Em seguida, o seu novo amigo voou até ele e pousou em seu braço. E lá permaneceu, aberto, na expectativa de ser lido. A sala gorjeava de tanta vida.

E assim, a vida de Modesto entre os livros começou.

Quando um amigo meu me mandou um link de uma animação dizendo apenas “você vai gostar disso” – eu, confiando claro, na opinião dele, vez que ele me conhece há mais de dez anos, imediatamente abri o tal link... e foi paixão à primeira vista.

O delicado e poético curta The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore ganhou o Oscar de curta animação em 2012 – um prêmio mais que merecido. Sem um único diálogo, apenas com a canção e as belas imagens, ele fez mais de um meu conhecido chorar (aliás, aquele mesmo link que Flávio me mandou, eu saí replicando para dezenas de outros amigos, parentes, conhecidos...).

Na verdade, eu mesma, toda vez que revejo, volto a ficar com olhos cheios d’água.


Então, para minha surpresa, saiu o livro baseado no filme e claro que eu precisava tê-lo. Pouco me importa que ela (supostamente) seja um livro para crianças, um livro ilustrado; seja em papel ou em película, Os Fantásticos Livros Voadores de Modesto Máximo (e devo dizer que embora diferente, gostei dessa tradução) é uma pequena obra de arte, um presente para qualquer amante da literatura, para aqueles que sabem que livros são mais que apenas volumes ocupando lugar na estante: são amigos verdadeiros, passagens para mundos fantásticos e uma forma maravilhosa de se encontrar quando nem se sabe que se está perdido.

Não há muito mais o que dizer; como bem lembra o velho adágio, uma imagem vale mais que mil palavras e o curta fala por si mesmo... assim como o livro, que é um tesouro que vale à pena ter, reler sempre e admirar.


A Coruja