19 de junho de 2009

Dark Years - Parte I

Estreando hoje, para a alegria dos leitores... Dark Years. Sugiro ler os comentários depois de ter visto o capítulo, mas se prefere os spoilers antes...


(Fully dead already but forever young...)

MAKING-OF

Eu já disse antes aqui que não gosto muito de escrever o Edward... No entanto, ele me persegue. Tanto que, apesar de ter, a princípio, resolvido que ia escrever Dark Years na ordem cronológica de transformação de cada personagem, acabei começando por ele.

Tudo começou com a música.

Acho que não cheguei ainda a observar aqui sobre meu processo de criação, então, melhor explicar... Quando estou escrevendo, sou movida a música. Não necessariamente significa que só escrevo ouvindo música (embora seja raro isso acontecer), mas o fato é que as melodias costumam ajudar - e muito - no processo de desenvolvimento da cena.

A verdade é que eu poderia indicar uma trilha sonora completa para cada história que escrevo; cada cena composta perfeitamente com uma melodia. Dark Years, obviamente, não é uma exceção.

Assim, tudo começou comigo ouvindo as centenas de músicas que tenho na memória do meu computador e, de repente, não mais que de repente, dando de cara com Death to death. Imediatamente, Edward baixou na minha mente; da mesma forma que sempre acontece quando escuto David Cook e, antes que eu me desse conta, estava escrevendo.

Não pude disponibilizar a música para download hoje, mas quando terminar de postar todos os capítulos dessa série, colocarei o pacote com todas elas para que os interessados baixem todas de uma vez só.

Em todo caso... Eu devo confessar que gosto de Darkward. À angústia característica do personagem, se soma uma boa dose de instinto; como um verdadeiro vampiro, ele revela sua face de predador. Isso é interessante, essa faceta do passado do sempre controlado, sempre senhor da situação Edward Cullen.

Adrian Shaw, por sua vez, surgiu de um livreto aberto sobre filmes que estava na minha escrivaninha enquanto eu escrevia. Normalmente, eu teria passado umas duas horas quebrando a cabeça junto ao meu "Grande Livro dos Nomes de Bebê" (sim, eu comprei um livro de nomes de bebês quando estava no terceiro ano para poder encontrar nomes com significados para os meus personagens. Como andava com ele para cima e para baixo, muitas vezes as pessoas me olhavam de forma meio estranha...), mas estava sem paciência para tanto e a história exigia ser escrita naquele momento.

Revisei duas vezes, o tempo todo discutindo comigo mesma o comentário de Adrian em que ele xinga Edward. Se eu tivesse escrito esse trecho em inglês, provavelmente teria usado um 'motherfucker' ali; em português, eu não consegui ir além de 'filho da mãe' porque, de alguma forma, a sentença toda parecia errada quando aplicada ao Edward.

Vá entender...

Discuti também a possibilidade de dar um nome à "vítima burrinha que anda por aí de madrugada sozinha", mas depois cheguei à conclusão de que era uma perda de tempo, até porque ela estava ali apenas para ser jogada contra a parede.

Adrian só foi batizado porque chegou um ponto em que me cansei de repetir psicopata.

Discutidos a inspiração e os secundários, vamos ao Edward. Como eu disse antes, gosto desse lado mais sombrio do personagem - até porque, todo o propósito de escrever Dark Years é trabalhar essa matiz.

Sempre que pensava nele em seus anos de rebeldia, eu o imaginava como um anjo caído, que se via como um "braço vingador", fazendo justiça com as próprias mãos na tentativa de expiar seus pecados. Interessante que foi só depois de ter escrito alguma coisa dessa época dele que percebi que essa identificação tinha tudo a ver com o conto Murder Mysteries, de Neil Gaiman - publicado na antologia de contos Smoke and Mirrors e mais tarde adaptado para os quadrinhos, já publicado no Brasil, com o nome de Mistérios Divinos.

Lá temos, justamente, Raguel, "a vingança do Lorde". Quando ocorre o primeiro crime na Cidade dos Anjos, Raguel desperta para fazer a justiça, mas após ter cumprido seu papel (e descoberto mais do que deveria), ele, embora aceite o que é, não consegue conciliar essa idéia com a de sua própria inocência, mesmo que tenha servido como um instrumento divino.

É uma explicação tosca e bem por cima; eu sugiro que vocês leiam o conto, se puderem, porque é uma pequena obra-prima e vocês então compreenderão exatamente o que eu quis dizer quando identifiquei o Edward dos anos rebeldes com Raguel.

Acho que é isso... eu ia viajar hoje de tarde, mas por motivos de logística, a partida foi adiada para amanhã de manhã cedo. Se não fosse por isso, eu teria só passado para dar uma despedida rápida e fazer votos de vê-los na quinta, quando estarei de volta.

Mas, já que vou passar quase uma semana sem dar notícias... Achei justo deixá-los com essa pequena lembrança. Espero que gostem e NÃO DEIXEM DE COMENTAR!

Bom São João para todos. Se vocês tiverem sorte, não conseguirei ficar atrás da câmera o tempo todo e terão uma foto da Lulu de matuta na quinta...


A Coruja


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Um comentário:

  1. A maior parte do comentário já está no capítulo do Eddie.

    Sobre o Raguel (que eu confesso ser talvez o segundo melhor conto desse livro do tio Neil - o primeiro obviamente é Neve, Vidro e Maçãs), não vou comentar tanto para não "spoliar" ninguém.

    Contudo, o paralelo entre os dois é bastante pertinente, embora, no caso do Raguel, ele me parece ser mais "vítima do inevitável" que nosso amigo Edward.

    bjs

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