5 de março de 2011
Por Dentro da Cabeça da Autora: Na sua estante
Quando vocês estiverem lendo isso, eu estarei, muito provavelmente, na estrada para Gravatá. Volto na terça, mas não se preocupem, deixei post programado para a segunda.
Não que vocês estejam preocupados, não é verdade?
Bem, vejamos... por que estou aqui hoje? Ah, sim, hoje faz exatamente um ano desde que publiquei os primeiros capítulos de Na sua estante! Como todo mundo sabe, adoro aniversários, e desculpas para dar aniversários. Eu comemoraria desaniversários se tivesse amigos como o Chapeleiro Maluco. Então, é claro que não poderia deixar passar completamente em branco a data, especialmente porque essa história é um dos meus grandes xodós.
Então... que melhor maneira de fazer isso do que com um ‘Por Dentro da Cabeça da Autora’?
Claro que não posso falar longa e livremente sobre os personagens e seus destinos, porque... bem, muita coisa ainda está por acontecer. Na verdade, estamos chegando a um dos pontos altos da história e... é, tenho que me controlar para não falar demais.
Há outras coisas de que posso falar, contudo...
Na sua estante nasceu de uma sugestão da Ísis para a Amaterasu, que é outro site em que escrevo. Ela queria que fizéssemos uma história especial pelo Valentines (ela adoooooora essa data). Por falta de tempo – sempre ele... – não pudemos levar a idéia adiante, mas um enredo começou a se formar em minha cabeça e assim surgiu a primeira encarnação dessa história.
Sendo uma virginiana viciada em listas e esquemas (o que uma coisa tem a ver com a outra nunca entendi, mas a Régis jura que um é conseqüência do outro), fiz um primeiro sumário de idéias para uma história de cinco capítulos sobre uma bibliotecária neurótica e um professor de literatura atrapalhado.
Novamente, por questões de tempo, não pude desenvolver as coisas, mas a essas alturas, Penélope, Arquimedes, Beatriz, André, Luís e companhia já tinham feito morada em minha cabeça e, como inquilinos, eles não eram do tipo plácido e tranqüilo, mas sim daqueles que fazem festas com bandas ao vivo que podem ser escutadas de duas quadras de distância.
Personagens novos, recém-saídos do forno, são extremamente inconvenientes. Eles sabem que têm um certo ‘prazo de validade’ – se não forem transpostos para o papel, ao menos em suas características mais básicas, acabarão por serem suplantados por outras idéias. Eles gritam, clamam para terem suas histórias contadas.
Estes daqui me perturbaram por quase um mês até que finalmente comecei a escrever.
Para dar conta do recado, contudo, imaginei um formato um pouco diferente para ela: em vez de capítulos lineares, com cada capítulo completo-uma-cena-atrás-da-outra, decidi fazer algo parecido com aquelas tiras em quadrinhos que são publicadas em jornal - sem os desenhos, claro. Eu escreveria o que bem entendesse, sem me preocupar com uma linha temporal, deixando implícito aquilo que eventualmente eu não quisesse escrever.
De lá pra cá, muita coisa mudou. Para começar, novos personagens foram incorporados – a principal deles sendo Sofia, que foi criada sob medida para um conto participante de uma mostra no II Encontro Nacional do JASBRA.
Algumas das noções preliminares que eu tinha sobre Na sua estante mudaram também. Especialmente Penélope, que está justamente em uma fase de transição – e que vocês perceberão nos posts futuros dela. Enquanto eu fazia mil e um planos meio loucos para ela, Penélope bateu na minha porta e me lembrou do pequeno detalhe de que ela não é uma adolescente bobinha, mas uma pessoa madura que já passou por grandes mágoas – e se eu gostava de colocá-la em situações ridículas, ao menos no que dizia respeito ao seu relacionamento com Arquimedes, eu teria de levar as coisas um pouco mais a sério.
Uma coisa, porém, não mudou desde o começo: minha personagem favorita continua sendo a Beatriz. Adoro, simplesmente A-D-O-R-O escrever a Bia sendo sem noção, especialmente em seu convívio com o André. Na verdade, sempre gostei de escrever personagens irmãos, é tão divertido!
Quase todas as minhas passagens favoritas de Na sua estante envolvem a Bia falando sandices ou metendo-se em alguma enrascada - como suas teorias sobre figuras arquetípicas, Penélope brincando com sua boneca vudu, a construção de Camelot à Sertaneja e, claro, seu último encontro com O Exorcista. Juro que não consigo me decidir se ela é realmente louca de pedra ou só se faz.
