E de novo é verão, chegamos ao fim de mais um ciclo de estações e acordamos naquele que é - literalmente - o mais longo dos dias. Sim, amigos, estamos novamente num solstício! O que significa que é tempo de recomendar leituras para uma nova estação!

O calor dessa época costuma me deixar mais lenta e dedicada a cochilos nas horas mais quentes do dia - é a preguiça de fim de ano, quando parece que todo o cansaço do resto do ano se faz particularmente presente, e aí aquela semaninha de recesso se torna particularmente perfeita para hibernar. É, eu sei que hibernação é coisa do inverno, mas sou o contrário dos ursos e minha cabeça funciona melhor em temperaturas controladas (como os trolls do Pratchett).

Enfim, para os que aproveitam essa época para colocar o sono em dia - e outras atividades não particularmente exaustivas - vamos de leituras leves, rápidas, viagens e magia, praias e férias, um crime ali, uma travessura ali. Claro que, para quem gosta de ler na beira da praia (ou da piscina), esses também são ótimos títulos - e ainda estão disponíveis em versões de bolso, que é para facilitar o manuseio enquanto o leitor se estira ao sol.

Então, aqui encerramos nosso ciclo de livros por estação de 2021. Mas ano que vem tem mais... Lembrando ainda que ao clicar no título do livro vocês seguem para a resenha completa de cada um deles.

Morte na Praia, de Agatha Christie

Hercule Poirot, o detetive belga mais famoso dos personagens criados pela Rainha do Crime, não pode pensar em tirar férias que é certo que um crime há de ocorrer. É realmente curioso como sempre que ele pensa que vai ter um descanso... algo acaba acontecendo em sua proximidade, e seus talentos se mostram imediatamente necessários.

Morte na Praia segue exatamente essa premissa - um resort numa pitoresca ilha, dias de sol e mar, e um cadáver para colocar as coisas em perspectiva.

Uma das coisas mais interessantes desse mistério é que Christie usa nossos próprios preconceitos para nos levar a um caminho de enganos. Não fosse Poirot, dificilmente a trama seria descoberta! Uma ótima pedida para levar consigo nas férias e assustar banhistas incautos que talvez comecem a achar que você está lendo aquilo para ter... ideias...

Sonho de uma Noite de Verão, de William Shakespeare

Eu não gostava tanto assim de Sonho de uma Noite de Verão até ter oportunidade de assistir a história nos palcos. É uma experiência fenomenal assistir uma peça no teatro, mais mágico do que simplesmente ver o filme. Porque, nas telas, há efeitos especiais e cenários escolhidos a dedo, mas no teatro, cenário, figurinos, efeitos, tudo isso é secundário. São os atores que fazem a magia, e quando eles conseguem te convencer daquilo que está acontecendo no palco... é até difícil de explicar.

Eu tenho a lembrança de assistir essa peça num palco a céu aberto, num final de tarde, já caindo a noite de verão. Mas, mesmo sem essa experiência, sem a memória a adoçar o gosto de ler as falas e sentir a cadência da poesia do bardo, vale à pena ler (ou reler) Sonho de uma Noite de Verão e se deleitar com as confusões amorosas, as trocas de casais, as travessuras de Puck e das outras fadas.

Experimente ler em voz alta. É uma peça curta, e há algo realmente encantador em se deixar perder nos ritmos da poesia de Shakespeare.

Viagem ao Centro da Terra, de Jules Verne

Termino minha lista de recomendações com Verne (pelo segundo ano seguido! Aparentemente tenho autores específicos que associo à estação... a Christie também estava na última lista veranil). E como gosto da ironia de indicar para a mais quente das estações uma leitura em que os personagens literalmente vão parar dentro de um vulcão (na verdade, mais de um vulcão aparece ao longo da história), cá estamos nós com Viagem ao Centro da Terra.

Sou fã de uma boa aventura e é difícil pensar num livro mais aventuresco que esse. Exploradores intrépidos, mergulhando na escuridão do mundo, descobrindo um mundo fantástico bem sob nossos pés! Dinossauros! Travessias por mares nunca dantes navegados! A luta pela sobrevivência!

Como eu poderia resistir? Verne é sempre uma boa pedida, mas ele me parece particularmente inspirado para essa época do ano, com suas viagens de jangada, balão, elefante, submarino e por aí afora... Se você estiver viajando ou ficando em casa, aproveitar para fazer uma jornada com Verne sempre vale à pena.


A Coruja