10 de março de 2014
Conversas Sobre o Tempo: A Atual Conjuntura
Toda vez que vejo uma notícia sobre o avião que desapareceu a caminho da China, não consigo deixar de me perguntar como é que um Boeing com mais de duzentas pessoas a bordo pode simplesmente sumir no ar sem deixar rastros.
Aviões têm rotas pré-estabelecidas no ar. A demora para encontrar pistas já demonstrou que ele saiu de sua rota, e ninguém consegue entender exatamente o porquê disso.
A situação me fez pensar também na época das grandes navegações. À época não existia comunicação em tempo real entre caravelas e portos; quantos barcos não desapareceram sem deixar vestígios e quanto tempo não se passou até que as pessoas se dessem conta de que eles não estavam voltando?
Voltando ao avião, a história toda se complicou ainda mais com a descoberta de que havia pessoas no avião com passaportes roubados. Considerando a situação política da região, não se pode descartar a possibilidade de um atentado...
______________________
Para quem não sabe, a China, há pouco tempo, decidiu unilateralmente aumentar sua zona de identificação aérea, que se sobrepõe ao espaço aéreo japonês e inclui ilhas disputadas pelo país com o Japão. Essa imposição aumentou as tensões regionais, porque, tecnicamente, a China pode abater aeronaves e navios que entrem sem permissão em seu espaço delimitado. Além do Japão, a área fixada pelos chineses também abrange territórios de Taiwan, Filipinas e Coréia do Sul.
Essa escalada de tom não vem de agora, até porque tanto a China quanto o Japão vêm se armando fortemente nos últimos anos e vamos concordar que não haveria motivos para uma corrida armamentista se não houvesse algum tipo de intenção por trás, seja só para ameaçar ou para de fato atacar.
Mas, enfim... a China anda ameaçando remover à força japoneses que estejam na ilha de Senkaku, na área questionada, e o fato é que se houver uma invasão, o Japão declarará guerra à China. Não tem muito para onde correr diante de um ato de agressão tão deslavado.
Os Estados Unidos já afirmou publicamente que ficará do lado japonês caso haja qualquer tentativa de invasão por parte dos chineses. Mas ainda pior que uma 'simples' promessa pública é que, por força de um Tratado de Mútua Defesa de 1951, os Estados Unidos é legalmente obrigado a proteger as Filipinas, que estão sendo pressionadas pela China no Mar do Sul, onde também há ilhas sendo disputadas. Ou seja, se a China fizer qualquer movimento nessa direção, a Marinha Americana terá de retaliar em defesa dos filipinos.
Resumo da história? Uma guerra Sino-Japonesa não é uma total improbabilidade e considerando os tratados americanos com países do Pacífico Sul, os Estados Unidos acabariam entrando também na história. E aí, sabe quem é aliado da China? A Rússia.
Pois é...
______________________
Eu não acho que amanhã vá ser declarada a III Guerra Mundial, mas não posso deixar de me sentir extremamente desconfortável com uma série de detalhes em torno do que anda acontecendo, em especial sobre a manipulação ou falta de informações.
A recusa (violenta) de permitir observadores internacionais na Criméia me deu arrepios ao me fazer lembrar da recusa de Stalin de permitir observadores na Polônia conquistada aos alemães. Enquanto Inglaterra e Estados Unidos, seus aliados da vez, tentavam entender o que estava acontecendo e eram cozinhados em banho-maria com promessas vazias, Stalin permitiu um massacre na Varsóvia de todas as forças polonesas que tinham resistido aos nazistas e que tinham posições, teoricamente, contra a URSS. Depois, prendeu à traição praticamente todas as lideranças de partidos que não fossem o comunista.
Não vejo qualquer ângulo pelo qual se possa dar legitimidade ao processo em torno de um referendo para transformar a Criméia em território russo, separando-se da Ucrânia. Primeiro pelo fato de que a Rússia invadiu militarmente a Criméia (e não, não há outra interpretação para a ocupação de bases militares, centros de comunicação e prédios do governo por forças armadas que escondem o rosto e não identificam a própria nacionalidade).
