27 de janeiro de 2022

A Vertigem das Listas: Dez Histórias no Mar, num Rio, Lagoa etc


Ísis: Olá, gente!! Esperam que 2022 tenham-nos recebido calorosamente! Seguindo a deixa no sentido literal de calor, a COP26 ano passado demonstrou que aquecimento global não é debatido se é real ou não: já se reconheceu que é uma realidade, e agora discute-se como resolvemos?

Em consideração a esse tema, os Vertigens ímpares esse ano serão de tópicos relacionados ao clima ou ao ambiente em geral. Já nesse mês de janeiro, que é tipicamente de férias no Brasil, e é também de verão para nós no hemisfério sul, vamos com Dez Histórias no Mar, num Rio, numa Lagoa etc.

1. Começo minha lista com um seriado que marcou minha infância, justamente por ser totalmente ambientado em alto mar (e numa ilha), Ocean Girl. Trata-se de uma série australiana que gira em torno de Neri, uma menina de grande fôlego debaixo d'água que tem um forte relacionamento com a baleia Charlie. Que eu tenha assistido, não há muitas séries água, ou melhor, debaixo, creio que por questões técnicas, embora hoje em dia seja bem mais fácil. Essa série bate muito na questão da preservação ambiental, especificamente na proteção aos oceanos, o que a faz campeã na minha lista.

2. A Lagoa Azul Clássico da tarde, ainda que censurado quando passa nesse horário. Duas crianças de famílias classe média alta ou classe alta fazem parte de um pequeno grupo que sobreviveu ao naufrágio do navio em que estavam. Com eles sobreviveu um senhor mais idoso da terceira classe, graças ao qual as crianças aprendem o suficiente para sobreviverem na ilha onde foram parar. Mesmo depois que o senhor morre, ambos já têm conhecimento suficiente para sobreviverem, mas há coisas que aprendem sozinhos, e entre elas está descobrirem as mudanças de seus corpos quando atingem a adolescência, e, com isso, todas as alterações que vêm junto. Apesar de ser um filme meio cru, gosto da sutileza que ele traz ao explorar quem somos fora de uma sociedade. Para começo de conversa, nadar nus nas praias e nos lagos da ilha não é problema para eles.

3. Titanic. Preciso dizer mais? Um dos maiores sucessos cinematográficos, e a história não só é baseada em fatos realíssimos, como se passa em alto mar em mais ou menos quatro dias. Uma das características interessantes dessa obra é que entre suas cenas, inclui-se imagens exclusivas do Titanic uns 80 anos após seu naufrágio. A história de Jack e Rose é fictícia, mas muitos dos personagens que conhecemos no decorrer desse longa-metragem existiram, e muitas das cenas são baseadas em fatos documentados, ou nas teorias mais recentes. Quantas e quantas vezes não me imaginei querendo voltar no tempo e salvar mais pessoas naquela noite fatídica, pessoas essas cuja maioria morreu de hipotermia… Enfim, Titanic é um filme, mas parte dele é quase um documentário.

4. One Piece. Eu confesso que não assisto e só li até um certo ponto ainda muito cedo nesse enredo quase infinito, mas se for para escolher um anime/mangá que se passa em água, como não apontar essa história de piratas? Luffy e sua turma navegam os oceanos atrás do lendário tesouro One Piece - daí o título - tesouro esse que foi declarado o possuidor será o Rei dos Piratas. Eu não sei quantos personagens já tem essa história que começou em 1997 (mangá)/1999(anime) e continua até hoje, mas certamente mais de 50 tem.

