5 de dezembro de 2011
Para ler: A Magia de Holy Wood
Este é o último dos livros em português do Pratchett que resenho por aqui. Isso porque, depois dele, só foram lançados mais três, dos quais já falei: O Senhor da Foice, Quando as Bruxas Viajam e Os Pequenos Homens Livres.A realidade não é digital, algo que se liga e se desliga, mas analógica. Gradual. em outras palavras, a realidade e uma qualidade que as coisas possuem, da mesma forma como possuem, digamos, peso. Algumas pessoas são mais reais que outras, por exemplo. estima-se que existam apenas cerca de 500 pessoas reais em cada planeta, motivo pelo qual elas vivem se encontrando inesperadamente o tempo todo.
O Disco é tão irreal quanto possível e ao mesmo tempo real o suficiente para existir.
É real o suficiente para ter problemas de verdade.
Sendo absolutamente sincera, esse talvez seja, de todos os livros que li da série até agora, o que menos gostei (e, ainda assim, é muito superior a muita coisa que a gente vê por aí...).
Segundo o The Folklore of Discworld, certas idéias ecoam entre dimensões, encontram brechas no tecido da realidade, repetindo-se em diferentes mundos. É com base nesse pensamento que temos A Magia de Holy Wood (Moving Pictures no original) e também Soul Music (próximo livro da série que vou resenhar, semana que vem). No caso de Holy Wood, a idéia que se infiltra no Disco é bastante óbvia, não?
Pois bem... os alquimistas do Disco descobriram – ou inventaram, a depender do ponto de vista – os filmes. Claro que tal invenção logo escapa da comunidade científica, indo parar nas mãos de alguns bem intencionados que montam uma indústria de entretenimento na colina de Holy Wood.
Entre eles, estão Victor Tugelbend, um aprendiz de mago relutante (que é também a contraparte do Disco para ninguém menos que Fred Astaire) e Theda “Ginger”, que se transformarão em celebridades do nascente cinema de Discworld. Jogue nessa equação Dibbler Cava-a-própria-Cova – mais infame de todos os comerciantes do Disco – como produtor de filmes e você terá uma verdadeira receita para o desastre.
Afinal, num mundo em que o poder da crença é o verdadeiro elixir dos deuses e combustível para suas próprias existências, a realidade alternativa apresentada pelo cinema tem todo o potencial de enfraquecer os limites entre os mundos e permitir que não apenas todo tipo de referências ocultas ao nosso cinema clássico apareçam (impagável Dibbler reinterpretando Cantando na Chuva, para ficar só em um exemplo...) quanto criaturas de pesadelo atravessem.
Então, prepare a pipoca! O filme já vai começar!
A Coruja
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