4 de outubro de 2018

Empilhando no Escaninho #33 (Os Links da Coruja)


Chegou outubro! Contagem regressiva para as férias! Falta pouco, muito pouco, muito pouco... E contagem regressiva também para o Halloween, afinal, adoro o dia das bruxas! Está aí uma tradição importada que sempre estou desejando que pegue aqui pelo Brasil...

Enfim, enquanto não chega o dia de botar pernas para o ar, ou de vestir o chapéu pontudo, tem mais uma lista de links para compartilhar com vocês!

  • Já tinha lido antes o ensaio do Gaiman sobre por que precisamos de bibliotecas. Mas o texto se torna ainda mais interessante somado às ilustrações do Chris Riddell - como pode ser visto aqui. As palavras do Gaiman complementam muito bem o ensaio Let There be Dragons, que traduzi mês passado. Para refletir. E sim, eu senti vontade de usar toda a série de desenhos e palavras como papel de parede no meu quarto...


  • Aproveitando o embalo, mais um ensaio de um autor de fantasia que adoro: Philip Pullman, autor de Fronteiras do Universo, escrevendo sobre os limites da razão, ou porque acreditamos em magia. Fiquei com muita vontade de visitar a exposição da qual ele fala no texto...


  • Pegando o gancho dos contos de fadas, recomendo fortemente a leitura desse artigo da Mary Sue sobre a evolução de Cinderella de um ponto de vista feminista. Gostei muito das colocações apresentadas sobre como cada nova versão do conto mostra uma faceta diferente da personagem, constrói sua figura e sua força; seu poder de agência, modernizando a princesa clássica, mas sem esquecer o que ela tem de melhor.

  • Adorei esse artigo do Guardian sobre a Jane Austen Pineapple Appreciation Society (que nome maravilhoso!). O texto é curtinho, mas ele resume muito bem algumas coisas do que penso sobre como a literatura serve como conforto e para agregar pessoas. Eu não costumo colocar vestidos dos tempos da regência (exceto por uma ou duas vezes...), mas entendo bem a importância de se reunir com pessoas que gostam de ler e falar dos livros que leram. Não é à toa que o clube do livro de que cuido tem quase uma década de debates, e segue firme e forte.

  • Um dos meus sonhos de consumo é possuir um ex-libris. Mas não qualquer ex-libris: se for para fazer, quero fazer bem feito. Encomendar uma arte exclusiva, mandar fazer o carimbo e, se brincar, até achar as almofadinhas de carimbar coloridas, para escolher a melhor cor possível para a minha arte. Enquanto isso não acontece, babemos nessa incrível coleção de ex-libris disponibilizados online pelo museu dinamarquês Frederikshavn. Imagino que muitos deles eram colados ao livro em vez de carimbados, mas, seja como for, serve para já inspirar...



  • Jurava que já tinha feito essa indicação antes, mas não encontrei nos meus links passados... Então aqui vai a fantástica Encyclopedia of Science Fiction, com mais de 17.000 verbetes que cobrem uma miríade de assuntos, de literatura a cinema. Os textos de cada verbete vêm repletos de referências e indicações de bibliografia e o projeto é aberto a colaborações. É um site excelente para quem quer começar uma pesquisa.

  • Para quem gosta de bullet journals, aqui tem uma série de ideias para usar esse tipo de diário/agenda e organizar as leituras. Todo começo de ano penso em seguir minha agenda direitinho, mas nunca consigo realmente manter a periodicidade. Talvez eu experimente fazer um bullet journal ano que vem? Quem sabe...