Detalhe que ao mesmo tempo, foi eleito em caráter emergencial um novo prefeito russo para Sevastopol, uma das principais cidades da região com importantes bases militares e o segundo maior porto da Ucrânia. E o parlamento regional da Criméia elegeu como primeiro-ministro Sergey Aksyonov, líder do partido pró-Rússia da região, que não teve sequer 4% dos votos na última eleição.
Múltiplos motivos para desconfiar de Aksyonov: (1) ele diz que só vai receber ordens do presidente deposto fugitivo da Ucrânia, Viktor Yanukovych, o que significa que ele está recebendo ordens diretas vindas da Rússia e todos faremos de conta que acreditamos que elas vêm do Yanukovych; (2) ele é chamado de ‘comandante’ por seus trinta guarda-costas (?) carregando fuzis AK-47 (??) e vamos concordar que é uma questão de princípios desconfiar de um político que se faz chamar de comandante; (3) o apelido da criatura é Goblin e eu realmente não tenho comentários a fazer aqui.
Para completar, existe a alegação de que a Rússia anda distribuindo passaportes em cidades ucranianas com laços político-culturais com o país. O fato de que tais cidades são também centros industriais e comerciais da Ucrânia não é um pequeno detalhe, mas façamos de conta que isso não tem nada a ver com o assunto.
A estratégia é a mesma que Putin, quando primeiro-ministro, empregou na Geórgia em 2008: ele distribuiu passaportes russos entre habitantes da Abecásia e Ossétia do Sul e depois justificou a invasão do país dizendo que estava indo defender cidadãos russos da ‘agressão’ georgiana. O resultado foi um conflito de cinco dias em que a Rússia fez chover bombas na capital da Geórgia, Tbilisi, aprontou o que bem quis e a despeito de pedidos das Nações Unidas, da OTAN e ameaças dos Estados Unidos, não sofreu qualquer tipo de retaliação.
Sabe quem também utilizou essa estratégia? Hitler. Com a desculpa de que cidadãos germânicos não estavam sendo bem tratados na Romênia e Tchecolosváquia, ele invadiu esses países sem grandes recriminações por parte das outras nações europeias.
Mesmo a explicação que os cientistas e observadores políticos dão às atitudes de Putin fazem lembrar o líder nazista. Com o fim da União Soviética, a “cortina de ferro” que protegia a Rússia caiu e o Ocidente chegou agora às próprias fronteiras do país. Não é uma coincidência que os dois países atacados no governo de Putin, tanto a Geórgia quanto a Ucrânia, expressaram interesse em se alinhar à OTAN, quando antes pertenciam ao Pacto da Varsóvia. Para a Rússia, esses países são necessários à sua área de influência para sua própria proteção e deixar que eles entram para a OTAN é um risco que eles não podem correr. Em outras palavras, Geórgia e Ucrânia fazem parte do “espaço vital” russo.
E aqui está, talvez, o maior problema, o que realmente dá calafrios na alma ao pensar nas similaridades. Hitler invadiu e anexou uma série de países, a princípio na base do blefe puro e simples, depois bancado por uma enorme máquina de guerra. Neville Chamberlain, o primeiro-ministro inglês da época, achava melhor deixar que a Alemanha pegasse o que queria do que começar uma guerra com o país e assim foi empurrando com a barriga, até que a situação se tornou insustentável.
Putin sabe, a despeito das ameaças que lhe possam ser feitas, que ninguém pode fazer nada contra ele. Ele invadiu a Geórgia, fez o que bem entendeu e saiu da história por cima, rindo das palavras vazias com que foi condenado por sua atitude. É o mesmo que está acontecendo na Ucrânia agora – se ele decidir invadir, ele vai invadir e no final das contas vai ficar tudo por isso mesmo. A Alemanha investiu nos últimos anos mais de 20 bilhões na Rússia, e 30% de toda a energia do país vem dos gasodutos russos. Considerando que hoje em dia é a Alemanha quem de fato decide as coisas na União Européia, é óbvio que eles não vão querer ir contra a Rússia, especialmente em tempos de recessão econômica. Quanto aos Estados Unidos, é simplesmente a mesma situação da Guerra Fria e quem vai querer brincar de roleta russa nuclear?
