1 de setembro de 2012

Gazeta de Longbourn Apresenta: Edmund Bertram's Diary

At last it was time for me to claim Fanny, and I found her with relief.

'I am worn out with civility,' I confessed, as I led her on to the floor. 'I have been talking incessantly all night, and with nothing to say. But with you, Fanny, there may be peace. You will not want to be talked to. Let us have the luxury of silence.'

She smiled in silent sympathy, and I found it a great solace to be able to dance with her.

How different was our silence to the one that had fallen between Miss Crawford and myself, for that had been angry and not at all comfortable. But then, Fanny is one of my oldest friends, and it would be a strange day, indeed, if I should ever find myself at outs with her.
Bem… isso foi curioso… Dos romances da Austen, Mansfield Park é o que menos gosto (gosto de todos, mas todo mundo tem suas preferências...), e no entanto... no entanto, Edmund Bertram’s Diary foi meu diário favorito da série da Amanda Grange até agora (isso porque ainda falta ler o do Mr. Tilney e sempre gostei muito do Tilney...).

Irritava-me profundamente a forma como Bertram ficava totalmente cego por Mary e machucava Fanny e como ela se calava e deixava que ele – que tecnicamente era o moço bom, puro e generoso, avesso da turminha muitas vezes indigesta da família – pusesse sal nas feridas já abertas.

Ler agora o ponto de vista do Edmund fez-me sentir mais caridosa e benevolente em relação ao moço. A despeito de sua fascinação com Mary, ele nunca esquece a amizade e afeto por Fanny. O tempo todo em que lia, eu torcia por Edmund, para que ele pudesse abrir logo os olhos e enxergar o que estava bem diante de seu nariz, para que ele não sofresse tanto.

Comparativamente aos outros mocinhos da Austen, Edmund parece bastante sem sal. Ele não é um herói galante que arranca suspiros, que nos fascina com seu mistério, ou seu porte, ou sua sagacidade.

A verdade, contudo, é que ele é... companheiro. Acho que essa é a palavra e esse é o encanto dele. Ele é companheiro, fiel aos seus princípios, gentil e afetuoso. E a Grange transporta essas qualidades para todas as relações de Edmund – com os irmãos, com os amigos, com os pais. A forma como ela escreveu ele com Tom, o carinho e a lealdade que Edmund tem para com o irmão mais velho é para te deixar sorrindo feito bobo.

Edmund Bertram’s Diary é um retrato simpático e terno de um personagem que, muitas vezes, deixamos de lado por não corresponder às nossas noções de handsome, dashing gentleman. Ele não nos oferece paixões violentas, mas antes a certeza de um amor tranqüilo e constante. Sereno, mas nem por isso menos intenso.


A Coruja


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2 comentários:

  1. E é por esses e outros motivos que eu gosto tanto de Mansfield Park.^^

    Ao contrário de você, Lulu, esse é o meu favorito da Austen. Talvez não (só) pelos personagens, mas porque é o mais complexo dela, tem muitas reviravoltas, supresas e situações inesperadas. Eu gosto disso nos livros.

    Mas de alguma forma sempre me encantei com Fanny e Edmund, não sei bem explicar porquê... Eles são.. diferentes dos usuais personagens dela. E me identifiquei muito com a Fanny, não dá para negar. ^^

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    1. Então que terminei essa semana de reler Mansfield Park para o Clube do Livro e fiquei com uma impressão um pouco melhor dele do que quando o li pela primeira vez uns oito anos atrás...

      Mas Persuasão continua sendo meu favorito...

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