14 de março de 2018
Projeto Arda - Uma Introdução
Ano passado, quando foi anunciado que a Amazon produziria uma série inspirada em O Senhor dos Anéis, tive várias reações conflitantes - temor, expectativa e cautelosa empolgação (especialmente quando afirmaram que não seria simplesmente um remake dos filmes, mas que adaptaria histórias que ainda não tínhamos visto nas telas) -, mas meu sentimento principal, o pensamento que não me saiu da cabeça diante daquele anúncio foi “preciso reler Tolkien”.
Tolkien é uma das pedras fundamentais na minha história e formação como leitora. Eu o descobri aos quinze anos - e sei a data exata porque ele foi um presente de aniversário, junto com vários anéis (embora nenhum deles fosse o Um Anel) -, o que significa que já passei mais da metade da vida tendo sua obra como um paradigma. Não sou, claro, a única. Recentemente li um volume de ensaios em que vários autores famosos - incluindo Pratchett e Le Guin, sobre quem já escrevi extensamente no Coruja - contam sobre como descobrir Tolkien mudou suas vidas, em muitos casos sendo o pontapé inicial para que eles mesmos começassem a escrever.
Particularmente, costumo dividir tudo o que leio em matéria de ficção fantástica em ‘antes’ e ‘depois’ de Tolkien visto ter sido ele um marco no gênero que, com sua maneira de pensar a criação literária, influenciou praticamente todos os autores que vieram depois dele.
Já fiz algumas releituras e reflexões sobre a obra dele e, mesmo assim, toda vez que retorno às suas histórias, o encanto é o mesmo. Há sempre algo novo para encontrar, um detalhe que passara despercebido e se revela quando menos se espera. E mesmo que assim não fosse, a memória é imperfeita e com o tempo, apenas o contorno dessas histórias, a essência delas, permanece - e a redescoberta é quase como se fora a primeira vez.
Essa é a gênese do meu Projeto Arda. Estou relendo Tolkien começando pelo começo - o começo literal, de tudo e do mundo. Engraçado que me lembro de ter visitado O Senhor dos Anéis várias vezes, mas de ter retornado ao Silmarillion desde que o descobri, embora sua versão do nascimento do universo, cantado à existência, tenha me causado um enorme impacto, o suficiente para que a cena ficasse gravada em minha memória. Seja como for, esse reencontro tem me proporcionado imenso prazer e, confesso, é uma alegria poder compartilhar isso por aqui.
Minha ideia é postar ao menos uma vez por mês ensaios ou análises dos arcos narrativos - algo parecido com o que fizemos no projeto Lendo Sandman. Como estou fazendo pesquisas e anotações a cada capítulo, a leitura vai ser mais devagar que de hábito… mas chegaremos lá. E, antes que me esqueça, caso alguém tenha curiosidade para embarcar num projeto parecido - algo que já percebi que muita gente está fazendo esse ano -, estou seguindo a ordem cronológica indicada no site Tolkien Brasil para fazer minha leitura.
Enfim, é isso. Ficam todos avisados que ainda essa semana deve ir ao ar o primeiro post oficial do Projeto Arda. Até logo!
A Coruja
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