Em outras palavras, o resto do mundo está abaixando a cabeça e dando livre poder para a Rússia fazer o que quiser. Porque essa é a verdade política sem firulas: a Ucrânia, que como país, existe há pouco mais de duas décadas, é uma perda aceitável para o resto do mundo em vista do que mais pode acontecer. Mas o que acontece se a Rússia decidir abocanhar mais do que consegue mastigar?
______________________
Stalin, o líder supremo da União Soviética, disse certa vez “uma morte é uma tragédia, milhões mera estatística”. A essas alturas, é isso que representa a Síria. Desde janeiro de 2011 o país está em guerra civil. O número de mortos é algo que já não pode mais ser calculado.
Entendo a questão da soberania, mas eu acredito que os direitos humanos têm prioridade sobre esse princípio. Então a pergunta é: até que ponto é aceitável ficar de braços cruzados? Até que ponto se deve respeitar um governo supostamente legalizado e quando se torna necessário haver uma intervenção?
Eu acredito que no momento em que a ajuda humanitária é proibida de fazer sua parte e se mata a própria população de fome para pressioná-la a não ajudar os insurgentes, há muito que já passamos do ponto de que não se pode retornar.
Independe do que for feito, é bastante provável que uma vez que a guerra termine, se forme um tribunal internacional para julgar crimes de guerra. Mas de que valerá isso para aqueles que já estão mortos e os que sobraram entre as ruínas?
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Enquanto isso, num dos nossos vizinhos...
As cenas que vemos de vez em quando do conflito na Venezuela nos fazem também pensar numa Guerra Civil. Mas, como impera a falta de informação e a desinformação, é difícil montar um panorama real do que está acontecendo no país.
A Organização dos Estados Americanos, OEA, propôs enviar uma equipe de observadores internacionais para entender o que raios e cargas d’água está acontecendo. O Brasil, para quem a Venezuela “tem excesso de democracia”, foi contra, porque, segundo o Itamaraty, “uma decisão da OEA nesse momento seria inoportuna e poderia acirrar as tensões no local”.
Vejamos como será lembrada no futuro essa decisão.
A Coruja
Aviões têm rotas pré-estabelecidas no ar. A demora para encontrar pistas já demonstrou que ele saiu de sua rota, e ninguém consegue entender exatamente o porquê disso.
A situação me fez pensar também na época das grandes navegações. À época não existia comunicação em tempo real entre caravelas e portos; quantos barcos não desapareceram sem deixar vestígios e quanto tempo não se passou até que as pessoas se dessem conta de que eles não estavam voltando?
Voltando ao avião, a história toda se complicou ainda mais com a descoberta de que havia pessoas no avião com passaportes roubados. Considerando a situação política da região, não se pode descartar a possibilidade de um atentado...
Para quem não sabe, a China, há pouco tempo, decidiu unilateralmente aumentar sua zona de identificação aérea, que se sobrepõe ao espaço aéreo japonês e inclui ilhas disputadas pelo país com o Japão. Essa imposição aumentou as tensões regionais, porque, tecnicamente, a China pode abater aeronaves e navios que entrem sem permissão em seu espaço delimitado. Além do Japão, a área fixada pelos chineses também abrange territórios de Taiwan, Filipinas e Coréia do Sul.
Essa escalada de tom não vem de agora, até porque tanto a China quanto o Japão vêm se armando fortemente nos últimos anos e vamos concordar que não haveria motivos para uma corrida armamentista se não houvesse algum tipo de intenção por trás, seja só para ameaçar ou para de fato atacar.
Mas, enfim... a China anda ameaçando remover à força japoneses que estejam na ilha de Senkaku, na área questionada, e o fato é que se houver uma invasão, o Japão declarará guerra à China. Não tem muito para onde correr diante de um ato de agressão tão deslavado.
Os Estados Unidos já afirmou publicamente que ficará do lado japonês caso haja qualquer tentativa de invasão por parte dos chineses. Mas ainda pior que uma 'simples' promessa pública é que, por força de um Tratado de Mútua Defesa de 1951, os Estados Unidos é legalmente obrigado a proteger as Filipinas, que estão sendo pressionadas pela China no Mar do Sul, onde também há ilhas sendo disputadas. Ou seja, se a China fizer qualquer movimento nessa direção, a Marinha Americana terá de retaliar em defesa dos filipinos.
