5 de março de 2015
Para ler: Três Livros de Vampiros
Hoje vou fazer feito promoção de feira: paga um, leva três! Três livros de vampiros, um excelente, outro mais ou menos e um terceiro com o qual eu não fui com a cara...
Então, vejamos... Com qual começo?
Sou uma grande fã de Drácula – para além do livro, o filme de Coppola é um favorito meu. Na minha opinião, ainda é a melhor história já escrita para entender a figura do vampiro: a maldição da imortalidade, a sede por sangue, o incrível poder de sedução de tais criaturas. O único outro título que se compara a ele na forma como trabalhou o mito é Entrevista com o Vampiro.
Por todos esses motivos, eu me senti bastante interessada quando descobri uma continuação ‘autorizada’ de Drácula, co-escrita por um sobrinho-neto de Bram Stoker. Infelizmente, do começo ao fim, o livro é uma decepção.
Mais que isso: ele deturpa todo o mundo original construído por Stoker. Havia um enorme potencial a ser desenvolvido quando incorporaram Báthory à história, mas tudo é jogado fora – em vez disso, a condessa é subaproveitada, Drácula se transforma numa caricatura de si mesmo, os acontecimentos se sucedem sem qualquer lógica, abundam mortes sem sentido, tudo culminando num final que deixa você olhando para o vazio tentando entender o que diabos acaba de acontecer.
Drácula: o morto-vivo é um livro pretensioso, que não consegue alcançar nada do que se propôs, e ainda destrói tudo o que havia de melhor na história original. Uma pena, realmente...
Para contrabalançar o desgosto causado por Drácula: o morto-vivo, vamos agora pegar Children of the Night, que empresta seu título de uma frase em Drácula - e é essa uma referência muito feliz. Trata-se de uma antologia de histórias clássicas de vampiros – mais que isso até, são contos que ajudaram a definir o gênero e a criatura.
Eu já conhecia algumas das histórias, como a sensual Carmilla de Sheridan Le Fanu e As Noivas de Drácula do próprio Stoker, que revela o que aconteceu a Jonathan quando esteve prisioneiro no castelo do Conde.
Mas há aqui também tesouros de que eu ouvira falar mas não tinha achado ainda para ler – como O Vampiro de Polidori, o médico de Byron, que se diz ser a primeira história de vampiros escrita – e também autores clássicos que eu não imaginava que tivessem se aventurado por esse universo, como Edith Wharton e Tolstoy.
Para quem gosta do gênero e da mitologia, os contos dessa antologia são uma leitura obrigatória, sem dúvida alguma!
Um misterioso castelo numa fronteira estratégica recém-conquistada é ocupado por uma tropa nazista. Boatos de um tesouro papal misturados à ganância de alguns soldados acaba por libertar uma criatura maldita que, noite após noite, vai matando os soldados, forçando uma investigação do comando da SS.
Essa é, mais ou menos, a premissa de O Fortim e, cá entre nós, considerando o fato de que os nazistas são as primeiras vítimas da criatura solta no castelo, é difícil não torcer pelo vilão. Especialmente a se considerar que o comandante responsável pela investigação é, com o perdão da palavra, um filho da puta de marca maior.
A história do livro é interessante e tinha um bom potencial... mas a determinada altura é introduzido um campeão misterioso e uma mocinha judia de sangue fervente (de forma quase literal) e a narrativa descamba para um bizarro romance de banca em que noites de paixão intensa (há!) dividem a página com lendas milenares de monstros sugadores de sangue, nazistas sendo... nazistas e um vilão melodramático e clichê.
Particularmente, eu queria que o autor tivesse se concentrado em explorar a tensão entre o capitão alemão que não aprova o que está sendo feito por Hitler e companhia e o comandante da SS preocupado apenas em terminar essa missão e ascender na escala de babacas perigosos. No processo, o vampiro preso no castelo poderia ter devorado todos os soldados nazistas sem grandes perdas para a humanidade...
A Coruja
Então, vejamos... Com qual começo?
Sou uma grande fã de Drácula – para além do livro, o filme de Coppola é um favorito meu. Na minha opinião, ainda é a melhor história já escrita para entender a figura do vampiro: a maldição da imortalidade, a sede por sangue, o incrível poder de sedução de tais criaturas. O único outro título que se compara a ele na forma como trabalhou o mito é Entrevista com o Vampiro.
Por todos esses motivos, eu me senti bastante interessada quando descobri uma continuação ‘autorizada’ de Drácula, co-escrita por um sobrinho-neto de Bram Stoker. Infelizmente, do começo ao fim, o livro é uma decepção.
Mais que isso: ele deturpa todo o mundo original construído por Stoker. Havia um enorme potencial a ser desenvolvido quando incorporaram Báthory à história, mas tudo é jogado fora – em vez disso, a condessa é subaproveitada, Drácula se transforma numa caricatura de si mesmo, os acontecimentos se sucedem sem qualquer lógica, abundam mortes sem sentido, tudo culminando num final que deixa você olhando para o vazio tentando entender o que diabos acaba de acontecer.
Drácula: o morto-vivo é um livro pretensioso, que não consegue alcançar nada do que se propôs, e ainda destrói tudo o que havia de melhor na história original. Uma pena, realmente...
Para contrabalançar o desgosto causado por Drácula: o morto-vivo, vamos agora pegar Children of the Night, que empresta seu título de uma frase em Drácula - e é essa uma referência muito feliz. Trata-se de uma antologia de histórias clássicas de vampiros – mais que isso até, são contos que ajudaram a definir o gênero e a criatura.
Eu já conhecia algumas das histórias, como a sensual Carmilla de Sheridan Le Fanu e As Noivas de Drácula do próprio Stoker, que revela o que aconteceu a Jonathan quando esteve prisioneiro no castelo do Conde.
Mas há aqui também tesouros de que eu ouvira falar mas não tinha achado ainda para ler – como O Vampiro de Polidori, o médico de Byron, que se diz ser a primeira história de vampiros escrita – e também autores clássicos que eu não imaginava que tivessem se aventurado por esse universo, como Edith Wharton e Tolstoy.
Para quem gosta do gênero e da mitologia, os contos dessa antologia são uma leitura obrigatória, sem dúvida alguma!
Um misterioso castelo numa fronteira estratégica recém-conquistada é ocupado por uma tropa nazista. Boatos de um tesouro papal misturados à ganância de alguns soldados acaba por libertar uma criatura maldita que, noite após noite, vai matando os soldados, forçando uma investigação do comando da SS.
Essa é, mais ou menos, a premissa de O Fortim e, cá entre nós, considerando o fato de que os nazistas são as primeiras vítimas da criatura solta no castelo, é difícil não torcer pelo vilão. Especialmente a se considerar que o comandante responsável pela investigação é, com o perdão da palavra, um filho da puta de marca maior.
A história do livro é interessante e tinha um bom potencial... mas a determinada altura é introduzido um campeão misterioso e uma mocinha judia de sangue fervente (de forma quase literal) e a narrativa descamba para um bizarro romance de banca em que noites de paixão intensa (há!) dividem a página com lendas milenares de monstros sugadores de sangue, nazistas sendo... nazistas e um vilão melodramático e clichê.
Particularmente, eu queria que o autor tivesse se concentrado em explorar a tensão entre o capitão alemão que não aprova o que está sendo feito por Hitler e companhia e o comandante da SS preocupado apenas em terminar essa missão e ascender na escala de babacas perigosos. No processo, o vampiro preso no castelo poderia ter devorado todos os soldados nazistas sem grandes perdas para a humanidade...
A Coruja
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