26 de dezembro de 2015

Para ler: Eu, Robô

1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.

2ª Lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.

3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.
Eu, Robô era um daqueles livros que quase que desde que descobri a ficção científica, estava na minha lista de aquisições obrigatórias. Sabe-se lá porque demorei tanto para afinal providenciá-lo para minha estante – talvez o fato de não simpatizar particularmente com nenhuma das edições então disponíveis em português.

Aí a Aleph lançou sua edição da obra e fiquei de olhinhos brilhantes, apaixonada por todos os detalhes do projeto gráfico e desejando intensamente possuir o bendito volume. Que jogue a primeira pedra quem nunca comprou livros pela capa.

Primeiro e antes de mais nada: se você assistiu o filme com Will Smith, delete ele da sua memória: aquilo não tem absolutamente NADA a ver com o livro. Sério mesmo, nada, nadinha. Nenhum elemento daquele roteiro está em qualquer um dos contos que forma essa antologia.

Asimov é cínico em algumas de suas representações - Robbie, o conto que abre a antologia, é doloroso na forma como traz o retrato de uma sociedade acostumada a descartar tudo passada a moda que a fez adquirir aquele objeto – e relacionamentos também são objetos a serem descartados aqui.

Mas ele é também cheio de humor e esperança.

Eu adorei os contos em que os engenheiros Mike Donovan e Gregory Powell – especialistas de campo – tentam resolver problemas de robôs colocados sob sua responsabilidade, cujo mau-funcionamento muitas vezes vai de encontro às famosas leis da robótica. Leria um romance inteiro dos dois, sem dúvida nenhuma.

Aliás, há vários contos em que conflitos entre suas funções e as leis pelas quais são programados, rendem situações inusitadas que falam de questões bastante humanas. Como o robô que inventa a religião ou outro que, lendo mentes, cria uma grande confusão porque, querendo fazer as pessoas ao seu redor, felizes, lhes diz aquilo que elas querem ouvir e não a realidade.

É um volume fascinante, de leitura fácil à primeira vista, divertido e instigante, mas repleto de boas oportunidades para reflexão. Mais que recomendado, leitura obrigatória, sem dúvida alguma.

Nota:
(de 1 a 5, sendo: 1 – Não Gostei; 2 – Mais ou Menos; 3 – Gostei; 4 – Gostei muito; 5 – Excelente)

Ficha Bibliográfica

Título: Eu, Robô
Autor: Isaac Asimov
Tradução: Aline Storto Pereira
Editora: Aleph
Ano: 2014


A Coruja


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2 comentários:

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