25 de junho de 2016
A Vertigem das Listas: Seis Filmes que São Obras de Arte
Lulu: Quem começa o vertigem desse mês sou eu, com um tema de cinéfilo - Seis Filmes que São Obras de Arte.
Com isso não estou dizendo que sejam filmes favoritos, mas sim filmes que, visualmente, marcaram nossa memória, filmes que, se pudéssemos, penduraríamos na parede como quadros. Se bem que os filmes que escolhi para minha lista desse mês são favoritos meus, então a diferença é na verdade bem tênue.
Dé: Adorei o tema! =D
Tenho a escolha perfeita (pra mim, pelo menos)!
Lulu: Obrigada!
Enfim, vou começar com um conto de fadas bastante sombrio, que é também um libelo contra o fascismo. Estou falando, claro, de O Labirinto do Fauno do Guillermo Del Toro.
O Labirinto do Fauno é repleto de imagens assustadoras, até perturbadoras, mas nem por isso menos belos ou poéticas. Essa iconografia se junta a um belo enredo e trilha sonora para nos enredar na jornada de Ofelia. Adoro tudo sobre esse filme.
Tayla: Inclusive, recomendo a versão do DVD/blue-ray com os comentários do diretor. É fantástico saber o pensamento por trás de cada personagem e cada composição de cena. Saber como os elementos de cena como o relógio, as linhas retas e o reflexo definem o Capitão e que a Ofélia usa verde durante todo o filme (enquanto os outros personagens usam azuis ou tons terrosos) por que ela é um elemento deslocado no “mundo real”, pertencente ao mundo da Fantasia. Outro bacana é o Espinha do Diabo, o filme-irmão de O Labirinto do Fauno. Super recomendo!
Dé: Quando se trata de obras de arte cinemática, creio que Disney é campeã neste quesito. Das dezenas de filmes da empresa, uma quantidade significativa pode se encaixar neste Vertigem, porém, escolherei um que foi feito justamente com este objetivo.
Fantasia marcou bastante minha infância, especialmente por conta da trilha sonora e da arte, O filme completo é a reunião de diversos curtas, ao som de música clássica, cada um contando uma história diferente, encabeçado pela adaptação de Aprendiz de Feiticeiro, que veio a se tornar um ícone para Mickey Mouse.
Tayla: Bem, já que me roubaram o Del Toro (te vejo na saída, Lu ò_ó), tenho que me virar nos trinta e escolher outro filme. Tem vários que amo - os filmes do Estúdio Ghibli e do Satoshi Kon, Medianeira, Amélie Poulain, etc. -, mas já que tenho que escolher um, a minha escolha será um filme pouco conhecido e que precisa de mais amor! The Secret of Kells!
Tá, eu sei que o título dele em português é outro, mas eu me recuso a chamá-lo de
Lulu: Tayyyyyyyyyyyyyyy, eu amo esse filme! É muito lindo!!!! E, salvo engano, o mesmo diretor é responsável pelo também belíssimo Song of the Sea. Mesma temática e mesmo visual.
Tayla: Sim!!!! Song of the Sea é deles também! Particularmente eu acho Secret of Kells mais impactante visualmente porque ele buscam inspiração direta no Livro de Kells, um dos mais belos manuscritos da Alta Idade Média. (E também porque foi o primeiro que eu vi rs) Então o filme é cheio de referências a formas matemáticas e iluminuras. Um bom exemplo é a imagem abaixo na qual os personagens principais, Brendan e Aisling, estão posicionados dentro de uma espiral de Fibonacci.
Exemplo de uma página do Livro de Kells |
Aiai… Esses filmes e esse livro são tão lindos que, se isso não significasse ter uma Lu querendo cortar minha cabeça, eu encheria esse post com imagens do filme! Hahaha
Lulu: Gostaria de pedir licença para mostrar que tem CORUJAS nesse filme.
Ísis: Vocês se empolgaram, hein? Eita, é hoje que vão me matar, porque, apesar de também ficar tentada a escolher algo da Disney (realmente, tem tantos!) ou de algum estúdio japonês, eu resolvi apontar outro filme.
Em minha defesa, a culpa é da Lu, que mandou apontar “obras de arte”! Certo, o filme Speed Racer não tem a melhor história, os melhores atores, e, bem, melhor nada. Mas, já que é pra apontar algo que marcou, eu escolho esse filme - mesmo sabendo que ninguém mais o faria - porque a forma como mesclaram realidade e computação gráfica (CG) me impressionou.
Normalmente, CG é usado para fazer cenários, ou efeitos (tipo magia, explosões, ou mesmo para animar um personagem), e o resultado fica ou bastante realista, ou ridiculamente óbvio que aquilo não existe no mundo real… Porém, em Speed Racer, eu vi uma terceira opção: ao usaram cores bastante vivas nos cenários e até mesmo no figurino, é possível convencer o espectador, pelo menos naquele exato momento em que se assiste ao filme, que aquele mundo (CG) super colorido é realmente o mundo em que estão aqueles atores (personagens). Achei uma mistura muito boa de realidade e CG, diferente,e, por isso, pode qualificar como obra de arte.
*sai correndo para não apanhar
Lulu: Ok, não, eu não vou comentar… Minha segunda escolha é outro filme favorito, outro filme que junta um enredo maravilhoso, com uma trilha sonora sob medida e imagens incrivelmente belas e cheias de simbolismo.
Estou falando de Desejo e Reparação, inspirado no livro de Ian McEwan, uma história sobre histórias, sobre pontos de vista e sobre memória e inconsciente, sobre erros e reparações.
Ísis: Eu lembro que gostei desse filme, mas que chorei até dizer chega… >.<
Lulu: É pra chorar mesmo…
Enfim, terminando por hoje a lista, gostaria de indicar… toda a filmografia do Miyazaki, mas como a regra pede apenas um título, ficarei com o visualmente espetacular A Viagem de Chihiro.
Não é o meu filme favorito do Estúdio Ghibli - mas, bem, como é que você consegue ter um único filme favorito desse povo? Sério, tudo o que eles fizeram é lindo, tem histórias apaixonantes e personagens carismáticos. Como não amar?
1. O Labirinto do Fauno, dirigido por Guillermo Del Toro
2. Desejo e Reparação, dirigido por Joe Wright
3. A Viagem de Chihiro, dirigido por Hayao Miyazaki
4. The Secret of Kells, dirigido por Tomm Moore e Nora Twomey
5. Speed Racer, dirigido por irmãs Wachowski
6. Fantasia, dirigido por vários diretores
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