28 de julho de 2018

A Vertigem das Listas: Sete Piratas dos Sete Mares


Lulu: Talvez eu nunca tenha dito isso antes por aqui, mas o declaro agora: sou fascinada por piratas. Gosto da ambiguidade moral que eles têm como personagens reais ou da ficção, como corsários servindo sob as ordens de uma rainha (estou olhando para você, Elizabeth) ou como homens livres fazedores das próprias leis. Aliás, ler os códigos piratas é um exercício surpreendente: vários deles são bastante democráticos - todos os homens têm direito a voto, inclusive para eleger seu capitão; todos têm direito a parcela justa das riquezas capturadas; aqueles feridos e incapacitados no curso de sua vida no navio recebem seguro e podem continuar a bordo, de acordo com sua escolha; o casamento gay (chamado a bordo de matelotage) era aceito e um parceiro era inclusive herdeiro universal do outro.

Enfim, por nenhum outro motivo além da repetição de números, decidi que julho seria um excelente mês para falar dessa minha fascinação. Eis portanto o tema do vertigem da vez: Sete Piratas dos Sete Mares!

Começarei minha lista com um pirata real. Eu tinha uns dez anos quando li O Príncipe Pirata, livro no qual o caçador de tesouros Barry Clifford conta sobre sua busca pelo galeão Whydah, capitaneado por Samuel Bellamy, o ‘Black Sam’. Esse provavelmente foi o primeiro livro de não-ficção que li na vida e ele me deixou com a cabeça cheia de tramas e possibilidades de aventuras. A mistura de capítulos que contam a busca pelo navio afundado com o resgate da história de Bellamy me deixaram particularmente fascinada.



Ísis: Eita. Quando a Lu disse que esse era o tema, eu logo pensei que não conheço muitos que goste… E lendo a descrição dela acima, concluí mais uma coisa: é agora que vamos brigar. Admito que não sabia desses códigos, de forma que são bons para eliminar o estereótipo. Ao mesmo tempo, também não sei o quanto eles são verdadeiros, ou o quão “universais” entre os piratas eles são. Em resumo, em geral não gosto de piratas, e o motivo é simples: roubo.

Não se enganem, adoro Robin Hood e a ética de roubar de volta o que é seu daqueles que já muito têm, especialmente se você tem significativamente menos. Note que “roubar dos ricos para dar aos pobres” não é uma definição muito fantástica: você pode estar simplesmente estimulando aproveitadores preguiçosos assim. Entretanto, quando os ricos o são porque se aproveitam dos pobres, aí, sim, roubem à lá vontade! :)

Dito isso, a versão mais romantizada e ficcional da coisa é uma história à parte. E no topo da minha lista, encontra-se o Capitão Gancho de Once Upon a Time, série a qual já mencionei inúmeras vezes por aqui. Em resumo, a Disney junta todos os contos e histórias que consegue em uma só narrativa, misturando os caminhos de vários protagonistas e vilões que conhecemos. Eis que uma das maiores surpresas é o Capitão Gancho, um vilão que começa obcecado por vingança, mas cujo código de conduta e aparência atraente o torna um homem bastante irresistível. Gosto muito dos comentários sarcásticos dele, e sendo o ator escocês, o sotaque me deixa ainda mais louca pela criatura. XD



Lulu: Nada contra, Ísis! Não é todo pirata que me é simpático e a maior parte deles são piratas ficcionais, então...

Bem, minha segunda indicação vem do Gaiman, mas, de forma específica, do roteiro do filme em vez do livro: o Capitão Shakespeare, interpretado por Robert De Niro em Stardust. No livro, ele é um personagem menor, chamado Johannes Alberic. Capitão de um navio que navega pelos ares capturando raios, Shakespeare se apresenta como um pirata agressivo e cruel, mas na verdade abomina violência e gosta de se vestir de mulher nos confins de sua cabine.


Ele meio que adota Tristan, cuida do segredo de Yvaine, e, quando seu segredo é revelado para sua tripulação, eles rapidamente revelam que já sabiam de tudo e adoravam seu capitão independente de qualquer coisa. Como não adorar um personagem como esse?


Ísis: Assisti ao filme anos atrás quando saiu, mas, fora o fato de que gostei, lembro de quase mais nada! Mas só relendo a descrição, já gostei do personagem de novo!

Bem, minha segunda opção é Marvelous - sim, esse é o nome dele! - capitão dos Gokaigers, a 35a trupe Sentai, que eram piratas. Eu amei a série, e mais ainda adorei o líder/capitão: o Gokaiger Vermelho, Capitão Marvelous. Ele se faz de distante e é um pouco lento, mas as cenas de luta dele são ótimas e ele tem um apreço pela tripulação que acho cativante.

E eu já aproveito e apresento minha última indicação, que faz parte da cambada do Marvelous: Ahim de Famille, a Gokaiger Rosa. Não vou estragar o passado dessa meiga personagem, porque eu achei bem interessante, mas ela é a única que consegue acalmar todos os outros, mesmo quando estão possessos de raiva (ou simplesmente possessos mesmo). Ahim é doce e não é exatamente forte, mas é esperta, diplomática, justa e educada… Ela só fala usando japonês formal, que é ótimo para quem quer aprender esse tipo de diálogo! E, pra mim é mais um ponto positivo ela ser fofa/meiga, e usar vestidos e/ou roupas rosas.

Aliás, eu shipo esses dois juntos. Olha só como são fofinhos! <3



Lulu: Hum... ok, sem maiores comentários...

O próximo nome da lista é ninguém menos que o Temível Pirata Roberts, ‘o flagelo dos mares’, um dos protagonistas de A Princesa Prometida - que é, por sua vez, um dos filmes da minha infância. Por baixa de sua máscara negra, Roberts esconde um segredo que muda o destino não apenas da princesa do título, mas de todo um reino.


Galante, inteligente, exímio espadachim, passional e, claro, extremamente sarcástico, como eu poderia não me apaixonar por ele?

Estou inclusive com a nova edição de colecionador do livro, que foi lançada por aqui esse ano. Vou passá-lo na frente da lista de leituras, sim ou com certeza?


Ísis: A história mudou ou você quer só reler por nostalgia mesmo?

Lulu: A história principal continua a mesma, então é nostalgia... mas a nova edição tem material extra, inclusive o começo da continuação que nunca foi para frente e alguns bastidores da história.

Para terminar o vertigem desse mês, eu não poderia deixar de falar do primeiro pirata que roubou meu coração, o personagem com o qual aprendi que piratas não são necessariamente criminosos brutos e ignorantes… É claro que estou falando do genial (em todos os sentidos possíveis) Capitão Nemo, líder da tripulação do submarino Nautilus.

Verne foi um dos meus autores favoritos quando criança e ainda hoje gosto de me perder em seus livros. Mas entre todos os seus excelentes clássicos, não há como negar que 20.000 Léguas Submarinas seja considerada sua obra-prima.


Ísis: Mais outro que li - dessa vez quando criança - mas não lembro muito. Eu li Viagem ao Centro da Terra bem depois, e talvez por isso lembre alguma coisa (embora pouca). Já das léguas… nada! ^^

Qualquer dia desses marco uma conversa contigo pra relembrar essas histórias. :)


Lulu: Bem, é isso… que outros piratas vocês colocariam na nossa lista?

E até mês que vem, com mais um vertigem!



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