22 de dezembro de 2022

Livros para ler no Verão


Chegamos a mais um início de verão - por aqui, com chuva, para dar uma refrescada no início da manhã. Sentada na varanda, escrevo olhando para o mangue e, lá na frente, o mar… Não que isso faça diferença no grande esquema das coisas, considerando o quanto desgosto de calor e sol cozinhando meus miolos (ainda que eu ande precisando dar umas caminhadas para aumentar a vitamina D….).

Deixando de lado a qualidade quase reflexiva em que estou, vivendo de olhar o sol através da janela como um vampiro relutante, o início do verão significa, obviamente, que é tempo de fazer mais uma lista de recomendações veranis! Então, vamos a elas!


O Infinito em um Junco, de Irene Vallejo

Começo com esse verdadeiro ode ao livro em todos os seus formatos e tempos - uma leitura que foi para a lista de melhores do ano. O Infinito em um Junco é um livro que surpreende pela forma leve, por vezes até divertida com que trata de um assunto que parece bem ‘seco’: essencialmente, a evolução do design do livro.

Eu comecei com uma amostra do ebook, mas desde as primeiras páginas a escrita da Vallejo me prendeu tanto que saí correndo para comprar o livro físico - porque foi um daqueles volumes que eu queria ter em mãos e colocar na estante, riscar, rabiscar, escrever nas margens para então reencontrar tudo o que pensei em futuras releituras.

Dá para ler tranquilo na beira da piscina, esparramado na espreguiçadeira, sentindo o vento no rosto e pensando nas margens repletas de papiros do Nilo…

Morte no Nilo, de Agatha Christie

Falando em Nilo, como é de praxe, tenho uma Agatha Christie para recomendar sempre que chega o verão. E dessa vez sigo com um dos meus favoritos da Rainha do Crime - que inclusive virou filme esse ano -, o eletrizante Morte no Nilo.

Eu me lembro de ler esse livro pela primeira vez e ter vontade de fazer aquele mesmo passeio de barco, viajar pelo deserto margeado pelo maior rio do mundo - pensar em toda a história carregada e ainda oculta por trás da areia.

Mesmo sabendo o final, eu ainda me empolguei muito relendo, o que demonstra bem a capacidade que Christie tem de nos fazer mergulhar em seus enredos.

Coração de Tinta, de Cornelia Funke

Após uma História dos livros e um mistério a ser resolvido, termino a lista desta estação com uma fantasia que me acalenta a alma de qualquer bibliófilo (afinal, tem tudo a ver com livros e leitores!), simpática e fácil de ler. Falo de Coração de Tinta, da Cornelia Funke, que é um dos meus favoritos da vida.

Engraçado que detesto a continuação dele - e nunca cheguei a pegar o terceiro volume de tanto que detestei o segundo… Mas tudo bem, porque Coração de Tinta funciona muito bem como uma aventura fechada e independente de continuações. O que é bom, porque verão é uma estação condizente com livros que se encerram em si mesmos, em vez de desfiar por vários volumes em longas sagas…

Enfim, eis a lista da vez. Voltamos na próxima estação, com mais recomendações ao gosto do clima!


A Coruja


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2 comentários:

  1. Olá! Puxa, gostei das indicações. Li três livros da Christie: "Convite a um homicídio", "Por que não pediram a Evans" e "Poirot Investiga. Acho que guardei pouco do que eu li na época, depois de tantos anos, mas me lembro bem que foi muito divertido.
    Engraçado, eu me lembro de ter assistido o filme "Coração de tinta", mas não me lembro de mais nada sobre o enredo.
    Esse outro livro, sobre a evolução do design do livro, parece fascinante! Eu sou encantado com o códice, como ele é uma solução elegante e poética para o problema do armazenamento e resgate da informação. Tanto que tenho uma oficina que realizo em bibliotecas em que falo sobre em linhas gerais sobre o desenvolvimento dos livros até a chegada ao códice. É simplesmente emocionante!
    Achei as dicas ótimas. Até próxima!

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    1. Nossa, considerando sua oficina, acho que o livro da Vallejo vai cair como uma luva para ti. Aqui no blog tem a resenha completa dela (só procurar lá no índice, ou clicar no título do livro nesse artigo mesmo) e foi uma das melhores leituras que fiz em 2022. É tão bacana você pensar na história do livro e da literatura, de como isso tem a ver com a nossa própria história, nossa construção cultural, nossa memória coletiva... a escrita nos permitiu guardar o conhecimento que, de outra maneira poderia se perder de uma geração para a outra, a depender da memória de quem se interessaria por ouvir os ensinamentos e histórias dos mais antigos.

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