Resumo da história? Uma guerra Sino-Japonesa não é uma total improbabilidade e considerando os tratados americanos com países do Pacífico Sul, os Estados Unidos acabariam entrando também na história. E aí, sabe quem é aliado da China? A Rússia.
Pois é...
Eu não acho que amanhã vá ser declarada a III Guerra Mundial, mas não posso deixar de me sentir extremamente desconfortável com uma série de detalhes em torno do que anda acontecendo, em especial sobre a manipulação ou falta de informações.
A recusa (violenta) de permitir observadores internacionais na Criméia me deu arrepios ao me fazer lembrar da recusa de Stalin de permitir observadores na Polônia conquistada aos alemães. Enquanto Inglaterra e Estados Unidos, seus aliados da vez, tentavam entender o que estava acontecendo e eram cozinhados em banho-maria com promessas vazias, Stalin permitiu um massacre na Varsóvia de todas as forças polonesas que tinham resistido aos nazistas e que tinham posições, teoricamente, contra a URSS. Depois, prendeu à traição praticamente todas as lideranças de partidos que não fossem o comunista.
Não vejo qualquer ângulo pelo qual se possa dar legitimidade ao processo em torno de um referendo para transformar a Criméia em território russo, separando-se da Ucrânia. Primeiro pelo fato de que a Rússia invadiu militarmente a Criméia (e não, não há outra interpretação para a ocupação de bases militares, centros de comunicação e prédios do governo por forças armadas que escondem o rosto e não identificam a própria nacionalidade).
Detalhe que ao mesmo tempo, foi eleito em caráter emergencial um novo prefeito russo para Sevastopol, uma das principais cidades da região com importantes bases militares e o segundo maior porto da Ucrânia. E o parlamento regional da Criméia elegeu como primeiro-ministro Sergey Aksyonov, líder do partido pró-Rússia da região, que não teve sequer 4% dos votos na última eleição.
Múltiplos motivos para desconfiar de Aksyonov: (1) ele diz que só vai receber ordens do presidente deposto fugitivo da Ucrânia, Viktor Yanukovych, o que significa que ele está recebendo ordens diretas vindas da Rússia e todos faremos de conta que acreditamos que elas vêm do Yanukovych; (2) ele é chamado de ‘comandante’ por seus trinta guarda-costas (?) carregando fuzis AK-47 (??) e vamos concordar que é uma questão de princípios desconfiar de um político que se faz chamar de comandante; (3) o apelido da criatura é Goblin e eu realmente não tenho comentários a fazer aqui.
Para completar, existe a alegação de que a Rússia anda distribuindo passaportes em cidades ucranianas com laços político-culturais com o país. O fato de que tais cidades são também centros industriais e comerciais da Ucrânia não é um pequeno detalhe, mas façamos de conta que isso não tem nada a ver com o assunto.
A estratégia é a mesma que Putin, quando primeiro-ministro, empregou na Geórgia em 2008: ele distribuiu passaportes russos entre habitantes da Abecásia e Ossétia do Sul e depois justificou a invasão do país dizendo que estava indo defender cidadãos russos da ‘agressão’ georgiana. O resultado foi um conflito de cinco dias em que a Rússia fez chover bombas na capital da Geórgia, Tbilisi, aprontou o que bem quis e a despeito de pedidos das Nações Unidas, da OTAN e ameaças dos Estados Unidos, não sofreu qualquer tipo de retaliação.
Sabe quem também utilizou essa estratégia? Hitler. Com a desculpa de que cidadãos germânicos não estavam sendo bem tratados na Romênia e Tchecolosváquia, ele invadiu esses países sem grandes recriminações por parte das outras nações europeias.
Mesmo a explicação que os cientistas e observadores políticos dão às atitudes de Putin fazem lembrar o líder nazista. Com o fim da União Soviética, a “cortina de ferro” que protegia a Rússia caiu e o Ocidente chegou agora às próprias fronteiras do país. Não é uma coincidência que os dois países atacados no governo de Putin, tanto a Geórgia quanto a Ucrânia, expressaram interesse em se alinhar à OTAN, quando antes pertenciam ao Pacto da Varsóvia. Para a Rússia, esses países são necessários à sua área de influência para sua própria proteção e deixar que eles entram para a OTAN é um risco que eles não podem correr. Em outras palavras, Geórgia e Ucrânia fazem parte do “espaço vital” russo.
