20 de maio de 2009

Por Dentro da Cabeça da Autora: Milady e Cão de Guarda

Esse post é uma defesa minha para todos os fãs do casal Mina/Isaac, que certamente me odiarão dentro em breve pelo que andei escrevendo dos dois.

Tenham em conta, por favor, que o epílogo de Walking Down the Aisle é uma verdadeira declaração de intenções do que tenho planejado para os dois.

Em suma, embora seja um spoiler, tudo mundo já sabe disso: Mina MacFusty e Isaac Cyan se casarão em algum lugar do futuro e terão quatro filhos charmosos como todos os MacFusty. Na verdade, Nathan, Tyr, Gwyn, Hannah e, claro, Kieran, estrelam suas próprias aventuras em vários especiais já escritos (eles são diverttidos demais para que eu pudesse deixar de aproveitar a oportunidade) que serão publicados... algum dia.

Talvez eu até fale deles um pouco por aqui e dê trechinhos para vocês lerem, especialmente aqueles em que Tyr está aprontando. Adoro Tyr...

Mas não era disso que eu estava falando. Vamos voltar ao assunto principal...

Quando Mina nasceu, eu não tinha planos românticos para ela. Ao contrário, ela estava destinada a ser uma solteirona convicta e a fugir de qualquer e todo pretendente que lhe aparecesse pela frente. Apesar disso, desde as primeiras interações dela com Isaac, eu percebi o potencial.

Isaac, contudo, não era nessa época um dos meus personagens (mais tarde, ele passou para mim) e eu tinha a impressão de que o envolvimento dele com a Adhara era mais do que aparentava à primeira vista. Por isso, não cheguei sequer a comentar a possibilidade de emprestá-lo da Luzinha para fazê-lo interesse amoroso da Mina.

Só que a Ana também percebeu as possibilidades e falou com a Lucilla, que também se empolgou. Quando eu vi, tinha sido enfiada no meio de um esquema que contava com pompons e torcida organizada para que os dois ficassem juntos.

Há quanto tempo isso aconteceu... deve fazer, pelo menos, uns três, talvez quatro anos. Quanto anos em que cozinho os dois e os leitores em banho-maria.

É, eu sei, eu sou um ser maligno e blá, blá, blá... já ouvi essa história antes. Mas estou me defendendo aqui, lembram? Então, continuemos...

O negócio é o seguinte... embora haja algo de romântica na Mina, iria contra tudo o que ela é simplesmente cair do nada nos braços do Isaac. Mesmo para o Isaac, com seu complexo de cavaleiro da armadura brilhante, não foi uma paixão à primeira vista ou coisa do tipo.

Os dois se apaixonaram um pelo outro devagar. O Isaac primeiro se impressionou com as palavras da Mina (para quem não se lembra, o primeiro esbarrão dos dois foi quando ele encontrou um rascunho em que ela estava trabalhando e leu inadivertidamente). Depois, aos poucos, ele foi percebendo que ela era mais que uma criança birrenta (apesar de invariavelmente ela querer comprar briga com ele sem qualquer motivo); passou a se importar com as idéias dela, com o que acontecia com ela... Se enfiou na grande enrascada de procurar a Juventude Comensal dentro da escola...

A Mina levou tempo para conciliar a imagem de cavalheiro, para a qual ela torcia o nariz, com a de amigo, mas fez essa transição sem ter consciência disso. Embora tenha demorado a fazer, foi sem perceber que ela passou a confiar plenamente no Isaac.

Isaac foi o primeiro a descobrir seus sentimentos movido pelos ciúmes; o medo de perceber o objeto de desejo. Foi a proximidade da Mina com David Fenwick que serviu de estopim para que ele compreendesse o que estava se passando. Com Lusmore, a situação foi ainda mais complicada, o que revelou um lado do corvinal que ainda não tinha vindo completamente à tona.

Nosso jovem Cyan não era apenas ciumento, mas um tanto controlador. Essa característica foi ligeiramente exarcebada em Walking Down the Aisle - ali, o Isaac chegou a dar uma de vilão em alguns pontos, acreditando, contudo, que estava fazendo o melhor pela Mina.

Ao mesmo tempo, temos uma Mina absurdamente inocente, que não se toca de nenhuma das tiradas que ele lhe joga, mesmo que Isaac demonstre com cada um de seus atos que a tem sempre na frente dos seus pensamentos (quando regula se ela está comendo ou não; está sempre carregando chocolates consigo porque sabe que ela adora chocolate...).

A verdade não é que Mina não perceba, mas que ela prefere não perceber. As coisas estão bem do jeito que estão; ela não quer que o relacionamento deles mude, evolua.

