Mais de 30 anos após os eventos ocorridos no Hotel Overlook, Dan Torrance ainda sofre com as consequências do que passou durante a infância. Para isso, acaba cometendo o mesmo erro do pai, se voltando para a bebida e se acabando no alcoolismo. Incapaz de manter um emprego, uma vida normal, e alcançando o fundo do poço, Dan decide entrar em um grupo do Alcoólicos Anônimos. E aí que a história começa.

Eu não posso negar que adorei ver novamente a vida de Daniel Torrance, uma vez que sou grande fã de O Iluminado, e portanto foi muito bom rever antigos personagens, como o próprio Danny, agora Dan, e Dick Halloran (que teve uma pequena participação em A Coisa). Jack Torrance, naturalmente, está morto (alerta de spoiler!), mas sua influência permeia completamente este livro.

Contudo, nem tudo é perfeito nesta história. O maior exemplo disto é o vilão deste livro, que em momento algum me passou a sensação de terror e opressão que o Overlook tinha. Não que seja um vilão ruim, muito pelo contrário, mas ele me pareceu bem mais adequado a uma outra história, não ao Iluminado. Um outro detalhe muito cretino, mas é questão bem pessoal, deve-se à personagem Abra Stone, a qual não podia ser nomeada na história, sem que eu me lembrasse de Pokémon. É uma situação bem recorrente, na verdade...

Mesmo com o defeito que citei acima, considero Doutor Sono Um grande merecedor do prêmio Bram Stoker de 2013. A história É perturbadora, dá medo em muitas ocasiões. Em especial, a coisa que achei mais assustadora não foi nada de sobrenatural, muito pelo contrário. A luta de Dan contra o alcoolismo é, na minha opinião, uma das coisas mais terríveis que eu li, mais do que a de Jack. Isso se deve, sem dúvida, à própria experiência pessoal do autor, que travou esta luta no passado, e ainda luta, de certa forma.

No geral, não considero Doutor Sono uma leitura tão boa quanto seu predecessor, mas que é, mesmo assim, um excelente livro.

O Bode