5. Eu gosto muito da história da Pequena Sereia, inclusive a versão da Disney. Quantas vezes já não simulei numa banheira a Ariel erguendo-se com as ondas na nota final de "Part of Your World"? O filme da Disney especificamente foi-me muito precioso, e não só pelas músicas que adorava cantar - e que até hoje cantarolo com boa frequência. Adorei ver uma ruiva como protagonista em vez de uma loira, adorei ver uma heroína que fazia o que podia para conseguir o que queria, e que crescia com sua jornada. Igualmente importante era ter uma história que se passava no mar, posto que na época eu estava numa cidade que, embora tivesse costa, não era tão acessível quanto a minha Fortaleza natal, e era fria também, então quase não íamos à praia, coisa que em Fortaleza fazíamos TODO FIM DE SEMANA. Eu sentia falta do mar e A Pequena Sereia ressoou muito comigo acho que parcialmente devido a isso…


Lulu: Ok, gostei do tema - não apenas para esse mês, mas de uma maneira geral. Boa ideia, Ísis!

Agora, vejamos o que listar aqui nas minhas escolhas…

6. Começo minha lista de hoje com Nation, do Terry Pratchett. Essa é uma história independente de Discworld, diferente do humor fácil de muitos dos títulos da primeira fase da série que fez sir PTerry famoso. Começa com uma tempestade, uma inundação, uma luta desesperada por sobrevivência, uma ilha repleta de ausências e dois náufragos.

Nation é um dos livros mais pungentes do Pratchett; daquelas leituras que nos partem o coração, que nos mergulham em mil e uma reflexões, doídas e surpreendentemente verdadeiras. Não à toa, ele a considerava sua melhor obra. Lembrando dele para a lista, imediatamente fiquei tentada a fazer uma releitura… mas tenho outras prioridades por enquanto…

7. Piranesi, da Susanna Clarke, se passa num universo paralelo que é todo ele uma Casa colossal - uma casa grande o suficiente para conter mares em suas dependências. O narrador da história, Piranesi, passa seus dias explorando a Casa, descobrindo seus vastos halls, suas estátuas, suas particularidades - e se preocupando bastante com o ritmo das marés e das possíveis inundações.

O clímax do livro vem exatamente num desses momentos de tormenta, com a maré subindo, quase o dilúvio bíblico. Tornou-se um dos meus livros favoritos já na primeira leitura e esse ano terei uma excelente desculpa para relê-lo, já que ele será tema de debate de uma das reuniões do clube do livro de que participo.

8. O Livro das Sombras: La Belle Sauvage, de Philip Pullman. Embora eu não tenha gostado do que Pullman fez no segundo volume dessa nova trilogia (que se passa no mesmo universo de Fronteiras do Universo), o primeiro me deixou bastante curiosa. La Belle Sauvage é uma jornada fantástica, em meio a uma enchente como poucas, num barquinho com três crianças, uma das quais um bebê. Boa parte da ação se passa navegando rio abaixo e, por isso, não resisti a colocá-lo aqui.

9. Quando li Nós, os Afogados, de Carsten Jensen, fiquei absolutamente encantada com a história. Trata-se de uma saga épica, que se passa numa pequena cidade do litoral dinamarquês, acompanhando a vida de três homens que têm seus destinos ligados ao mar. Passando pelas duas Guerras Mundiais; por evoluções tecnológicas ligadas aos barcos em que se jogam no desconhecido oceano; por crises e conflitos diversos, é, sem dúvida, uma narrativa inesquecível, que vale muito a pena descobrir.

10. Como eu poderia deixar de terminar essa lista com um dos clássicos da minha infância? Claro que estou falando de 20.000 Léguas Submarinas, do Jules Verne, e minha primeira paixonite literária, o misterioso Capitão Nemo! Preciso mesmo explicar o porquê dele estar nesta lista?


Ísis: Quando eu sugeri esse tema, não me restava dúvida alguma que Lulu escolheria 20.000 Léguas em algum momento.

E que bom que aprovaste os temas climáticos!!! Isso me deixa muito feliz!

Alguém mais lembrou de algo que merecia estar nessa lista? Alguém ficou morrendo de calor e está doidx para pular numa piscina, banheira, oceano? Bem, eu estou, então licença que vou ali estrear meu biquíni novo…

Até o próximo vertigem!


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