28 de abril de 2022
A Vertigem das Listas: Dez histórias que se passam em um deserto ou clima quente
Ísis: Mês passado éramos náufragas numa ilha deserta, mas que felizmente era cheia de coqueiros que se multiplicavam graças às bênçãos de Johnny Castaway, então estávamos até bem. Mas esse mês passaremos apuros explorando Dez Histórias que se Passam em um Deserto ou Lugar de Clima Quente. Coitadas de nós!
AVISANDO QUE HÁ SPOILERS ÀS ESCONDIDAS!!!
1. Eu adoro Teen Wolf, especialmente o Stiles (Dylan O’Brien). Cada temporada me foi apreciada por motivos diferentes, e a quarta, apesar de ser a mais curta com apenas doze episódios, não foi diferente. Apesar de não se passar inteiramente num deserto, o primeiro e o último episódio se passam inteiramente em um deserto do México (pelo que vi no mapa, tem mais de um). Scott e sua turma enfrentam seu mais novo adversário - e uns não tão novos - sem a ajuda de um de seus principais aliados, Derek, que no começo está sumido e, próximo ao final, está parcialmente incapacitado.
2. Vou pegando o gancho de Teen Wolf e comentar sobre a trilogia estrelada por Dylan O’Brien. Especialmente o segundo livro/filme da série Maze Runner passa-se inteiramente num deserto. (SPOILER!) Aliás, nessa série de ficção científica, a Terra foi desolada por tempestades solares, o que tornou nosso planeta praticamente um deserto e matou quase toda a população humana, a vegetal e a maioria dos outros animais. Assim, tecnicamente falando, a história toda se passa num deserto, na verdade. É uma história cheia de momentos de angústia e esperança e embates éticos na buscar da cura do vírus que surgiu após o desastre natural, que tornou praticamente zumbis mais boa parte da população remanescente.
3. 你是我的荣耀 (Você É Minha Glória) é meu seriado chinês preferido por sua simplicidade, pela quantidade enorme de beijos BEM ENCENADOS (isso não é comum em seriados chineses onde às vezes nem beijo tem, embora seja cheio de cenas românticas) e momentos que nos deixam suspirando. Jingjing é uma famosa atriz e Yutu é um pesquisador espacial. Embora a série não se passe num deserto, tem muitas cenas acontecem no deserto de Gobi, onde os pesquisadores do Centro de Pesquisas Espaciais Chinês testam equipamentos que mandarão para Marte. Em dado momento, Jingjing também está gravando no deserto, e é lá que ocorre uma das minhas cenas preferidas do seriado [aviso de spoiler!]: Esse e esse.
4. Vidas Secas foi o primeiro livro que li sobre os sertões, salvo engano. Até o ler, acho que já tinha passado por vários livros de José de Alencar e os adorava, mas apesar de ele ser cearense, estado que é quase todo sertão, não li nenhuma história que me lembra nesse ambiente. A obra de Graciliano Ramos foi-me difícil dado o vocabulário, o ambiente inóspito e as desgraças que aconteciam diante da vida em um lugar tão difícil. Certas cenas são chocantes por uma questão de sentimentos mesmo, outras me eram igualmente comoventes por uma questão de admiração à resistência do povo que não só sobrevive, mas vive no sertão brasileiro. Tiro o chapéu aos vaqueiros, boiadeiros, agricultores e todos aqueles que produzem tantas coisas que nós em ambientes urbanos, especialmente as grandes metrópoles, às vezes não damos o devido valor até que os preços subam pela inflação ou outro motivo.
5. Eu ia acrescentar outro livro de autoria brasileira, mas a Lu lembrou-me de uma história cuja adaptação cinematográfica eu reassisto bastante: Perdido em Marte. Confesso que não li o livro, apenas assisti ao filme… algumas 15 vezes a essa altura. Eu adorei a ideia de que foi um botânico, o cientista mais desprezado ali naquele grupo, que ficou preso num PLANETA deserto. Adorei as ideias científicas, a forma como elas foram apresentadas ao espectador, pois as explicações nos eram fornecidas sem ficar óbvio que os respectivos diálogos aconteciam somente para tanto.
Principalmente, porém, eu adorei a ideia de que todos aqui na terra - independentemente do país -, mais a equipe que ainda estava no espaço, juntaram-se para salvar aquele que ficara para trás. Foi bonita a mensagem, pelo menos eu achei que sim.
Lulu: Eu li o livro e assisti o filme e gostei muito de ambos. De fato, é uma mensagem bacana, e para um enredo que tinha tudo para ser trágico, é surpreendente o quanto de humor ele contém.
Agora, minha vez… Tô aqui pensando com meus botões por onde começar com essa lista… enfim, lá vamos nós!
6. Eu tenho uma profunda fascinação por Paraíso Perdido, de John Milton, poema épico que conta da história da Rebelião de Lúcifer e da Queda do Homem. Indico-a aqui porque, embora parte da ação se passe no JARDIM (sim, com maiúsculas… O primeiro!), o começo a história nos mostra Lúcifer e seus companheiros no Inferno - e não acho que possa existir algo mais desértico ou quente (lava e enxofre?) - que o Inferno. Pelas mesmas razões, eu poderia indicar o primeiro livro da Divina Comédia, mas minhas lembranças de Milton são mais recentes e vívidas (ando devendo uma releitura de Dante, para ser sincera… está nos planos futuros…). Enfim, acho interessante aqui a ideia de um deserto que não é apenas físico, como também emocional.
7. Como eu poderia resistir a ideia de colocar Aladdin aqui? Não apenas porque a versão animada da Disney foi uma das animações com que cresci e ainda sei cantar todas as músicas de cor, mas por ela ter sido minha porta de entrada para As Mil e Uma Noites, e para a figura de Sherazade, que é uma das minhas heroínas pessoais, com seu poder de criar e encadear histórias. Vou ali cantarolando Arabian niiiiiiightsssss...
8. Saint-Exupéry é mais conhecido por O Pequeno Príncipe (que também se passa, em boa parte, num deserto), mas vou indicar um outro livro dele, que resgata algumas memórias de quando o próprio aviador francês sofreu um acidente e caiu no deserto, onde quase morreu de sede - aventura da qual provavelmente utilizou muito para escrever sua mais famosa fábula. Estou fazendo referência ao livro Terra dos Homens, um livro incrivelmente belo, real e humano - e que, numa certa medida, considero ainda melhor que O Pequeno Príncipe. Por sinal, acho que ando precisando de uma releitura dele (de novo, eu sei…).
9. O Golem e o Gênio, de Helene Wecker, é um livro que me pegou completamente de surpresa. É uma narrativa que bebe em culturas diferentes, repleta de magia e História, passando-se nos círculos imigrantes da Nova York da década de 1920. Várias cenas, contudo, ocorrem no deserto - afinal, temos um legítimo gênio da lâmpada entre os protagonistas e o passado dele está intimamente ligado a esse cenário.
10. Termino por hoje com O Cavalo e seu Menino, do C. S. Lewis, que talvez seja a minha história favorita entre todas as outras Crônicas de Nárnia - embora haja algumas questões bem polêmicas pelo meio do caminho... Enfim… Shasta é um garoto adotado por um pescador calormano que, para fugir de ser vendido como escravo, une forças com Bree, um cavalo narniano, Aravis, uma princesa mandona e Hwin, a égua da princesa. Juntos, eles têm de atravessar um deserto para chegar ao Norte e ao reino de Nárnia. Muita coisa nessa crônica me faz lembrar As Mil e uma Noites, mas ela me conquistou pelos personagens.
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