21 de setembro de 2013
Para ler: Batman - O Que Aconteceu ao Cavaleiro das Trevas?
Em matéria de quadrinhos, tenho uma preferência por graphic novels, ou histórias que venham em arcos fechados. Assim, o que conheço dos super-heróis dos quadrinhos é muito mais em função de filmes e desenhos animados que de sua mídia original.Ele é o protetor de Gotham City, o espírito vingador da cidade, seu Cavaleiro das Trevas. Por anos, ele travou sua guerra de um homem só para manter as ruas seguras, mas, esta noite, a guerra causou sua última e maior baixa… O próprio Batman. O Cruzado Encapuzado agora descansa em um caixão no Beco do Crime, o lugar onde nasceu. Seus amigos mais próximos e seus inimigos mais mortais se reúnem para prestar uma última homenagem. Cada um deles conta uma história diferente sobre o Homem-Morcego que conheceram: como ele viveu… e como ele morreu. Como uma sombra na noite, um misterioso personagem observa essa cerimônia macabra. Ele sabe que os contos contraditórios desses heróis e vilões não podem ser verdadeiros. E, antes que a noite acabe, antes que o pano caia para o Batman para sempre, ele deve responder a questão: o que aconteceu ao Cavaleiro das Trevas?
A despeito da minha ignorância no assunto, uma vez que descobri que o encadernado de Batman: O Que Aconteceu ao Cavaleiro das Trevas ia sair pela Panini, não pude deixar de ir atrás do volume – primeiro, porque é o Neil Gaiman e eu sou uma pessoa viciada; segundo porque sempre gostei particularmente do Batman, um herói que se destaca não por alguma espécie de super poder, mas por sua inteligência e capacidade estratégica.
A premissa desse volume é muito interessante: Batman está morto e se prepara seu enterro; os convidados são todos os vilões e aliados clássicos do herói e cada um deles conta sua versão da morte do Cavaleiro das Trevas.
São inúmeras mortes e inúmeras vidas, histórias que parecem estar em completa contradição entre si – algo que o próprio Batman, que, de alguma forma, está presente ao seu velório, aponta para sua ‘guia’ durante a narrativa.
Mas aí está: essa é apenas uma aparente contradição. E, conhecendo mais do Gaiman do que do Batman, eu me lembrei da idéia de que a Morte dos Perpétuos está presente para todo ser humano em dois momentos de sua existência... e porque cada uma daquelas mortes era real dentro dos muitos mundos em que a figura do herói está presente.
Não posso explicar muito mais do que isso sem entregar completamente a história. E, de toda forma, desconfio que seja uma leitura diferente aquela de um fã dos quadrinhos do Batman, que conhece a fundo sua mitologia e de alguém que está acostumado com as transcendências e referências que Gaiman costuma fazer.
Batman: O Que Aconteceu ao Cavaleiro das Trevas é um arco de finalização. Mas é também um início e, principalmente, uma homenagem, um tributo a um personagem que foi para muito além das páginas, que faz parte de nosso imaginário quer o tenhamos lido ou não.
A Coruja
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Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.
Vale lembrar que Gaiman foi contratado pra escrever esta revista numa fase em que Batsy "morre"/fica perdido no tempo na cronologia original das revistas do herói. Então Gaiman foi contratado para escrever o que seria "a última revista do Cavaleiros das Trevas". E o nome da revista é uma homenagem a uma revista do Superman pré-Crise (a Crise das Infinitas Terras, que "reformulou" e "reorganizou" todo o universo DC até então), escrita por seu amigo Alan Moore: "O que aconteceu com o homem de aço".
ResponderExcluirTambém gosto muito do Batman, não só por ele ser um detetive, e sem poderes especiais (o que muitos autores parecem esquecer de vez em quando) mas por sua galeria de vilões. Acho que vc resumiu bem o que esta revista é. Uma revista de transição, como muitas que a editora já teve, e as muitas facetas através das décadas que estes personagens mais icônicos (Bruce, Clark, Diana...) já tiveram ou vão ter.