22 de julho de 2009
Para ler: Night World 03
Quatro para levantar-se entre a luz e a sombra
Quatro de fogo azul, poder em seu sangue
Nascidos no ano da visão da Donzela cega
Quatro menos um e a escuridão triunfará.
Um da terra dos reis há muito esquecidos
Um do lar o qual ainda possui o encanto
Um do Mundo do Dia onde dois olhos vigiam
Um do crepúsculo para ser um com a escuridão.
Em fogo azul, a escuridão final é banida.
Em sangue, o preço final é pago.
Estou devendo essa resenha faz dias, mas nunca parava por tempo suficiente para escrever especificamente ela – tem duzentas coisas na frente na minha cada vez mais longa lista de “coisas a escrever” (que só perde para a minha lista de “coisas para ler”).
Mas aí, já que estou aqui e vocês estão aqui e ainda que ninguém tenha comentado a resenha de Night World 2 – até porque, não é exatamente um livro fácil de achar e eu mesma penei para conseguir encontrá-lo e encomendá-lo – vou falar rapidinho sobre esse terceiro volume.
Mais uma vez, como nos outros dois tomos, são três livros em um. Dessa feita, não há mais menções muito vagas ao fim do mundo ou coisa do tipo: ele está bem aí. Lembrando que a Smith escreveu esses livros em 97, já na crista da onda do fim do milênio...
...o que me faz lembrar que no dia previsto para o mundo acabar, eu estava numa sala de aula, assistindo um filme de biologia sobre reprodução. Tisc... Que memória para ressurgir nesse momento...
Volto a dizer que a Jane Smith, ainda que não escreva uma história epicamente trágica, faz um bom serviço com essa série – ela não trata o leitor como idiota, escreve sem enrolação ou exageros e é essa sua simplicidade que faz com que suas histórias se tornem gostosas de ler. Acima de tudo, ela respeita o que criou nos outros livros, seu mundo fictício tornando-se por isso crível.
E todo mundo que lê o blog a essa altura já sabe que essa é minha principal crítica nas duas principais franquias de ficção fantástica que fazem sucesso atualmente.
Mas vamos direto ao assunto. Esse terceiro volume da série vai tratar todo ele da busca pelos Wild Powers: indivíduos que possuem um poder em seu sangue chamado de “Fogo Azul”.
Na busca por estes indivíduos – que são quatro, de acordo com as profecias de Aradia, a Donzela das Bruxas – temos, em lados opostos, o Círculo Daybreak (que acredita na possibilidade de convivência pacífica entre vampiros, bruxas, troca-formas, lobisomens, humanos e o que mais houver andando por aí) e o Conselho do Night World, que acredita que, com o fim do mundo e da era dos homens, eles poderão deixar de se esconder nas sombras e emergir como líderes e senhores do planeta – fazendo dos humanos caça, no melhor estilo “caça à raposa” da aristocracia britânica.
Simpáticos, não?
Em cada um dos três livros deste volume - Huntress, Black Dawn e Witchlight, um Wild Power é revelado, alguém encontra sua alma gêmea e há um conflito entre o Círculo Daybreak e o Conselho na tentativa de cooptar – ou matar – esses possuidores do Fogo Azul.
Aliás, fica claro que a volta do princípio da alma-gêmea está ligada à aproximação do final dos tempos: eles são a prova de que os Antigos Poderes estão acordando.
O que são exatamente os Antigos Poderes, ainda não foi revelado. Tudo o que se sabe é que eles são os responsáveis por cada um dos ciclos de destruição e renovação da terra, ciclos estes que se completam a cada dez mil anos. O primeiro ciclo foi dos troca-formas, que, em sua forma mais poderosa, eram dragões.
Os dragões foram postos para dormir pelas bruxas, enterrados sob rios de lava e fogo – esse foi o fim da primeira era. A segunda era, a era das bruxas, termina com a luta com os vampiros, após a transformação de Maya – a primeira vampira - e estes dominam o mundo na terceira era – por mais dez mil anos – até o dilúvio, quando então começa a quarta era, o mundo dos humanos.
E agora, estamos próximos ao fim de mais um desses ciclos de dez mil anos, e apenas a união dos quatro Wild Powers e seu sacrifício de sangue (eu começo a achar que todo mundo vai morrer no final...) pode salvar o mundo de ser entregue nas mãos da turminha mais sinistra do Night World...
Para completar, os dragões estão acordando.
Não vou entrar em muitos detalhes desse terceiro volume, porque se não eu revelaria quem são os Wild Powers, quem vai ficar com quem e etc, etc, etc. O que posso dizer é que os melhores livros da série estão nesse tomo e que eles me deixaram me coçando para ler o último livro, quando é revelado o quarto e último Wild Power, assim como o destino final da Terra.
O décimo livro da série, Strange Fate, estava previsto para ser lançado esse ano, mas por um motivo ou por outro, teve seu lançamento adiado para o começo do ano que vem. Quando comprei os dois tomos, descobri que ele já estava na pré-venda da Cultura, para janeiro de 2010.
Eu espero sinceramente que a Smith não me decepcione como outros autores e transforme seu final numa caminhada em direção ao arco-íris... se bem que, pelo que vi dos resumos do livro e dos contos extras que ela coloca no site dela, isso parece pouco provável.
Em todo, ainda que vocês não tenham interesse em devorar os dez volumes de Night World, eu recomendo a Lisa Jane Smith, lembrando especialmente que o primeiro volume da trilogia “Vampire Diaries” dela – provavelmente, a obra pela qual é mais conhecida – será lançada aqui no Brasil em agosto, pela Record.
Rapaz... vampiros estão mesmo na moda...
A Coruja
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Sobre
Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário