1 de setembro de 2018

Empilhando no Escaninho #32 (Os Links da Coruja)


Setembro chegou, aniversário tá chegando, tem festa de família pelo meio e mais um monte de coisa para fazer enquanto já começo a contar os dias para finalmente ficar de férias (no fim de outubro...). Enquanto arranjamos o calendário para cortar datas feito condenado em masmorra medieval, fiquem com os links que interessaram a Coruja no último mês...

  • Começando por hoje, tem um artigo sobre a releitura de nossos livros infantis quando já somos adultos. Concordo em gênero, número e grau com tudo o que foi dito nele: reler meus favoritos de quando era mais nova sempre me conforta; e redescobrir esses livros é também desvendar detalhes que passaram despercebidos quando da primeira leitura. Aliás, o Coruja é uma motivação para essas releituras, porque vários dos meus favoritos de quando era mais nova se tornaram especiais no blog... Claro que às vezes descobrimos que algo não era tão maravilhosos quanto nos lembrávamos... E por isso também indico a leitura do artigo Problematic Classics que fala de reencontrar livros que foram importantes em nossa história pessoal e perceber problemas que não vimos numa primeira leitura, de racismo a misoginia.

  • Fahrenheit 451 se tornou um favorito desde minha primeira leitura. É um romance curtinho, mas tem uma carga pesada, uma crítica social que é extremamente atual, e deveria ser um livro lido e debatido nas escolas. Enfim... como sempre que alguém comenta sobre o livro, o comentário me salta aos olhos, não pude deixar de ir escarafunchar este artigo sobre uma edição especial de Fahrenheit 451 à prova de fogo. Ok, é só a capa, mas é uma ironia deliciosa, considerando o conteúdo da história. O legal desse texto é que ele não apenas fala dessa edição especial, mas traz algumas curiosidades sobre o romance, incluindo a interpretação dada pelo próprio Ray Bradbury - curiosamente, uma leitura bem diferente da que a maior parte dos leitores faz. Vale dar uma olhada.

  • Você é daqueles que gosta de cheirar livros? Tem gente que é viciada - cheiro de livro novo, cheiro de livro velho, há um nicho de mercado para isso: já vi perfumes e velas aromáticas com "essência de livros". Seja lá em que categoria você se encaixa, o legal desta matéria explicando o cheiro dos livros são os infográficos e a melhor explicação para gostarmos do cheiro de livros (apesar das alergias): é um odor que está relacionado à memória, às nossas lembranças, gerando uma reação emocional.


  • O que me chamou a atenção quando vi este artigo sobre animais em bibliotecas foi, bem... os animais em bibliotecas. Acho que é universalmente aceito que bibliotecas são lugares de refúgio e conhecimento, mas é meio hilariante ver a coisa ser levada tão ao pé da letra. Mas o que me fez quase cair da cadeira de rir foi a coruja com cartão da biblioteca de Bath. Ah, sim, a coruja em questão se chama *pausa dramática* professor Yoda. Para mais animais em bibliotecas, eu recomendo a leitura de Dewey: um gato entre livros. Adorável!


  • O Gaiman retweetou a tirinha abaixo, publicada no Guardian Review, o que fez com que eu descobrisse o site do Tom Gauld, que fez eu me sentir em casa. Ele tem exatamente o senso de humor cretino com que tanto me identifico e o estilo dos desenhos também me agrada. Tenho quase certeza que já cruzei com Tom Gauld antes, mas não lembro de frequentar seu site ou suas redes sociais, coisa que passei a fazer agora. Que venham as piadas cretinas! E a dominação mundial pelos bibliotecários (pelo amor de deus, comecem logo essa revolução!)


  • Alberto Manguel, autor de Uma História da Leitura e uma das minhas paixões platônicas literárias, escreveu um artigo para o El País intitulado Era uma vez o "era uma vez", no qual fala sobre o começo de grandes obras e o fascínio que elas exercem sobre seus leitores, a ponto de serem conhecidas mesmo de quem não as leu - entraram para aquele inefável 'imaginário coletivo' de que tanto se fala. "Ao prazer da citação reconhecida (...) se acrescenta a emoção de iniciar uma viagem, o encanto de uma aventura compartilhada". Senti-me representada.

  • Tive o prazer de dar um pulinho na Bienal em São Paulo esse ano e vi o evento lotado. Fiquei feliz e como sempre acontece nas ocasiões, fiquei perguntando aos meus botões porque se fala que há tanta dificuldade em formar leitores cá no Brasil quando você tem uma quantidade de público como aquela. E aí li o que você sabe sobre a formação de leitores pode estar errado, excelente artigo na PublishNews que trata muito bem da questão. E, para complementar, tem também um artigo da Sybylla, lá do Momentum Saga, sobre a quem interessa uma literatura inacessível. Valem à pena a leitura e a reflexão.

  • Quando livros estrangeiros caem em domínio público, há um porém na facilitação do acesso a essas obras: a tradução é também protegida e não necessariamente fica livre junto ao texto original. Cá no Brasil, o Instituo Mojo está capitaneando um projeto que facilita o acesso a clássicos que já estão em domínio, com boas traduções, disponíveis de forma gratuita em seu site. Para financiar essa empreitada - custos com a tradução, diagramação, o site e a disponibilização dos e-books para download, - foi criado um 'clube de doadores': pessoas que compram as edições especiais impressas, feitas em capa dura e ilustradas. Em resumo, você compra uma bela edição de colecionador e ajuda a financiar a disponibilização daquele livro para milhões de outros leitores. No Nexo tem uma matéria sobre o projeto também, vale à pena ler para entender melhor o assunto do domínio público e a proposta do projeto.

  • Para os que gostam de dicas de escrita, a indicação da vez é esse artigo, com conselhos do magnífico Ray Bradbury, que coleta trechos de vários ensaios, livros, artigos e discursos que o autor produziu ao longo de sua carreira. Inspirador!

  • Para quem gosta de listas (eu! eu! eu!) e de literatura de horror (*se esconde debaixo da cama*), o pessoal da NPR publicou um rol de 100 melhores títulos de horror, nos mesmos moldes daquela famosa lista dos melhores de fantasia e ficção científica publicada em 2011 e que referencio bastante aqui no blog... Gostei da separação em pequenas categorias, como as obras fundadoras do gênero, monstros, horrores cósmicos e daí por diante. Quem sabe não uso essa lista como inspiração para o All Hallow's Read desse ano?



A Coruja


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