Nota mental: fazer alguma coisa que envolva Bia e Alice no País das Maravilhas. Cai como uma luva para a personalidade dela.
Curiosamente, dois leitores do Coruja se tornaram personagens de Na sua estante: o Enrique, que fez uma participação especial em Camelot à moda Sertaneja e a Dani, que estreou em Os Primos de Sofia.
Eu mesma me transformei numa personagem da história (e não, não é a Bia). Dica: a Lulu de Na sua estante nunca foi chamada pelo nome, faz aparições apenas ocasionalmente e sua função é bastante lógica a se considerar que sou a escritora da história. Conseguem adivinhar quem sou eu? Quem acertar ganha um doce!
Oh, céus, vejam a hora! A essa altura, eu deveria estar... ah, é, eu ainda estou num carro, no meio da estrada, muito provavelmente... Ainda assim, tenho de ir, antes que me empolgue e revele os ases que tenho escondidos na manga.
E enquanto estou fora, me digam, também têm pedidos a registrar? Olhem que essa é uma oportunidade única, hein? Hoje, se quiserem encomendar cenas de Na sua estante, podem fazê-lo que prometo escrever, contanto que suas idéias não venham de encontro aos meus planejamentos...
Bom carnaval para vocês, pessoas! E até semana que vem!
Não que vocês estejam preocupados, não é verdade?
Bem, vejamos... por que estou aqui hoje? Ah, sim, hoje faz exatamente um ano desde que publiquei os primeiros capítulos de Na sua estante! Como todo mundo sabe, adoro aniversários, e desculpas para dar aniversários. Eu comemoraria desaniversários se tivesse amigos como o Chapeleiro Maluco. Então, é claro que não poderia deixar passar completamente em branco a data, especialmente porque essa história é um dos meus grandes xodós.
Então... que melhor maneira de fazer isso do que com um ‘Por Dentro da Cabeça da Autora’?
Claro que não posso falar longa e livremente sobre os personagens e seus destinos, porque... bem, muita coisa ainda está por acontecer. Na verdade, estamos chegando a um dos pontos altos da história e... é, tenho que me controlar para não falar demais.
Há outras coisas de que posso falar, contudo...
Na sua estante nasceu de uma sugestão da Ísis para a Amaterasu, que é outro site em que escrevo. Ela queria que fizéssemos uma história especial pelo Valentines (ela adoooooora essa data). Por falta de tempo – sempre ele... – não pudemos levar a idéia adiante, mas um enredo começou a se formar em minha cabeça e assim surgiu a primeira encarnação dessa história.
Sendo uma virginiana viciada em listas e esquemas (o que uma coisa tem a ver com a outra nunca entendi, mas a Régis jura que um é conseqüência do outro), fiz um primeiro sumário de idéias para uma história de cinco capítulos sobre uma bibliotecária neurótica e um professor de literatura atrapalhado.
Novamente, por questões de tempo, não pude desenvolver as coisas, mas a essas alturas, Penélope, Arquimedes, Beatriz, André, Luís e companhia já tinham feito morada em minha cabeça e, como inquilinos, eles não eram do tipo plácido e tranqüilo, mas sim daqueles que fazem festas com bandas ao vivo que podem ser escutadas de duas quadras de distância.
Personagens novos, recém-saídos do forno, são extremamente inconvenientes. Eles sabem que têm um certo ‘prazo de validade’ – se não forem transpostos para o papel, ao menos em suas características mais básicas, acabarão por serem suplantados por outras idéias. Eles gritam, clamam para terem suas histórias contadas.
Estes daqui me perturbaram por quase um mês até que finalmente comecei a escrever.
Para dar conta do recado, contudo, imaginei um formato um pouco diferente para ela: em vez de capítulos lineares, com cada capítulo completo-uma-cena-atrás-da-outra, decidi fazer algo parecido com aquelas tiras em quadrinhos que são publicadas em jornal - sem os desenhos, claro. Eu escreveria o que bem entendesse, sem me preocupar com uma linha temporal, deixando implícito aquilo que eventualmente eu não quisesse escrever.
De lá pra cá, muita coisa mudou. Para começar, novos personagens foram incorporados – a principal deles sendo Sofia, que foi criada sob medida para um conto participante de uma mostra no II Encontro Nacional do JASBRA.
