20 de julho de 2022

A Vertigem das Listas: Dez Narrativas Friorentas


Ísis: Já fizemos áreas quentes, molhadas e agora é hora de frio!!! Eu adoro frio… Ainda mais quando estou enrolada num cobertor quentinho tomando chocolate quente. Ainda que não esteja dentro de casa, gosto do frio assim mesmo - mas também, nunca peguei mais (menos) que -20o C, então talvez por isso ame tanto.

Enfim, agora que voltei para o Nordeste brasileiro, a temperatura natural mais baixa que posso experimentar não sai dos dois dígitos positivos, creio eu, e somente lá nas serras… Nesse ínterim, matarei minhas saudades de temperaturas mais baixas com Dez Narrativas Friorentas.

1. Below Zero é um dos meus filmes preferidos, e é sobre uma equipe de cães que foi deixada numa base americana na Antártida. Acho lindo como o filme se desenvolve bem, mesmo sem muitas falas. Não é um documentário, mas é baseado em fatos reais.

2. Seguindo uma linha semelhante à escolha anterior, indico Balto. Eu não sei o quanto dessa animação é real, mas parece que há algo de verdadeiro nessa história no Alasca. Dito isso, sempre achei curioso como um cão sem dono e que é meio lobo - e por isso mesmo efetivamente excluído da comunidade onde vivia - tenha salvo muita gente daquele povoado ao ajudar a trazer os remédios para tratar a doença que estava acometendo vários.

3. Todo ano a indústria cinematográfica americana produz dezenas de filmes natalinos. Alguns viraram clássicos, mas a maioria é esquecido, claro. Entretanto, eu adoro filmes bobinhos de Natal, e sempre assisto a um ou dois. Tem um no Netflix que achei a maior graça, Christmas Chronicles, que hoje já tem sua sequência Christmas Chronicles 2. Duendes fofinhos e que falam apenas élfico, uma fábrica enorme, um rock natalino, uma família se despedaçando, e, é claro, a missão de salvar o Natal fazem essa história bem memorável.

Eu tinha gostado muito do original, minha única reclamação é que, embora citada algumas vezes, mamãe Noel só aparecia mesmo uns três minutinhos… e ela é fofíssima!! Claro que eu queria mais! Para minha surpresa total, lançaram o segundo filme no qual ela esteve presente em toda a história, e deu um show!! No primeiro, vemos um pouco da fábrica Noel, mas no segundo a história se passa quase toda lá, no Pólo Norte, então é neve para tudo que é lado, pozinho mágico, casacos, muita correria, aventuras, Kurt Russell no papel de Papai Noel é uma graça, e me lembra um pouco a versão do bom velhinho da opção seguinte…

4. The Rise of the Guardians Papai Noel pirata, que tal? Bem, não é bem um pirata, mas parece um pouco… pelo menos nesse filme. Essa é uma das animações mais divertidas que conheço, especialmente o Papai Noel e Coelh(ã)o da Páscoa, que subvertem bastante seus estereótipos. Nessa história temos Jack Frost, um personagem folclórico não muito conhecido no Brasil, provavelmente porque é um personagem associado à neve e ao frio. Gosto muito de ver como o espírito brincalhão de Jack influencia suas escolhas e sua jornada nesse filme, mas o melhor mesmo são os yetis... Taí algo que nunca achei que fosse dizer ou escrever.

5. O espírito livre e desinibido de Jack Frost é um ótimo contraste com a personalidade contrita e quase pesada (de responsabilidades) da Elsa, do filme da Disney Frozen. Aliás, existe inclusive quem os apoie como casal (EU!!! E mais muitos outros na net), apesar de não serem produzidos pelo mesmo estúdio. Eu acho que eles se dariam muito bem. O primeiro filme de Frozen quebrou muitas barreiras, inclusive as dos meus tímpanos, de tanto ouvir Idina Menzel cantando Let It Go... sério, onde eu ia tocavam essa música! A principal novidade, creio eu, foi o tema de amor fraternal no centro da trama, em vez de amor romântico, e a ideia de que amor à primeira vista pode ser perigoso. Finalmente!

Entretanto, apesar de eu te gostado dessas inovações, vou dizer que não fui super fã do primeiro filme, apesar de inicialmente ter assistido à animação de Let It Go umas cem vezes… Já o segundo filme fê-me amá-lo desde os primeiros dez minutos no cinema, e ainda adoro. A trilha, a história, a animação, a libertação de Elsa…. Tudo foi maravilhoso.


Lulu: Bem, vamos entrando mais profundamente no inverno (por aqui, bastam os termômetros baixarem de trinta para estarmos procurando as jaquetas no armário), então faz sentido adentrarmos esse tema agora.

Preparemos então o chocolate quente e sigamos através da neve (cenográfica, claro, estamos por aqui acenando para a Linha do Equador). Afinal, o inverno não está chegando: ele já está aqui…

6. Nunca me canso de indicar e recomendar o fantástico No Reino do Gelo, de Hampton Sides, livro jornalístico que é quase uma ficção épica, falando da expedição do USS Jeannette para o Polo Norte. Sério, esse título é muito bom… e, bem, definitivamente tem muito frio nessa história…

7. A Bússola Dourada, do Philip Pullman. Alguns dos principais lances do final do enredo acontecem na região do pólo, com direito inclusive a um espetáculo das luzes boreais. O reencontro de Lyra e Lorde Asriel antes do pai da garota partir em sua jornada para outros mundos é inesquecivelmente cercado de gelo. E como esquecer de todo o lance dos ursos de armadura?

8. Parece-me justo indicar O Leão, a Bruxa e o Guarda-Roupa, de C. S. Lewis, visto que coloquei outra das crônicas narnianas no tema do deserto… Basta lembrar aqui que no começo da história, Nárnia vive uma espécie de congelamento eterno, “sempre inverno sem nunca chegar o Natal”, com estátuas de personagens congelados e uma Rainha Branca mais gélida que qualquer pedra de gelo…

9. Assassinato no Expresso do Oriente, da Agatha Christie se passa num trem preso por uma nevasca. Embora haja romances da Christie que eu considero melhores em termos de plot, esse título continua a ser um dos meus favoritos, não apenas por ter me apresentado a Rainha do Crime (tenho quase certeza que ele foi um dos primeiros dela que li), mas por ter sido uma das minhas portas de entrada no romance policial. E, vamos concordar, a resolução dessa história é daquelas que ninguém espera quando a lê pela primeira vez…

10. Os Noivos do Inverno, de Christelle Dabos. O título torna meio óbvia a razão de ter trazido essa história para o tema de hoje, mas, enfim… Boa parte da história se passa numa “arca” que se identifica como Polo, e sim, é uma região de eterno gelo… exceto pelo detalhe de que boa parte da população da região é especializada em tecer ilusões, de forma que tudo parece agradável e primaveril dentro da cidadela, mas basta olhar por uma janela não enfeitiçada para ter ideia da força dos elementos. Gosto muito dessa série da Dabos, que sempre imagino como uma animação da Ghibli…


Ísis: É claro que existem inúmeras histórias - escritas, animadas e/ou atuadas - que se passam em ambientes frios, ou mesmo em ambientes congelados. Assim, não é difícil que tenhamos mencionado obras totalmente diferentes das que nosso leitor apresentaria, então que tal contar-nos quais as suas opções?

Enquanto esperamos, vamos voltar para os nossos cobertores e chocolates, hibernar e esperar o frio passar. Até o próximo vertigem!


____________________________________

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sobre

Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.

Cadastre seu email e receba a newsletter do blog

powered by TinyLetter

facebook

Arquivo do blog