10 de dezembro de 2020
The Neil Gaiman Reader
I envy the person who, by picking up this collection, will be reading Neil for the first time. But on the other hand, people who know all of the Beatles’ songs still pick up compilations, and they do so for a reason. This is an introduction by way of throwing you in the deep end, touching on nearly everything that has sealed Gaiman’s reputation as one of our masters of fantasy. And yet even for the person who’s read quite a bit of his work, there is still much to discover, even in the old stuff. Like I said, there are people who own every album but still buy the greatest hits, and it’s not because of nostalgia.
Para começar, devo dizer que eu já tinha lido praticamente todos os contos apresentados na antologia; apenas dois (Mythical Creatures e Monkey and the Lady, esse último o único que Gaiman incluiu por conta própria) me eram realmente inéditos. Bem, nenhuma surpresa nisso: o objetivo de The Neil Gaiman Reader era apresentar uma seleção dos melhores trabalhos do autor, escolhidos por leitores.
Eu lembro de ter participado da votação pelo site dele - meus favoritos estão todos presentes: já abre com Arremate por Atacado (que parece estranhamente adequado para o momento que vivemos…), continua com pequenas jóias como Cavalaria (realmente amo esse conto) e A Ponte do Troll, os arrepiantes Neve, Vidro e Maçãs (você nunca verá a Branca de Neve com a mesma inocência) e Mistérios Divinos (que me fez mergulhar em muitas horas de reflexões sobre livre-arbítrio, destino e planos inefáveis) e as fanfics de Sherlock Holmes, Um Estudo em Esmeralda e Caso de Morte e Mel. Esses são só alguns dos meus preferidos, mas a verdade é que todos aqui são excelentes e mereciam ser citados.
São, ao todo, quarenta e sete contos, mais trechos de Lugar Nenhum, Stardust, Deuses Americanos, Os Filhos de Anansi e O Oceano no Fim do Caminho. Apresentados cronologicamente, mostram a evolução de Gaiman como escritor, sua extraordinária capacidade de transitar por gêneros e de transformar o prosaico em fantástico. Lidos em conjunto, também permitem descobrir temas e motivos que se repetem por décadas de prolífica produção.
Para quem já acompanha de longa data o autor, o volume nos lembra o que faz do Gaiman o monumento que ele é. É interessante como compêndio organizado, para ter tudo em um único lugar: se você é um pesquisador e tem interesse em caçar padrões para fazer longas e convolutas análises (como esta que vos escreve), vale à pena tê-lo na estante. Contudo, se você já tem as antologias na estante - como Coisas Frágeis e Alerta de Gatilho -, faz mais sentido investir nas graphic novels desses contos: contei pelo menos quinze deles que foram adaptados por diversos artistas.
Para quem está começando na bibliografia do Gaiman, porém, esse volume é uma boa amostra de seu estilo, uma porta de entrada para seu panteão multicultural, sua constante metanarrativa (nunca me dera conta antes de quantos desses protagonistas narradores são, eles mesmos, escritores) e ironia intertextual. É uma apresentação e um aperitivo (se é que se podem chamar mais de setecentas páginas de conteúdo de “aperitivo”) para deixar com água na boca e então mergulhar mais fundo nos universos fantásticos do Mestre do Sonhar.
Nota:
(de 1 a 5, sendo: 1 – Não Gostei; 2 – Mais ou Menos; 3 – Gostei; 4 – Gostei muito; 5 – Excelente)
Ficha Bibliográfica
Título: The Neil Gaiman Reader: Selected Fiction
Autor: Neil Gaiman
Editora: William Morrow
Ano: 2020
Onde Comprar
Amazon
A Coruja
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Sobre
Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.
Excelente resenha. Acho que todos os contos desse livro já foram publicados em alguma das antologias do Gaiman no Brasil. Adoro o estilo de escrita dele, e os temas que ele trabalha. De vez em quando pego alguns dos meus contos favorito dele para reler (como Cavalaria, que você citou ��). Nunca cansa. ��
ResponderExcluirDe fato! Mesmo que tenhamos a familiaridade com vários dos contos e com o estilo do autor, há algo na escrita do gaiman que nos faz relê-lo sempre com prazer.
Excluir