17 de novembro de 2020

Nove Regras a Ignorar Antes de Se Apaixonar


1. Beijar alguém...apaixonadamente
2. Fumar charuto e beber uísque
3. Montar de pernas abertas
4. Esgrimir
5. Assistir a um duelo
6. Disparar uma pistola
7. Jogar (em um clube de cavalheiros)
8. Dançar todas as danças de um baile
9. Ser considerada linda. Pelo menos uma vez.

Às vezes, tudo o que você precisa na vida é de um pouco de açúcar. Pode ser de forma literal, na forma de um brigadeiro ou um pedaço de torta daquelas de encher os olhos. Ou, metaforicamente falando, através de um abraço afetuoso, um filme confortável, um romance que te faz suspirar. Foi num desses dias hipoglicêmicos que pensei com meus botões que tudo ficaria melhor com um daqueles romances de banca bem água com açúcar e saí a pesquisar no Goodreads por um harlequin de época que fosse bem pontuado e misturasse romance e humor. Felizmente, eles têm listas de todo tipo e encontrei uma que era exatamente o que eu queria e (da qual eu já lera quase um terço dos títulos indicados também). Foi assim que Nine Rules to Break When Romancing a Rake entrou na minha mira.

Lady Calpurnia Hartwell sempre seguiu todas as regras da boa sociedade. Seu comportamento impecável, contudo, é também responsável por seus prospectos matrimoniais nulos - a não ser que se conte caçadores de dotes. Os anos passam, ela acredita que não tem mais chances e, se está fadada a se tornar a tia solteirona, que pelo menos possa aproveitar um pouco a vida e não viver de arrependimentos.

Assim é que Calpurnia elabora uma lista (estamos juntas, Callie! Também adoro listas!) para provar que não é tão convencional ou passiva quanto todos imaginam. Na verdade, ao colocar seus anseios no papel, Callie chega à conclusão de que ela gostaria de ser mais livre e experimentar coisas que não estão normalmente abertas às mulheres. A questão é que, para conseguir riscar os itens de sua lista, Callie vai precisar de um cúmplice… e esse cúmplice virá na forma do Marquês de Ralston, Gabriel St. John, conhecido por uma reputação que é exatamente o oposto da mocinha.

E aí temos nosso casal em tavernas “pitorescas”, em clubes masculinos, no ginásio de esgrima, bailes, duelos, carruagens, tudo isso com membros de ambas as famílias metendo o bedelho pelo meio do caminho - e parentes atrevidos ou apenas preocupados são uma das graças pra mim, sempre. Callie se mete em situações ridículas em sua determinação de ser menos passiva; Gabriel vai relutante atrás embora sempre acabe se aproveitando do momento. Aos poucos, os dois se encontram no meio do caminho em termos de romance: Callie se apaixonou ainda adolescente pelo marquês - ou por uma faceta dele - e precisa acreditar mais em si mesma para as coisas darem certo; ao passo que Gabriel, que sempre achou o amor um risco desnecessário (marcado pela separação dos pais e consequente abandono pela mãe), tem de abrir mão de suas defesas.

O plot é absurdo para quem quer que conheça o mínimo dos costumes da época regencial, mas, bem, se eu estivesse atrás de acuidade histórica, eu teria ido atrás de uma lista diferente. O objetivo era uma leitura leve, descompromissada, daquelas que você não precisa pensar muito e que, preferencialmente, te faça rir. Considerando que o livro cumpriu todos esses requisitos (dei muitas gargalhadas), ele me deu exatamente aquilo que eu precisava à ocasião.

Antes que me esqueça, li em inglês (confesso que prefiro ler esses romances de época no original), mas ele - e o resto da série de que faz parte - foi traduzido aqui no Brasil já. Tenho uma razão curiosa para minha preferência nesse assunto: a impressão de que certas palavras e expressões não parecem tão batidas - ou mesmo vulgares - numa língua que não é a minha original. Sério, às vezes em que tentei ler em português esses romances, toda vez que chegava numa cena mais erótica - o que faz parte do gênero - explodia em gargalhadas achando a coisa toda ridícula. O aspecto de “purple prose” sempre fica mais óbvio quando estamos lidando com um vernáculo mais familiar.

Percebi essa minha idiossincrasia quando notei que costumava dar notas mais baixas para romances que tinha lido traduzidos - mesmo quando eu tinha dado uma nota alta para outro romance do mesmo autor, lido em inglês. Não me peçam lógica em tal assunto, a explicação acima é a coisa mais próxima que consigo achar para explicar, mas, bem, esse é meu cérebro e ele funciona assim.

Conclusão final da história: salvei a já citada lista de indicações do Goodreads. Sei exatamente onde irei procurar quando precisar de uma boa dose de açúcar na veia de novo…

Nota:
(de 1 a 5, sendo: 1 – Não Gostei; 2 – Mais ou Menos; 3 – Gostei; 4 – Gostei muito; 5 – Excelente)

Ficha Bibliográfica

Título: Nine Rules to Break When Romancing a Rake
Autor: Sarah MacLean
Editora: Avon
Ano: 2010

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