Algumas das noções preliminares que eu tinha sobre Na sua estante mudaram também. Especialmente Penélope, que está justamente em uma fase de transição – e que vocês perceberão nos posts futuros dela. Enquanto eu fazia mil e um planos meio loucos para ela, Penélope bateu na minha porta e me lembrou do pequeno detalhe de que ela não é uma adolescente bobinha, mas uma pessoa madura que já passou por grandes mágoas – e se eu gostava de colocá-la em situações ridículas, ao menos no que dizia respeito ao seu relacionamento com Arquimedes, eu teria de levar as coisas um pouco mais a sério.
Uma coisa, porém, não mudou desde o começo: minha personagem favorita continua sendo a Beatriz. Adoro, simplesmente A-D-O-R-O escrever a Bia sendo sem noção, especialmente em seu convívio com o André. Na verdade, sempre gostei de escrever personagens irmãos, é tão divertido!
Quase todas as minhas passagens favoritas de Na sua estante envolvem a Bia falando sandices ou metendo-se em alguma enrascada - como suas teorias sobre figuras arquetípicas, Penélope brincando com sua boneca vudu, a construção de Camelot à Sertaneja e, claro, seu último encontro com O Exorcista. Juro que não consigo me decidir se ela é realmente louca de pedra ou só se faz.
Nota mental: fazer alguma coisa que envolva Bia e Alice no País das Maravilhas. Cai como uma luva para a personalidade dela.
Curiosamente, dois leitores do Coruja se tornaram personagens de Na sua estante: o Enrique, que fez uma participação especial em Camelot à moda Sertaneja e a Dani, que estreou em Os Primos de Sofia.
Eu mesma me transformei numa personagem da história (e não, não é a Bia). Dica: a Lulu de Na sua estante nunca foi chamada pelo nome, faz aparições apenas ocasionalmente e sua função é bastante lógica a se considerar que sou a escritora da história. Conseguem adivinhar quem sou eu? Quem acertar ganha um doce!
Oh, céus, vejam a hora! A essa altura, eu deveria estar... ah, é, eu ainda estou num carro, no meio da estrada, muito provavelmente... Ainda assim, tenho de ir, antes que me empolgue e revele os ases que tenho escondidos na manga.
E enquanto estou fora, me digam, também têm pedidos a registrar? Olhem que essa é uma oportunidade única, hein? Hoje, se quiserem encomendar cenas de Na sua estante, podem fazê-lo que prometo escrever, contanto que suas idéias não venham de encontro aos meus planejamentos...
Bom carnaval para vocês, pessoas! E até semana que vem!
A Coruja
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por dentro da cabeça da autora
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Sobre
Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.
feliz aniversário, Na Sua Estante! E bom carnaval para você, Heitor! XD
ResponderExcluirAh eu estou a cada leitura mais apaixonado pelo Na Sua Estante, super apoio virar livro hehehehehehe
ResponderExcluirO especial Jane Austen foi mesmo especial. Sou louca pela Bia, êita guria mais sem noção... o que foi aquela cena do exerocismo? Um tudo!
Parabéns por um de muita criatividade :) e que venham outros hehehehe
estrelinhas coloridas...
Uma pequena intervenção/intromissão nos posts mais habituais:
ResponderExcluir... Bom, não sei se é importante, mas sou da Bahia, e realmente adoro "Na Sua Estante" assim como a maioria dos textos que encontro aqui.
Virei leitora do coruja e amaterasu totalmente por acaso (uma tarde de tédio no estágio, a chefa não veio...) e relutei muito antes de comentar alguma coisa e deixar o conforto da admiração anônima, mas não pude mais.
A simplicidade e sagacidade com que cada fragmento se encaixa e se destaca na história me deixou completamente viciada, e visito o coruja quase todos os dias (mesmo sabendo que as postagem são só na sexta) para não perder nada nada.
... quanto à autora, ainda tem o fato d'eu não compreender como vc consegue escrever e ler tanto e ainda estudar direito (no meu caso a literatura jurídica acabou tomando boa parte das outras leituras, o que me faz minha consciência pesar as vezes)
e... eu sei, eu sei, o espaço aqui é só para comentário breves, mas eu juro que foi só dessa vez =D
enfim, feliz aniversário "Na Sua Estante"!
Eu estudo biblioteconomia, e se nao fosse pra reclamar do esteriótipo mal visto das bibliotecarias, nao teria lido a segunda linha de Na sua estante.
ResponderExcluirIsso porque a partir da terceira eu ja nao era uma estudante universitaria caxias, mas um fa inveterada de mais esse trabalha da Lulu, que eu sempre admirei!
Entao, como futura bibliotecária e ansiosa por novas aventuras de Penélope e companhia, FELIZ ANIVERSÀRIO, Na sua estante!