  • Matilda é um daqueles livros que eu queria ter descoberto criança; mesmo a adaptação eu só assisti adolescente e, caramba, como fez falta ter um modelo com Matilda quando eu era criança... Enfim, esse clássico de Roald Dahl faz aniversário: 30 anos de uma garotinha precoce que adora livros e não tem medo de enfrentar injustiças. Levando em conta tal histórico, achei fantástica a escolha de colocar Matilda enfrentando ninguém menos que Trump. A instalação, temporária, foi escolhida pelo público como parte das comemorações de aniversário do livro, com uma enquete questionando quem deveria ser o antagonista moderno de Matilda, no lugar da odiável diretora da escola que aparece na história. Achei a escolha do oponente muito fiel ao espírito do romance, um símbolo poderoso frente a algumas das situações que temos enfrentado no mundo. Podiam trazer o monumento cá para o Brasil também, devidamente adaptado às circunstâncias...

  • Notícia linda do dia: a Cornelia Funke vai escrever com Guillermo Del Toro a versão romanceada de O Labirinto do Fauno. Esse é um dos meus filmes favoritos e a Funke é uma autora de mão cheia (embora eu tenha alguns pés atrás com ela por continuações desnecessárias. Amo de paixão Coração de Tinta, mas preferia que ela tivesse terminado a história com o final do livro e não se alongado por mais dois volumes...), então estou bem animada para ver o que virá por aí.


A Coruja


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5 comentários:

  1. Sobre o 4º tópico: Comédia romântica não seria uma espécie de conto de fadas? Vi em algum lugar que comédias românticas são prejudiciais.
    Sobre o 5º tópico: em outro lugar você escreveu que a literatura oferece possibilidades perante o real e não somente conforto e socialização.
    Sobre o 9º tópico: esse complementa o que faltou no 5º tópico, possibilidades perante o real, que geralmente é sem conforto e com características antissociais.
    :-P

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    1. Escrevi uma resposta aqui ao comentário sobre o quarto tópico, mas ficou grande demais e o blogger não aceitou. Pela importância do debate, achei por bem transformar minha resposta num post individual, onde eu pudesse escrever tudo o que precisava.

      Sobre os dois últimos tópicos, eu confesso ter ficado um pouco confusa no que você quis dizer sobre as possibilidades da literatura perante o real, conforto e socialização. Foi uma crítica ao link que recomendei ou a alguma coisa que eu disse? Aliás, é uma crítica ao uso que podemos fazer da literatura (o conforto e as amizades que daí derivam) ou ao que a literatura pode ofertar? Ou é uma questão de mérito? A literatura contra uma figura autoritária é mais importante que a literatura como agregador social? De verdade, são muitas possibilidades de interpretação e prefiro não dar uma resposta direta até compreender o que exatamente você quis dizer.

      Tentarei postar sobre a primeira parte ainda hoje.

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  2. Em relação aos dois últimos tópicos acho que não coloquei nenhuma palavra estanque, mas acho que também ficaram confusos, já que você levantou várias possibilidades. Deve ser porque não sei me expressar bem e escrevo muito errado. Mas se você permitir que eu continue escrevendo meros comentários no seu blog, posso usar de novo a palavra ‘prejudicial’ aqui e acolá sem esse pudor todo. O texto de debate, de réplica, de arremate é de se jogar fora (fiquei triste), mas tem uma pérola no parágrafo 12 que gostei muito, é a pincelada sobre as portas de entrada para outros autores. Acho que já li sobre isso no seu blog ou em outro lugar e é um tema muito bom.

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    1. Eu não pretendo censurar comentários construtivos no blog, seria hipócrita da minha parte, não? Eu posso me reservar o direito de não responder para não explodir numa polêmica sem fim - e não estou falando isso do seu comentário em específico, mas de uma maneira geral.

      Faltou um pouco de contexto para compreender o comentário na parte final, não foi algo que ficou estanque, mas é ambíguo o suficiente para dar várias interpretações.

      Sobre o post resposta, eu usei a questão como um gancho maior, mas sim, mantenho o peso do significado de prejuízo. De novo, faltou o contexto. Eu não sei qual texto você viu sobre o assunto. Não sei sua intenção. A interpretação está aberta e, sendo uma consumidora de quase todo tipo de literatura - incluindo comédia romântica - não posso deixar de responder se não com minha experiência como leitora.

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