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1 de outubro de 2018

Geek Love: o belo, o feio e o bizarro


Os movimentos da minha corcunda são agradáveis no ar quente, e o suor da minha cabeça careca escorre para dentro dos olhos, fazendo-os arder sob a luz intensa. O espírito da corcunda sacolejante se move pelo palco e contagia calças vermelhas, barrigas peludas e todo mundo, enquanto eu piso na minha blusa sem botões, escorrego nos arreios de elástico emaranhados e abro tanto os olhos quase cegos que eles conseguem enxergar que de fato há um tom cor-de-rosa ali - o olho albino na órbita sem cílios para protegê-la -, e isso é bom. Como me sinto orgulhosa dançando no ar cheio de olhos que me observam ali descoberta, incapazes de se desviar por causa do que eu sou. Aqueles pobres sapos atrás de mim estão em silêncio. Eu os superei. Eles pretendiam me usar e envergonhar, mas eu venci pela natureza, porque uma verdadeira bizarrice não pode ser inventada. Um bizarro de verdade deve trazer isso desde o nascimento.

Se você passasse pela livraria e só visse o nome Geek Love na capa, sobre o que você acharia que era essa história? Pessoalmente, desconfio que um livreiro desavisado poderia muito bem colocá-lo na prateleira de romances achando ser uma história ‘sessão da tarde’ em que nerds se apaixonam em alguma convenção de quadrinhos ou coisa parecida.

Ele não poderia estar mais errado.


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5 de setembro de 2018

Desafio Corujesco 2018 - Uma História Narrada em Primeira Pessoa || Middlesex


Eu nasci duas vezes: primeiro como uma menininha, num dia excepcionalmente despoluído de Detroit, em janeiro de 1960; e depois outra vez como um rapaz adolescente, num ambulatório de emergência perto de Petoskey, Michigan, em agosto de 1974.

Não faço ideia de como Middlesex apareceu no meu radar. Sei que o autor dele é o mesmo de Virgens Suicidas, mas como nunca vi o filme ou me interessei pelo título, não posso dizer que tenha sido por causa disso. Talvez tenha sido uma questão de oportunidade, já que peguei o livro numa troca. Talvez eu o tenha visto em alguma lista; ele venceu o Pulitzer em 2002 e muita gente o considerou um dos grandes romances do século. De fato, tenho quase certeza de já ter cruzado com ele nalguma lista do tipo ‘livros para ler antes de morrer’.


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Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.

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