#100: Eu Aceito
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Enquanto observava ansiosamente as expressões que atravessavam o rosto de Penélope à súbita visão do anel, Arquimedes rememorava todos os passos que tinham levado até aquele ponto.

Em primeiro lugar, aquele final de tarde na frente da biblioteca, quando Leonardo aparecera e Penélope, para dar um basta de vez nas perseguições do ex-noivo, acabara por chamá-lo ao resgate.

(Talvez ele devesse mandar um presente, uma garrafa de champagne ou flores para o outro homem, como agradecimento).

Depois, a confusão com as mães, que acabara por lhe dar a chance perfeita, culminando com o réveillon do ano anterior.

(Elas teriam de ganhar presentes também).

E por aí afora se seguira, até aquela noite em que Penélope deixara de lado o que quer que a estivesse segurando (melhor riscar Leonardo da lista de presentes no final das contas...) e dera o passo seguinte.

(Ele soltaria fogos de artifício todos os anos naquela data, para comemorar o dia mais feliz da sua vida).

Então viera a conversa com o pai da (esperançosamente) noiva. Acabara por ser bem mais fácil do que ele esperava. Na verdade, ele tinha a impressão de que seu (futuro) sogro chegara a soltar um suspiro de alívio.

(Era melhor não pensar muito nessa parte...)

E agora, ali estavam eles, pouco antes de saírem para um novo réveillon, a virada de um novo ano e o começo de uma nova página.

- Então? – ele pressionou, nervoso demais para continuar naquele suspense.

Penélope piscou os olhos marejados, abrindo o maior sorriso que ele já a vira dar (e ele a conhecia por tempo suficiente para ser um perito no assunto).

- Eu aceito.

(Não era meia-noite ainda... mas para ele, já havia fogos de artifício).