4 de fevereiro de 2012
Gazeta de Longbourn apresenta: Two Histories of England
Henry the 6th
I cannot say much for this Monarch's sense. Nor would I if I could, for he was a Lancastrian. I suppose you know all about the Wars between him and the Duke of York who was of the right side; if you do not, you had better read some other History, for I shall not be very diffuse in this, meaning by it only to vent my spleen AGAINST, and shew my Hatred TO all those people whose parties or principles do not suit with mine, and not to give information.
Eu já estava com a resenha desse mês pronta quando Two Histories of England chegou pelo correio e me toquei que era melhor passá-lo à frente para fevereiro a fim de lembrar o bicentenário de nascimento do Charles Dickens.
Sorte minha que o livro é curtinho e consegui terminá-lo de uma única sentada. Ainda assim, quase que essa resenha não sai, uma vez que tive de viajar, tô enrolada com mais um milhão de projetos e toda vez que sentava no computador eu arranjava alguma outra coisa para fazer...
Mas, enfim, estamos aqui. Então, vamos ao que interessa...
Para começo de conversa, não se deixem enganar pela capa. Postei uma foto da capa e contracapa do livro no grupo da JASBRA no Facebook e todo mundo acho lindo e muito fofinho – rosa e azul bebê, com as silhuetas dos dois autores, parece um livrinho para crianças.
E, a bem da verdade, a parte que o Dickens escreveu é, realmente, para crianças – não à toa o título é A Child’s History of England. Mas isso não significa que seja um livro ingênuo, fofinho ou meigo. A capa é pura propaganda enganosa.
A primeira parte do livro cuida de uma das peças da Juvenilia de Jane Austen. The History of England from the reign of Henry the 4th to the death of Charles the 1st by a partial, prejudiced; ignorant Historian já revela do título os verdadeiros propósitos de Austen. Ela começa pegando um dos períodos históricos mais conturbados da história inglesa e revirando tudo de pernas para o ar, numa paródia que critica a ingenuidade de certos argumentos históricos. É uma peça curta – no original, de 1791, são 34 páginas manuscritas – mas deliciosa.
Bem valeria à pena alguma editora trazer para o Brasil um volume com a Juvenilia, não? Esses trabalhos da Austen mais nova servem como um verdadeiro estudo do desenvolvimento dela como autora – a ironia e a inteligência que são suas características já estão ali, apenas um pouco menos sutis que em seus romances maduros.
A segunda parte do livro traz apenas alguns capítulos do A Child’s History of England, de Dickens – indo do governo de Elizabeth até a morte de Charles I quando da Guerra Civil. É mais ou menos o mesmo período histórico que Austen retratou em sua própria História.
Dickens não deixa de julgar os atos de todos os reis, rainhas e políticos que perpassam por suas páginas, sem levar em consideração atenuantes de contexto histórico – motivo pelo qual historiadores não gostam muito de seu livro. Ele os pesa dentro de seus próprios princípios e sensibilidades morais e não hesita em chamar a atenção para aquilo que ele acha errado.
O que mais achei curioso enquanto lia Two Histories of England é que os dois autores não iam muito com a cara da Rainha Elizabeth – Austen chega ao ponto de chamá-la de ‘peste’. Sempre tive a impressão de que Elizabeth era uma unanimidade, mas acho que me enganei...
A Coruja
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Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.
Pq essas coisas não são publicadas no Brasil né?! Nessas horas que a gente vê o tanto que o inglês nos faz falta, rs.
ResponderExcluirAcompanho seu blog há um tempinho e estou adorando, deixei um selinho pra vc lá no meu: cerebroquefala.blogspot.com
Bjinhos
Carol