6 de outubro de 2012

Gazeta de Longbourn Apresenta: Emma and the Vampires

What better place than pale England to hide a secret society of gentlemen vampires?

Blithely unaware of their presence, Emma, who imagines she has a special gift for matchmaking, attempts to arrange the affairs of her social circle with delightfully disastrous results. But when her dear friend Harriet Smith declares her love for Mr. Knightley, Emma realizes she's the one who wants to stay up all night with him. Fortunately, Mr. Knightley has been hiding a secret deep within his unbeating heart-his (literal) undying love for her...
Uma vez que estamos em outubro, mês do Halloween, decidi dar uma chance a um desses mash-ups tão em moda ultimamente entre clássicos e criaturas sobrenaturais. No caso, vampiros. E o escolhido foi esse título aqui.

É raro, muito raro, que ao terminar um primeiro capítulo eu já esteja querendo fechar o livro. Sempre tento dar segundas e terceiras chances a uma história que não me prende desde a primeira linha. Dei todas as chances possíveis para Emma and the Vampires, mas vou dizer que passei a leitura inteira revirando os olhos e enfiando a cara nas mãos por conta da minha vergonha alheia. O que é uma pena, porque eu estava antecipando dar pelo menos umas boas gargalhadas com ele.

Emma aqui continua sendo a mesma, petulante, mimada e imperiosa, com o bônus de andar com uma estaca de madeira presa sob o vestido com fitas sempre na última moda. Eu estava esperando algo no estilo Buffy, mas não a ponto de ter Mr. Knightley como um vampiro.

E tudo bem, a idéia de Knightley como um vampiro era interessante... mas aí o autor insulta a inteligência da Emma (e nossa por tabela) ao fazê-la aprender a lutar vampiros – e capaz de decapitá-los com um sabre – mas não de reconhecer que a quase inteireza da população masculina de Highbury comuna de mais que o gosto pela vida no campo.

Pelo que entendi da coisa toda, o único homem que não é vampiro em toda a vizinhança é o coitado do Mr. Woodehouse, que morre de medo dos sangue-sugas e não faz a menor idéia de que recebe pelo menos um deles para jantar todos os dias; para não contar que casou a filha mais velha com um deles também.

É óbvio para qualquer um com dois olhos e um mínimo de conhecimento da mitologia vampírica quem é vampiro e quem não é, mas de novo, a Emma e vários outros personagens que necessariamente deveriam saber diferenciar humanos de vampiros parecem não fazer idéia de coisa alguma e os vampiros se dividem entre os bonzinhos, que se restringem a beber dos pescoços de suas esposas (ou Knightley, que diz que só vai beber de sangue aristocrático...) e os selvagens, que atacam virgenzinhas e aparentemente têm uma especial fixação com a coitada da Harriet.

Aliás, gostaria de observar que Knightley parece ter sofrido algum tipo de lavagem cerebral. Deve ser a sede muito provavelmente...

As ações se sucedem de forma abrupta, não existe muita explicação para nada – ou elas são insuficientes ou tão ridículas e frágeis que suscitaram aqueles meus momentos de vergonha alheia.

É uma pena, porque, como já disse, eu antecipava para esse livro um razoável potencial cômico... mas ele termina por não dizer a que veio, te deixando com a sensação incômoda de inconclusão.


A Coruja


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2 comentários:

  1. Quantos desses mash-ups existem, afinal?

    Isso inclusive me lembra: tenho que terminar de ler Orgulho e Preconceito e Zumbis. Li as primeiras páginas, mas acabei não continuando.

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    1. Dé, todos os dias saem novos mash-ups... é um mercado em crescimento...

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