E aqui está, talvez, o maior problema, o que realmente dá calafrios na alma ao pensar nas similaridades. Hitler invadiu e anexou uma série de países, a princípio na base do blefe puro e simples, depois bancado por uma enorme máquina de guerra. Neville Chamberlain, o primeiro-ministro inglês da época, achava melhor deixar que a Alemanha pegasse o que queria do que começar uma guerra com o país e assim foi empurrando com a barriga, até que a situação se tornou insustentável.
Putin sabe, a despeito das ameaças que lhe possam ser feitas, que ninguém pode fazer nada contra ele. Ele invadiu a Geórgia, fez o que bem entendeu e saiu da história por cima, rindo das palavras vazias com que foi condenado por sua atitude. É o mesmo que está acontecendo na Ucrânia agora – se ele decidir invadir, ele vai invadir e no final das contas vai ficar tudo por isso mesmo. A Alemanha investiu nos últimos anos mais de 20 bilhões na Rússia, e 30% de toda a energia do país vem dos gasodutos russos. Considerando que hoje em dia é a Alemanha quem de fato decide as coisas na União Européia, é óbvio que eles não vão querer ir contra a Rússia, especialmente em tempos de recessão econômica. Quanto aos Estados Unidos, é simplesmente a mesma situação da Guerra Fria e quem vai querer brincar de roleta russa nuclear?
Em outras palavras, o resto do mundo está abaixando a cabeça e dando livre poder para a Rússia fazer o que quiser. Porque essa é a verdade política sem firulas: a Ucrânia, que como país, existe há pouco mais de duas décadas, é uma perda aceitável para o resto do mundo em vista do que mais pode acontecer. Mas o que acontece se a Rússia decidir abocanhar mais do que consegue mastigar?
Stalin, o líder supremo da União Soviética, disse certa vez “uma morte é uma tragédia, milhões mera estatística”. A essas alturas, é isso que representa a Síria. Desde janeiro de 2011 o país está em guerra civil. O número de mortos é algo que já não pode mais ser calculado.
Entendo a questão da soberania, mas eu acredito que os direitos humanos têm prioridade sobre esse princípio. Então a pergunta é: até que ponto é aceitável ficar de braços cruzados? Até que ponto se deve respeitar um governo supostamente legalizado e quando se torna necessário haver uma intervenção?
Eu acredito que no momento em que a ajuda humanitária é proibida de fazer sua parte e se mata a própria população de fome para pressioná-la a não ajudar os insurgentes, há muito que já passamos do ponto de que não se pode retornar.
Independe do que for feito, é bastante provável que uma vez que a guerra termine, se forme um tribunal internacional para julgar crimes de guerra. Mas de que valerá isso para aqueles que já estão mortos e os que sobraram entre as ruínas?
Enquanto isso, num dos nossos vizinhos...
As cenas que vemos de vez em quando do conflito na Venezuela nos fazem também pensar numa Guerra Civil. Mas, como impera a falta de informação e a desinformação, é difícil montar um panorama real do que está acontecendo no país.
A Organização dos Estados Americanos, OEA, propôs enviar uma equipe de observadores internacionais para entender o que raios e cargas d’água está acontecendo. O Brasil, para quem a Venezuela “tem excesso de democracia”, foi contra, porque, segundo o Itamaraty, “uma decisão da OEA nesse momento seria inoportuna e poderia acirrar as tensões no local”.
Vejamos como será lembrada no futuro essa decisão.
A Coruja
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Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.
Considerações muito pertinentes Luciana. Os acontecimentos destes últimos meses estão totalmente relacionados. O interessante é que esse acontecimento com o avião parecia, a princípio, um acidente totalmente 'comum' como os que já ocorreram relacionados ao Brasil. Porém, a cada momento surge uma nova informação e a história vai ganhando contornos cada vez mais sombrios...
ResponderExcluirPois é, e já se passou mais de uma semana e ainda nada do avião. Uma situação dessas na nossa realidade de hoje, eternamente conectados, é praticamente impensável. Vejamos o que vai acontecer a seguir...
ExcluirTexto sensacional, Lu! #soutuafã
ResponderExcluirObrigada, Carol ;)
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