22 de setembro de 2021

Livros para Ler na Primavera


"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega". Assim começa Cecília Meireles numa crônica poética que saúda a nova estação - uma boa maneira de começar hoje não é?

Enfim, hoje se inicia a primavera, o que significa que é tempo de apresentar mais uma lista de recomendações para a estação! Leituras de primavera por aqui no Coruja são leituras leves, repletas de humor: uma dose de romance, outra de fantasia, uma pitada de aventura e um tanto de poesia.

Sempre bom lembrar nessas horas que as resenhas completas de cada um dos títulos recomendados pode ser lida clicando no título deles. E agora, vamos ao que são elas!


Orgulho e Preconceito, de Jane Austen

É eu sei, eu sei, estou sendo repetitiva, Austen aparece constantemente nas minhas listas de recomendações… Mas mira essa edição nova da Antofágica, e diz se ela não tem tudo a ver com a nova estação?!

Orgulho e Preconceito é a obra mais lembrada de Austen. Com uma protagonista incrivelmente carismática, um herói complexo, um elenco de apoio que vai do hilário ao suspirável, bailes, longas caminhadas pelo campo, e uma ironia fina e bem calibrada, é fácil se deixar levar pela história.

Como eu poderia passar a possibilidade de recomendar passar uma temporada primaveril em Pemberley? Tinha de vir para a lista (para a minha inclusive, que tô devendo uma releitura, especialmente agora nessa nova edição/tradução).

O Vento nos Salgueiros, de Kenneth Grahame

Tenho uma longa história de absoluto encantamento com O Vento nos Salgueiros. É uma história muito simples numa primeira leitura, uma fábula repleta de humor com animais falantes e situações surreais.

Contudo, esse é um daqueles livros que comporta várias camadas de interpretação, especialmente quando se leva em consideração o luto de Grahame pela perda do filho quando estava trabalhando nesse enredo.

Amo a poesia, o ritmo, o riso nostálgico, as lições de amizade e companheirismo oferecidos por esse pequeno volume. É um daqueles livros que funciona como um abraço - confortável e acolhedor como colo e braços abertos quando mais precisamos.

O Hobbit, de J. R. R. Tolkien

Agora em setembro completei exatamente vinte anos da minha primeira leitura de O Senhor dos Anéis - aliás, é outro volume que está me pedindo uma releitura - e não resisti a ideia de colocar Tolkien na lista. Aí até poderia recomendar SdA, mas como disse lá em cima, a primavera é uma boa época para tramas mais leves e cheias de humor (e volumes confortáveis de carregar por aí para ler ao ar livre), de forma que preferi ceder o lugar na lista a’O Hobbit.

O Hobbit é um livro interessante, porque ele começa num tom cômico e termina em algo épico (ainda que nosso protagonista-narrador esteja fora de comissão no último ato, e por isso, não vejamos os acontecimentos do campo de batalha), com direito a rei anão rabugento do início alçando a altura de herói trágico vítima de sua própria arrogância. A despeito dessa contradição, o ritmo do livro nos mantém bem fisgados.

Considerando que hoje precisamente é o Dia do Hobbit, quando comemoramos o aniversário de Bilbo e Frodo Bolseiro, faz todo o sentido terminar as minhas recomendações da estação com esse título, não é mesmo?


A Coruja


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