Nisso, a culpa não é totalmente da Mina. O isolamento que ela se impõe - e que só vem a ser rompido com o triunfo das mafiosas - é um reflexo do relacionamento dela com os pais. Jonathan e Lucy nunca foram os pais mais presentes do mundo e isso fez com que Mina aprendesse a não depender das pessoas.

Ela teve o avô, Holly e o tio Godfrey, mas não foi a mesma coisa. Por mais que eles a amassem, ainda havia um vazio relacionado à ausência das pessoas que deveriam estar sempre ao lado dela.

Mina não gosta de depender de ninguém. E esse é o sentimento que a leva a não querer enxergar o que está óbvio à sua frente.

É por isso que, mesmo quando os dois admitem o que sentem, eles continuam separados. Não é tanto pelo fato de que Mina foi carregada quase contra à vontade pelo Japão enquanto ele segue para a França e depois entra na Resistência. Se eles tivessem ficado juntos então, não teria funcionado, porque ainda havia muito que eles precisavam viver, muito que precisavam crescer, antes de poderem ficar juntos de verdade. Do contrário, mais cedo ou mais tarde, os dois acabariam se separando.

A própria Mina diz isso para ele num post que virá em... bem, em algum dia...

- Eu não me lembro muito bem onde foi que eu li isso... Mas alguém disse que “para tudo existe uma época, e uma hora para cada propósito abaixo do céu”. Acho que talvez seja isso. Talvez, se você tivesse ido atrás de mim no Japão ou se eu tivesse dado um jeito de fugir do meu avô na volta e ido para Londres... – Mina voltou a encará-lo, dessa vez de maneira terna – As coisas entre nós acabariam mal. Porque há coisas que aprendemos durante esse tempo em que estivemos perdidos um para o outro que, de outra forma, não teríamos compreendido. Como, por exemplo, o valor do que sentimos um pelo outro.

Feitas todas essas considerações... por favor, não me matem com o que virá por aí. Prometo que haverá compensações ao final do caminho. Todo mundo sabe que Milady e Cão de Guarda foram feitos um para o outro e eu estou na campanha das mafiosas "Mina: adote um cãozinho".

Só que tudo em seu devido tempo...

No próximo capítulo, falarei mais sobre a família MacFusty e em, como não podia deixar de ser, Lusmore! Cadê a Juju quando preciso dela?

Continua...

A Coruja


____________________________________

 

5 comentários:

  1. ç.ç Fazer análise psicológica de personagens fictícios é algo tão lindo e emocionante... E eu que achei que eu e minha sempai éramos as únicas a examinar tão seriamente a psique das criações.
    Espero que dê tudo certo nas provas e na colação de grau e na monografia... Coisas com as quais eu ainda sonho (caloura de universidade é assim), ainda que alguns colegas meus já saibam exatamente o que vão fazer no TCC u.u Pessoas apressadas. Até a vista, Lulu...

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  2. Rafa achou lindo que você faça análise dos seus personagens. Agora nem Rafa (sei lá quem é essa pessoa) nem Lulu imaginam a análise da autora que eu sem querer querendo acabo fazendo...

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  3. Meninas, não fiquem tristes por não saberem o que farão em suas vidas pós-formatura. As coisas se ajeitam.

    Vejam só o meu caso: eu me formei há mais de 10 anos e até hoje não sei o que fazer! XD

    Porém, mesmo que você não saiba, a vida vai encaixando tudo... Umas peças, claro, é você quem encaixa, mas o quebra cabeças nunca se perde.

    ...

    Hm, tá... Ok.

    Mina e Isaac, né? Pois bem.

    Quem vai protestar agora sou eu, Lulu! DUVIDO que você sofra mais pressão psicológica com Mina e Isaac do que eu com a Raven!!! XD

    Mas, concordo com você em que as coisas com a Mina tinham que ser mais elaboradas em relação ao Isaac e ao amor. É uma questão de se respeitar o tempo e as características da personagem.

    Entretanto, nada foi mais divertido que que participar da campanha: Mina, adote um Cãozinho! ^^

    Beijocas!

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  4. Oi!
    Sumi uns tempos... mas voltei! =]
    Épocas de provas é fogo, tive três ontem, entendo a sua situação...
    Bem quanto a Mina, eu apoio totalmente a campanha e torço para ver os dois juntos o mais breve o possível... (sem pressão)
    Acho que é só!
    Abraços!

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  5. Chamou? Chamou?

    Boooom, analisar Lulu atraves da Mina eu faço há dois anos...

    Esperem pela minha analise dela e namorado... *Juju se prepara para apanhar*

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