16 de maio de 2011

Para ler: Tequila Vermelha



Everything in Texas is bigger... even murder.

Meet Tres Navarre... tequila drinker, Tai Chi master, unlicensed P.I., with a penchant for Texas-size trouble.

Jackson "Tres" Navarre and his enchilada-eating cat, Robert Johnson, pull into San Antonio and find nothing waiting but trouble. Ten years ago Navarre left town and the memory of his father's murder behind him. Now he's back, looking for answers. Yet the more Tres digs, trying to put his suspicions to rest, the fresher the decade-old crime looks: Mafia connections, construction site payoffs, and slick politicians' games all conspire to ruin his homecoming.

It's obvious Tres has stirred up a hornet's nest of trouble. He gets attacked, shot at, run over by a big blue Thunderbird—and his old girlfriend, the one he wants back, turns up missing. Tres has to rescue the woman, nail his father's murderer, and get the hell out of Dodge before mob-style Texas justice catches up to him. The chances of staying alive looked better for the defenders of the Alamo...

De pronto, ao terminar a leitura da série Percy Jackson, encomendei Big Red Tequila, pois estava ansiosa para ver como Riordan se saía com uma história original voltada para um público adulto.

No dia em que fui à livraria para buscá-lo, dei de cara com a tradução na vitrine (encomendei o meu em inglês). Tinha chegado exatamente naquele dia. Não pude, claro, deixar de pensar que isso era um sinal, de forma que ele saltou do final da lista para o “prioridades a ler”.

Tequila Vermelha conta a história de Tres Navarre que, ao começo da história é algo como um... detetive particular desempregado. Dez anos antes, Tres assistiu o assassinato do pai, xerife da cidade – o que o fez deixar Santo Antônio por São Francisco. Agora, por causa da ex-namorada e amor de sua vida, ele está de volta... com uma série de fantasmas para exorcizar.

O livro é narrado em primeira pessoa – o quê, como sempre, me parece uma faca de dois gumes: é tanto o grande defeito quanto a grande sacada do livro.

Vejam... quando uma história é contada em primeira pessoa, você tem acesso aos pensamentos do personagem. E, por mais bad-ass que Tres seja, é difícil engolir que mesmo nos momentos mais desesperadores ele consiga manter o sangue-frio e analisar tudo com um olho clínico – mesmo em pensamentos. Tudo o que ele diz consigo mesmo quando a situação está bastante... desfavorável, é algo equivalente a isso: “ok, agora estou realmente ferrado. O que será que faço para o jantar hoje?”

A verdade é que nessas partes, a história não parece ser contada do ponto de vista do narrador, mas sim de outra figura que tudo vê e tudo sabe, ou seja, o autor. Nesse ponto, o livro teria sido bem melhor se escrito em terceira pessoa.

Outra coisa que me incomodou foi a incorruptibilidade do protagonista. Tá certo que Tres é o mocinho, mas, caramba, manter-se um bastião da moral quando seus amigos e parceiros são mafiosos, traficantes e viciados é difícil de engolir. Sério, cara, quando aquele fulano que você detesta te ameaça com uma arma e você tem outro revólver na mão, você não simplesmente entrega a arma e aplica um golpe de tai chi no oponente apenas para desarmá-o – especialmente quando dito fulano te persegue desde que você chegou à cidade e está implicado no assassinato do seu pai.

Mas vamos dar um desconto, porque, no final das contas, Tequila Vermelha foi o primeiro livro de Riordan, publicado em 1997, bem anterior ao sucesso de Percy Jackson.

E, como já falei anteriormente, a forma como Riodan conta a história de Tres é também a grande sacada do livro.

Vocês já sabem, porque já cansei de dizer aqui, que sou apaixonada por personagens irônicos. E os maiores detetives da história da literatura, de uma forma geral, têm uma forte veia irônica – a essas alturas, é quase um requisito dos bons detetives que eles assumam um ar meio blasé e sintam um saudável desprezo pela humanidade em geral.

Tres segue essa tradição: ele é o tipo de cara que a caminho do cadafalso, encontra tempo para encher o saco do carrasco. Ele tem uma atitude quase descuidada – que, na verdade, não passa de fachada. E, claro, suas credenciais são curiosas: o cara é formado em educação física com Ph.D em literatura medieval (oi?) e é um mestre de artes marciais.

Fora isso, o mistério é bem construído e amarrado; há um longo desfile de personagens pra lá de curiosos e a descrição de cenários, do mundo pelo qual Tres transita é riquíssima – há cores, cheiros e muito calor.

Sério, de tanto se falar nas temperaturas infernais de Santo Antônio, Texas, eu mesma quase desidratei. Passei boa parte do livro indo à cozinha para beber água.

Para completar, Tres tem um dos melhores parceiros da história de duplas de detetives: Robert Johnson, um gato viciado em enchiladas que faz gato e sapato (hehe) de seu suposto dono (suposto porque, como todos sabem, a verdade é que os gatos é que são donos dos humanos e não o contrário).

Em síntese, Tequila Vermelha é um bom livro sessão da tarde, mas não chega a ser do tipo viciante – não vou surtar atrás dos outros volumes da série Tres Navarre, mas se eles chegarem e cair em minhas mãos, lerei com prazer (mas também não vou mais subi-los ao caráter de prioridade).

E, quem sabe? Potencial, Tres tem muito. Bastava um pouco mais de experiência para o Riordan... creio que os livros mais recentes dele com o detetive sejam bem melhores. Estão anotados na minha lista...



A Coruja


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Um comentário:

  1. Eu quero!! XD Um detetive durão que tem como parceiro um gato gordo... pô, Riordan, você escreveu esse livro pra mim!! XD

    Mas, Lulu querida, você quer romance policial DE VERDADE, COM LETRAS MAIÚSCULAS? Então leia Los Angeles - Cidade Proibida de James Ellroy e depois a gente bate dois dedinhos de prosa... XD

    Beijocas!

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