18 de setembro de 2014
Desafio Corujesco: O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares
Interessei-me por esse livro, a princípio, após vê-lo em alguma lista do Goodreads – ele estava entre as indicações para melhor fantasia infanto-juvenil em 2011. Pouco tempo depois, descobri que ele tinha sido traduzido em português, folheei as primeiras páginas na livraria, fiquei mais curiosa do que já estava, fui e voltei, ganhei um cartão presente e coloquei-o no bolo – para então passar mais de ano até afinal tirá-lo da estante.Comecei a me sentir estranho. Imaginei estar sendo observado; que as crianças ainda estavam ali, preservadas como o Garoto do Pântano, dentro daquelas paredes. Podia senti-las me espionando através de frestas e buracos na madeira.
Acontece...
Mas agora chegou a vez dele. Por conta do meu pequeno desafio corujesco, setembro se transformou no mês da Segunda Guerra Mundial aqui no Coruja – e com isso, eu vasculhei a estante atrás de tudo o que tinha no assunto.
O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares é bem diferente dos outros volumes que li no tema esse mês – Churchill são memórias, a história do elefante é inspirada num acontecimento real, enquanto que a obra de Ransom Riggs é pura fantasia.
A história gira em torno de Jacob, neto de um sobrevivente judeu da Segunda Guerra Mundial que, após a morte do avô, procura respostas para os acontecimentos por trás de sua perda e as histórias fantásticas que cresceu ouvindo sobre orfanato para onde o avô fora levado durante a guerra – um lugar cheio de crianças... peculiares.
Curiosamente, o autor a princípio queria apenas fazer um livro de fotos que fora emprestada de várias coleções privadas, fotos curiosas, diferentes, algumas vezes mórbidas. Foi seu editor que o convenceu a usar as fotos para contar uma história e Riggs fez isso muito, mas muito bem.
O texto e as imagens se complementam para montar a narrativa que é absolutamente surpreendente. As neuroses de Jacob, suas tentativas de reencontrar-se no mundo após um evento extremamente traumatizante são algo que nos é algo familiar – como ele bem diz sobre seu psiquiatra, hoje temos remédios para tudo e ninguém parece assim tão preocupado em realmente lidar com aquilo que aconteceu.
Não demora muito, contudo, para que Jacob perceba que seus pesadelos – e as histórias absurdas que o avô contava – não são assim tão fantasiosas quanto ele acreditava.
É difícil explicar esse livro para alguém que não leu porque qualquer coisa que eu disser pode acabar entregando a história inteira... e parte do fascínio com que a história nos envolve vem das surpresas que ela vai nos lançando capítulo a capítulo.
Terminei o volume virando uma noite porque freneticamente dizia para mim mesma ‘só mais um capítulo, só mais um capítulo’ e não conseguia largá-lo. Agora tenho de ir atrás da continuação, obviamente...
A Coruja
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Adoooooro esse livro! Também achei o encaixe que o autor faz das fotos com a história fantástico! Já estou com o segundo volume em casa esperando para ser lido, mas também não tive tempo... e como li o livro assim que lançou precisei esperar sair a continuação, e isso me deixou lendo outras coisas no caminho, aí quando o livro finalmente saiu eu já não estava mais no pique.
ResponderExcluirNo meu desafio corujesco eu também escolhi o século XX, mas escolhi uma época um pouco mais ampla porque li a biografia da maior cantora egípcia de todos os tempos, Umm Kulthum, e um romance do prêmio nobel de literatura egípcio, Naguib Mahfouz.
As minhas resenhas estão aqui:
http://leiturasdelaura.blogspot.com.br/2014/09/the-voice-of-egypt.html
http://leiturasdelaura.blogspot.com.br/2014/09/respected-sir.html
Estou amando o seu desafio!!!! Faz de novo ano que vem???
Beijos!
Vou indo olhar suas leituras, Laura. E sim, estou pensando em repetir o desafio ano que vem ;)
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