridos é uma das formas que tenho de lidar com a quarentena (já faz oficialmente um ano que estou em casa): há algo de muito confortável em revisitar uma história com que você é familiar, cumprimentar velhos personagens já conhecidos. Mais até que ler algo completamente novo, reler te oferta refúgios... santuário.
Acho que esse é um bom sentimento para ter nos dias que vão se encurtando e esfriando daqui até o início do inverno, não é mesmo?
Contos de Lugares Distantes, de Shaun Tan
Começo com o belo livro de contos ilustrados do australiano Shaun Tan - acho que o único do tipo na bibliografia do autor. Tan é mais conhecido pelos livros ilustrados - e, sério, ele não precisa escrever uma palavra para contar uma história com maestria e delicadeza -, mas aqui há algo de muito especial na forma como as histórias conversam com os desenhos.
Esse livro foi publicado aqui pela finada Cosac Naif e, até o momento, não parece ter saído por nenhuma outra das editoras que comprou o catálogo deles. Uma pena, poque é uma obra realmente formidável. A quem interessar possa, contudo, há vários outros volumes do autor que saíram por aqui... e também o curta animado que venceu o Oscar da categoria em 2011.
Piranesi, de Susanna Clarke
Romance epistolar sobre solidão, humanidade e a Casa de beleza imensurável e bondade infinita. Leitura fascinante, que emociona e encanta - e tem previsão de sair traduzida esse ano aqui no Brasil, pela editora Morro Branco.
Clarke é uma autora muito especial pra mim. Embora tenha escrito pouco em comparação com outros favoritos muito prolíficos cá na estante, cada uma das obras dela é especial. Gosto de lembrar o fato de que Jonathan Strange & Mr. Norrell foi a primeira resenha literária publicada aqui no blog, foi meio quando... encontrei minha vocação como blog.
A Ilha do Dia Anterior, de Umberto Eco
Completando as indicações outonais, um dos livros mais ambíguos, surreais (aparentemente elegi o surrealismo para a estação esse ano...) e repleto de meandros históricos para explorar do saudoso mestre Umberto Eco: falo, claro, de A Ilha do Dia Anterior.
Eco é um especialista em nos fazer questionar constantemente a interpretação dos fatos que ocorrem no enredo. Bem, considerando que a especialidade dele era semiótica, não é uma coincidência que suas obras sigam aquela sua ideia de obra aberta e estejam sempre nos limites da interpretação. Aqui, você leitor, decide se acredita no algo sobrenatural duplo do protagonista ou se o considera um paranóico irrecuperável.
Como bônus (pelo menos pra mim), temos o Cardeal Mazarino. Eu tenho um sério problema com essa minha fascinação por esses governantes franceses manipuladores de personalidade forte: Richelieu, Mazarino, Napoleão... E o Churchill, que não é francês, mas está no mesmo patamar de astúcia diabólica.
Pergunto-me o que isso diz sobre mim... Mas, enfim, uma boa lista com que passar a estação, não? E enquanto o inverno não chega... colecionemos folhas secas.
A Coruja
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