13 de agosto de 2015
Para ler: As Viagens de Alice
As Viagens de Alice primeiro me chamou a atenção quando eu estava às voltas com o especial de 150 anos de publicação de Alice no País das Maravilhas - creio que numa pesquisa por títulos com ‘Alice’ no meio, ele caiu na minha rede. Bastou ler a sinopse para saber que não tinha nada a ver com a obra de Carroll, mas ainda assim ela me prendeu suficiente atenção para não descartá-la de cara. Anotei o título à parte e deixei lá na minha lista de futuras leituras.Cansada de sua vida sem graça, a jornalista Alice Steinbach resolveu dar um tempo. Pediu licença no trabalho, afastou-se dos amigos e da família e partiu numa jornada de autoconhecimento pela Europa. Ao voltar, não conseguiu se adaptar à antiga rotina. Pediu demissão e caiu no mundo, tendo como único compromisso satisfazer suas três maiores paixões: viajar, aprender e escrever. Este divertido e sensível livro acompanha a volta ao mundo de Alice para recuperar o tempo perdido. O roteiro segue exclusivamente seus desejos e desafia suas habilidades. Das aulas de culinária na famosa escola de gastronomia do hotel Ritz – onde descobriu que nem mesmo cortar um legume é tão fácil quanto se imagina – à entrega aos ritmos calientes em Cuba, passando pelas artes japonesas e pelo fascinante mundo das gueixas em Kyoto, os programas de Alice não estão em nenhum guia turístico. E como satisfazer seus desejos é o lema da viagem, por que não se deixar envolver por um charmoso japonês que cruza seu caminho? Quem sabe esse encontro mude o roteiro de sua vida outra vez...
Pouco tempo depois, ele apareceu numa promoção da Amazon e lá fui eu colocá-lo na cesta de compras... E aí, no dia em que ele chegou eu tinha oftalmologista marcado e o levei comigo para passar a tarde de castigo na sala de espera. Ali mesmo li mais da metade do livro e fiquei apaixonada.
Alice Steinbach é uma jornalista que decidiu largar o emprego fixo e a rotina para cair na estrada numa verdadeira volta ao mundo, mergulhando um pouco na cultura de cada lugar que visitava, aprendendo coisas novas e escrevendo os relatos que se transformariam nesse livro.
Assim é que ela faz um curso rápido de gastronomia em Paris, aprende sobre a cerimônia do chá em Kyoto, história da arte em Florença, arquitetura em Havana, segue os passos de Jane Austen pela Inglaterra, visita os jardins provençais, faz um curso de escrita criativa em Praga e treina cães pastores na Escócia.
Uma das coisas mais interessantes que achei no livro é que Steinbach sai do circuito comum do turista – e exatamente por isso, não é um livro muito indicado para marinheiros de primeira viagem. Ela às vezes faz parecer bem fácil, mas dá para perceber que muita pesquisa e preparo esteve por trás de cada uma de suas viagens. Não existe um elo único entre cada uma dessas viagens e por isso algumas pessoas podem estranhar a forma como ela vai ‘de oito a oitenta’ entre um capítulo e outro – e assim amar o capítulo em que ela percorre Florença (e eu agora quero voltar lá para fazer o mesmo percurso...) e morrer de tédio em sua aventura escocesa ou vice-versa.
Para mim, contudo, As Viagens de Alice foi um livro sob medida. Não achei nenhum dos capítulos enfadonhos e ao terminar a leitura, fiquei com vontade de emular o estilo de ‘ser turista’ da autora. Quem sabe nas próximas férias?
Nota:
(de 1 a 5, sendo: 1 – Não Gostei; 2 – Mais ou Menos; 3 – Gostei; 4 – Gostei muito; 5 – Excelente)
Ficha Bibliográfica
Título: As Viagens de Alice
Autor: Alice Steinbach
Tradução: Maria do Carmo Zanini
Editora: Benvirá
Ano: 2011
Número de páginas: 400
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A Coruja
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