30 de março de 2019

A Vertigem das Listas: Dez (outras) Grandes Histórias de Amor


Lulu: Continuando com nosso revival de temas passados do Vertigem, hoje trago um que gostei bastante de escrever e que ficou na memória como um dos mais divertidos - e que tinha muitas outras opções que não deu então para colocar na lista. Então, é, hoje é dia de termos Dez (outras) Grandes Histórias de Amor.

Ísis, aviso por antecipação que se você escolher Romeu e Julieta, eu te deserdo.


Ísis: Mas você é mãe da Dani, não minha…. õO

Also, pergunte a qualquer um, falou em grande história de amor, pensa-se em Romeu e Julieta. Por mais que você não goste, é o básico desse tipo de lista… >.>


Lulu: Não me importa se você não é minha filha, eu te deserdo assim mesmo. E Romeu e Julieta não é uma grande história de amor. É meramente uma paixão adolescente. Eu me recuso, ME RECUSO a deixar Romeu, o inconstante, entrar no rol!

Dito isso… vamos à lista!

1. Da outra vez que fizemos isso, comecei por Austen. Vou iniciar pelos clássicos de novo, mas vou tentar não repetir autores. Assim é que abro a lista com Jane Eyre e Mr. Rochester, de Jane Eyre, da Charlotte Brontë. Esse é um dos meus romances favoritos de todos os tempos, de uma intensidade e sensibilidade sem paralelo. É uma história que me deixou sem fôlego, que me fez virar noite querendo saber como terminaria e que transformou Jane Eyre em uma das minhas heroínas literárias. Apaixonante!

2. Contemporânea de Charlotte Brontë, Elizabeth Gaskell escreveu outros dos meus romances favoritos de todos os tempos: Norte e Sul, que conta o belo romance de Margaret Hale e John Thornton. Mr. Darcy que me perdoe, mas acho Mr. Thornton o mais encantador herói de romances clássicos que já li. Eu adoro como a autora constrói o relacionamento dos personagens, como cada um deles representa visões de mundo tão diferentes e como esse embate de princípios, de força moral faz com que eles se aproximem.

3. A história de Lyra e Will, na trilogia Fronteiras do Universo, não é um romance convencional, mas é uma história que impressiona e é, na minha opinião, uma das grandes histórias de amor na Fantasia. O final deles me parte o coração, mas é um final… perfeito. É um final que respeita tudo aquilo que foi construído antes. É um dos motivos pelos quais estou bem ansiosa pelo próximo livro do Phillip Pullman: vamos finalmente ver como está Lyra após os acontecimentos do final de A Luneta mbar.

4. Saindo da literatura para a mitologia… acho justo colocar como uma das grandes histórias de amor um mito que tem a própria encarnação do amor como protagonista: estou falando, claro, de Eros e Psiquê. Esse mito ecoa em contos de fadas e romances vários, com Eros salvando Psiquê de um destino terrível, apaixonando-se por ela e não podendo revelar sua identidade sob o risco de Afrodite separá-los e depois Psiquê passando pelas tarefas de Afrodite para poder reencontrar o amado. Um dos meus contos de fadas favoritos tem inspiração nessa história: A Leste do Sol, a Oeste da Lua.

5. Completando minha lista… vou com um filme clássico da sessão da tarde que é uma das minhas histórias de amor favoritas! O Feitiço de Áquila, que traz os amantes amaldiçoados Isabeau d’Anjou e o capitão Etienne Navarre. Por ciúmes, o bispo de Áquila - que era apaixonado pela moça - jogou um feitiço nos dois para separá-los: durante o dia, Isabeau se transforma num falcão e ele continua humano; à noite, o capitão se torna um lobo e ela volta à forma humana. Eles viajam juntos, tentando encontrar uma maneira de quebrar o feitiço - mas sempre separados por suas diferentes formas a cada período. É um filme fantástico, com direito a fantasia, humor, aventura, um pouco de tragédia, mas excelente!


Ísis: Lulu me apresentou Norte e Sul quando me fez assistir à minissérie com ela em uma de minhas visitas ao Recife. Embora não lembre muitos detalhes, confesso que muito gostei da história. Adorei também a escolha de Eros e Psiquê, que é uma história que eu adoro. Nunca ouvi falar dessa outra, porém (Lua/Sol)... tem resenha?

Lulu: Aqui no Coruja não tem resenha dele ainda… mas recebi recentemente os contos de fadas e contos nórdicos que apoiei no Catarse e ele faz parte do rol de histórias deles, posso até comentar depois. Depois acho um link do conto para compartilhar contigo, não deve ser difícil, é de domínio público.

Ísis: Ok, minha vez!

