19 de junho de 2011
Para ler: Prom and Prejudice
"É uma verdade universalmente aceita que uma garota solteira de alto nível na Academia Longbourn deve estar querendo um par para o Baile."
Li esse livro após me ter caído em mãos o Lonely Hearts Club, da mesma autora. Como achei o Lonely Hearts muito interessante, bem gostoso de ler mesmo, pesquisei a bibliografia da Eulberg e quando vi a sinopse de Prom and Prejudice, não tive dúvidas: precisava lê-lo.
Então... Elizabeth Bennet é um prodígio musical, a ponto de conseguir uma bolsa para estudar na tradicional e elitista Loungbourn, uma escola só para garotas, irmã de Pemberley, só para garotos, onde estuda Will Darcy, filho de um conhecido e poderoso advogado. Lizzie e Will acabarão por se cruzar em virtude de suas amizades em comum – ela é a melhor amiga de Jane, com quem divide um quarto e ele é o melhor amigo de Charles, que é louco por Jane.
Obviamente que num primeiro contato, faíscas vão saltar, porque Will tem ojeriza a bolsistas e Lizzie detesta os narizes empoados dos colegas – com exceção de Jane, claro.
À primeira vista, confesso que me senti meio perdida. Parecia que tinham me jogado o roteiro de High School Musical ou de algum episódio de Gossip Girl - estranhamente, eu ficava tendo flashs de Anne Hathaway em O Diário da Princesa. A certa altura, contudo, deixei as convenções de lado (incluindo o choque que tive com “William”. Sério? William?!) e tratei simplesmente de me divertir.
Prom and Prejudice, no final das contas, não deve ser lido como uma releitura moderna do clássico de Austen, mas como uma história que se mantém por si só, e que usa os mesmos arquétipos de Lizzie e Mr. Darcy. Em essência, temos o espírito dos dois personagens, seu crescimento através da superação de preconceitos e orgulho – mas se perde um tanto da crítica social e do humor ferino original. Afinal, o que dizer de um Orgulho e Preconceito sem o ridículo de Mrs. Bennet e a leniência de Mr. Bennet, substituídos por pais adoráveis, com Lizzie como filha única?
Na verdade, ‘adorável’ é uma palavra bastante apta para descrever a maior parte do elenco do livro, incluindo aí até o Collins (tive vontade de dar uns tapinhas amigáveis no ombro do pobre rapaz e desejar sinceramente que ele tivesse mais sorte da próxima vez). Senti alguma simpatia até pela Caroline – embora tenha rolado de rir com os comentários ácidos de Lizzie sobre os hábitos de leitura da outra moça.
"Ela [Caroline] pretendia se mostrar interessada em ‘Grandes Expectativas’. Mas, após dez minutos, suas próprias expectativas obviamente não tinham sido alcançadas, e jogou o livro de lado."
A despeito de qualquer coisa, porém, há dois motivos pelos quais vale MUITO à pena ler esse livro: a cena em que Lizzie dá um soco no Wickham (SIM!!!! Go, go, Lizzie!) e o final, que não apenas foi fofo, mas também me pegou de surpresa, fugindo do clichê.
Enfim, Prom and Prejudice é completamente despido do senso crítico do original. Seus personagens são adolescentes e estão longe dos mesmos dilemas e profundidade de suas contrapartes mais velhas e, conseqüentemente, mais maduras. Ele é o que chamo de leitura ‘Sessão da Tarde’ – e não ficaria deslocado como um musical da Disney -: serve bem ao seu propósito de divertir, que é, ao final seu propósito.
A Coruja
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Nossa adorei a sua resenha >.< , tô louca para ler esse livro, só que assim andei pesquisando na net e não encontrei .-. , vc leu em português ou em inglês ? >.<
ResponderExcluirBjim, bjim
http://cantinhodeumagarota.blogspot.com
* adorei o cabeçalho *0* *