8 de março de 2012

Projeto Pratchett: Maskerade



“Well, basically there are two sorts of opera,' said Nanny, who also had the true witch's ability to be confidently expert on the basis of no experience whatsoever. 'There's your heavy opera, where basically people sing foreign and it goes like "Oh oh oh, I am dyin', oh I am dyin', oh oh oh, that's what I'm doin'", and there's your light opera, where they sing in foreign and it basically goes "Beer! Beer! Beer! Beer! I like to drink lots of beer!", although sometimes they drink champagne instead. That's basically all of opera, reely.”

Terry Pratchett – Maskerade

Magrat casou-se e deixou seu posto entre as bruxas de Lancre para se tornar rainha. Agora, da antiga trindade, só restaram tia Ogg e a vovó Cera do Tempo. Tudo estaria muito bem, não fosse o detalhe de que vovó Cera do Tempo parece um tanto entediada sem uma Magrat em quem mandar – e uma bruxa poderosa entediada é algo perigoso: mas dia, menos dia, ela transforma seu chalé no meio da floresta numa casa feita de doces e começa a cozinhar crianças no forno.

Assim é que a tia Ogg tem se sentido um tanto preocupada com a situação. Tentando encontrar uma forma de manter a Vovó ocupada – ou outra pessoa que lhe sirva uma boa xícara de chá com biscoitos e em que possa descontar seu humor algo ranzinza – tia Ogg acaba vendo na borra do fundo da xícara algo terrível.

E é nessas condições que as duas bruxas acabam por deixar Lancre e indo parar na Casa de Ópera de Ankh-Morpork.

Não tinha percebido pela sinopse do livro que ele se encaixava o tema desse mês do Desafio Literário. Claro que quando os corpos começaram a aparecer, tive que rir comigo mesma da coincidência que me fizera deixar Maskerade para março em meu Projeto Pratchett.

Com as bruxas de Lancre, Pratchett já parodiou Shakespeare, contos de fadas clássicos, e o carnaval de New Orleans. Em Maskerade, ele as faz entrar no mundo de O Fantasma da Ópera.

Bem, o negócio começa com a necessidade de não permitir que vovó Cera do tempo fique entediada, mas no meio do caminho, tia Ogg ganha uma fortuna com um livro de receitas sugestivas e as duas têm de desvendar o mistério por trás de uma série de mortes na Ópera; tudo isso enquanto tentam convencer-não-se-metendo a jovem Agnes Nitt – que em sua atual carreira de cantora de ópera responde pelo nome de Perdita – a voltar com elas para Lancre e seguir sua verdadeira vocação: tornar-se uma bruxa (e saco de pancada da vovó).

E tudo isso sem deixar o show parar.

Confesso que em comparação com os últimos livros do Pratchett que li, Maskerade não é tão revolucionário ou surpreendente. Não sei se foi por ser algo como uma especialista no estilo do autor (em quanto vai a conta de livros lidos dele? Uns trinta?) a ponto de começar a entender como a cabeça do homem funciona ou se por conhecer o original em que o livro se baseia – não apenas em sua versão musical, mas na obra de Gaston Leroux, onde o Fantasma é bem menos simpático que sua versão nas telas – o caso é que mais ou menos adivinhei desde o começo do que realmente se tratava a coisa.

Às vezes a explicação mais simples é a correta. Mesmo que o final termine em clima de ópera, com aquele candelabro um acidente esperando para acontecer, mortes cênicas com sangue de verdade, reencontros impossíveis e identidades trocadas.

Afinal, o show tem de continuar (mesmo quando cadáveres surgem nas coxias enforcados nas cordas das cortinas...)



A Coruja


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2 comentários:

  1. Parece um espetáculo macabro e cômico ao mesmo tempo. Projeto bacana esse. Bjs

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    Respostas
    1. Sim, Maskerade é tanto macabro quanto cômico, quanto bipolar. Coisas que só Pratchett faz por você XD

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