1. Eu vou voltar ao mesmo ponto de Fevereiro: Malec. Cara, essa é uma relação amorosa muito interessante. No Shadowverse, os Shadowhunters são descendentes de anjos e a polícia sobrenatural. Infelizmente, também são muito esnobes e convencidos, sempre menosprezando as outras criaturas sobrenaturais (vampiros, lobisomens, demônios, magos e fadas), mas levando muito a sério o dever de protegê-los. Um relacionamento entre um Shadowhunter e um descendente de um demônio é algo muito errado no pensamento dessa “elite”, não só porque são dois homens - a sociedade dos Shadowhunters é extremamente homofóbica - como pela incompatibilidade de “raças”. É ainda mais complicado para o jovem Alec, de 17 anos, que é brutalmente honesto e extremamente leal à família, aos amigos e às regras dos Shadowhunters. Ele é também uma das almas mais bondosas que existe, por mais que esteja permanentemente frustrado, seja sarcástico, e, bem, seja apaixonado pelo melhor amigo, o que é um grande problema nesse caso, dado que são parabatai.

Magnus também tem uma história longa e complicada: é imortal e já vive mais de 400 anos, cheios de aventuras. É também o único personagem presente em todas as obras da autora, visto que ele já existe em todas as épocas que ela escreveu até agora. O melhor, porém, é ver como duas pessoas tão diferentes, num mundo tão agressivo contra uma união dessas, vão se conhecendo e vão aprofundando (ou terminando) o relacionamento.

Meu problema atual é que a autora já publicou tanta coisa que me perdi e não sei mais o que ler… Ainda assim, estou ansiosa pelos novos livros, centrados nesse casal.

2. Minha segunda indicação é um clássico grego: Orfeu e Eurídice. Há muitas histórias onde um casal ou a metade de um desafia a própria morte - ou, nesse caso, o Deus da morte/do submundo - em nome do amor. Logicamente ao menos um desses entraria na lista. Escolhi Eurídice e Orfeu porque não só achei bonita

3. Seguindo a mesma direção que a opção anterior, o próximo casal listado é do filme da Disney: Hércules. Esse herói grego arriscou sua própria vida para salvar a alma condenada da amada, Meg, depois que a mesma se sacrificou para salvá-lo. Basicamente, um morreu pelo outro e, se isso não é uma grande história de amor, nada mais seria - ainda mais porque ambos sobrevivem, se casam e prosseguem uma vida juntos nos subúrbios de Tebas, de acordo com o seriado de TV.

Deixo aqui, porém, registrado meu protesto pela Disney ter cancelado Hércules 2! Queria mais desses dois juntos!!!

4. Chegou a hora da seleção animesca, porque claro que tem que entrar ao menos um mangá ou anime numa lista dessas! E meu escolhido é Fruits Basket! Mas, surpresa! Não é de Tohru e Kyou que vou falar, embora eu adore - ame! - o gato, mas de outro casal dessa história: a vaca e a égua. XP

Juro que não quis xingar; não é culpa minha se esses são seus animais. Enfim, eu sempre gostei do Hatsuharu, e me apaixonei pela Rin quando ela primeiro apareceu… Mas eu vibrei muito quando vi que os dois tinham um passado! Os capítulos que tratam do passado e do futuro dos dois são meus preferidos. Hatsu é obcecado (apaixonado) por ela desde criança e, eventualmente, Rin o conhece o suficiente para encantar-se também. Ainda que a menina acabe tornando-se uma pessoa ácida, explosiva e boca-suja, o calmo Haru nunca deixa de amá-la, chegando a desafiar o Deus para estar ao lado da moça. Essa, por sua vez, mesmo sabendo que Akito a despreza, arrisca tudo pela chance de oferecer o que crê seja felicidade a Hatsuharu… o que não acaba muito bem para ela, e seu único arrependimento é ter falhado. Muito bonito como eles fazem tudo um pelo outro, e como as personalidades tão distinta deles (estourada e tranquilaço) acaba tornando-os um casal perfeito...

5. E, por fim, indicarei minha história favorita de todos os tempos! Romeu e Julieta! A Coruja que me perdoe, mas nenhuma história é tão romântica quanto Romeu x Julieta!

Escrito isso, deixa eu fugir aqui para evitar minha decapitação...


Lulu: Grrrrr....

Ísis: Ok, agora que Lulu já teve um piripaque, continuemos. Eu menti, só para fazer a Coruja melhorar a circulação do sangue com um ataque cardíaco. Vejam como me preocupo sempre com a Rainha!

Minha verdadeira escolha TOP não poderia ser outra: Ísis e Osíris, o amor “celestial” que venceu a morte duas vezes! Desde que aprendi quem foi Ísis, me apaixonei pela mulher, que era não só bela, como inteligente e hábil…. e mestre em magia! Ela recuperou o marido duas vezes e fez dele o rei do submundo, de forma que não pudesse ser morto uma terceira vez! E olha que na segunda vez, o irmão dos dois e vilão da história, Set, fez 14 picadinhos do cadáver de Osíris e espalhou pelo Egito. Para piorar, ele jogou a última parte a um jacaré ou hipopótamo, ambos animais nos quais o próprio Set é capaz de se transformar, de forma que é possível que ele mesmo tenha consumido a referida parte. Reza a lenda que esse último pedaço eram as genitais de Osíris, um dos deuses da fertilidade, o que possivelmente simbolizaria não apenas sua masculinidade, mas seus “poderes” também.


Lulu: Então, povo... por hoje é só! Mês que vem tem mais uma lista revival para comemorar nossos dez anos de existência!



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