24 de junho de 2017
A Vertigem das Listas: Seis Histórias do Submundo
Ísis: Olá, caros mortais leitores do Coruja! Esse mês vamos aonde ninguém ousa ir, com poucas exceções. No mínimo, aonde ninguém quer ir, mas vai porque precisa por qualquer motivo. Não estou falando de dentista nem hospital - embora sejam boas tentativas - mas do inferno, ou o mundo além. Bem-vindos sejam a Seis Histórias do Submundo!
Lulu: Posso dizer que fiquei até com medo agora?
Ísis: Por quê? Submundo não necessariamente é amedrontador…
Lulu: Não tenho medo do submundo, tenho medo de você…
Ok, então, vejamos… a primeira história ‘endiabrada’ que me vem à mente é um clássico do teatro nordestino. O diabo costuma ser uma participação importante em nossos cordéis, tentando personagens ou sendo enganado por elas, muitas vezes servindo de alívio cômico.
Por isso, minha primeira indicação para a lista desse mês é O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, no qual não chegamos a descer ao submundo, mas temos um breve vislumbre dele ao final do julgamento. Mas o demônio aparece para jogar lenha na fogueira e só é derrotado com a força de Nossa Senhora.
Eu li a peça pela primeira vez na escola e participei até de uma representação; depois teve a série de TV e a história se popularizou imensamente. Seja como for, é uma das minhas peças favoritas e não sei explicar mais que isso, só sei que foi assim ;)
Ísis: Um dia crio coragem e assisto/leio. Só vi pedaços até hoje e nunca sequer vi esse livro!
Lulu: Sério mesmo? Na minha época ele foi até indicado para o vestibular… Li-o no colégio, tive de fazer um trabalho com ele, apresentamos um teatro de bonecos de pano com os personagens. Foi divertido!
Ísis: Que legal! Ok, meu primeiro escolhido, e é claro que não seria diferente, a animação Hércules da Disney. Pode não ser exatamente assustador, mas há várias cenas, inclusive o famigerado mergulho no rio das almas. Ao longo do filme, Hades e outros personagens vão passando por alguns cômodos. Acho legal ver as “salas” no inferno.
Lulu: Continuo minhas indicações pessoais com o inferno de Crowley em Belas Maldições, um dos meus livros favoritos de todos os tempos, que junta numa mesma história a genialidade e imaginação de Neil Gaiman e Terry Pratchett. Adoro o Crowley e seu relacionamento com Aziraphale; acho hilariante a forma como o Inferno aqui é apresentado como uma instituição burocrática particularmente ineficiente, assim como as comparações feitas entre as intenções de céu e inferno - e que não têm nenhuma preocupação com o mundo humano.
Deu vontade de ir reler. De novo...
Ísis: Você já leu quantas vezes mesmo? Oo
Minha segunda opção é um anime conhecido e querido no Brasil, em grande parte pela excelente dublagem: Yuu Yuu Hakusho. Durante quase toda a história, há uma troca de mundos: ora se está no mundo dos homens, ora se está no mundo espiritual (que seria o correspondente ao nosso céu), e oras se está no mundo dos demônios (que não é o inferno, literalmente falando). O inferno mesmo só aparece no filme (e ainda assim, não chegamos a ver o inferno, mas apenas uma representação dele), mas eu acho legal ver a existência de outros mundos (ou outros "infernos", por assim dizer). E adoro o filme desse anime, então aponto só para incluí-lo aqui. XD
Lulu: Sei cantar até hoje a música tema de abertura do anime… Yuu Yuu Hakusho era muito bom!
Minha lista de hoje está bastante eclética, com teatro brasileiro, fantasia britânica e, completando, um poeta alemão. Fausto, de Goethe, nos apresenta a Mefistófeles e a um submundo que é mais um reino de fantasia infinita que um inferno de espetos e caldeirões ferventes… pelo menos, é isso que Mefistófeles apresenta a Fausto, tentando convencê-lo a se deixar levar pelos prazeres da carne…
Acho Mefistófeles um personagem extremamente interessante, melífluo, sedutor…
Ísis: Por fim, minha última opção é provavelmente já conhecida por aqui: trata-se de Saint Seiya, especificamente a saga de Hades, em que os cavaleiros de bronze e de ouro literalmente descem até o inferno para (DE NOVO!) salvar a deusa (!!!) Atena.
Eu achei legal que é um inferno grego e budista, mas mais importante é passar por várias partes do submundo. Do jeito que estou repetindo esse tema, capaz de abrir uma empresa de turismo para o inferno...
Espero que tenham gostado dessa lista “infernal”! Se não, conte-nos porque abaixo! (E se sim também!) Até a próxima!
Lulu: Tô indo ali na Igreja mais próxima providenciar um exorcismo para a Ísis depois desse vertigem... ;)
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