22 de dezembro de 2015

Para ler: The Sandman - Overture


Sandman: Overture começou a ser publicado em fascículos a partir de 2013 – lembro de ter visto a edição especial que foi dada como item exclusivo para participantes da Comic Com em San Diego naquele ano e ter pensando com meus botões “quanto tempo levará até que isso chegue aqui?”.

Decidi esperar para que todas as seis partes – que deveriam ter saído a cada dois meses – tivessem sido publicadas, para então ir atrás do encadernado completo. Considerando que a última parte da história foi publicada já no segundo semestre de 2015, não preciso dizer que houve alguns percalços no caminho, não é mesmo? Mesmo assim, tenho de dizer que a espera valeu à pena.

Não sei bem explicar como me senti quando foi anunciado esse prequel. Por um lado, tenho certa cisma com autores retornando a mundos que os consagraram após o término das histórias oficiais: parece-me jogada de marketing desnecessária. Por outro, Gaiman nunca me decepcionou e eu tinha fé que ele não voltaria ao universo dos Perpétuos se não tivesse uma boa história para contar.

Sendo uma prequel, é óbvio que a história desse volume se passa antes do início dos eventos de Sandman. Os acontecimentos dessa história explicam o motivo pelo qual Morpheus foi capturado com tanta facilidade: ele estava retornando de uma missão bastante exaustiva envolvendo uma estrela que enlouquecera, a guerra de todas as guerras e o próprio fim do universo e do tecido da realidade.

Overture é repleta de detalhes fascinantes. Conhecemos aqui os pais dos Perpétuos – o Tempo e a Noite. Há uma rápida aparição de Daniel, e sua participação na história é uma perfeita demonstração da relatividade do tempo. Há pistas sobre os planos de Desejo para o irmão. E somos testemunhas dos motivos que levaram à transição de Deleite para Delírio.

Gaiman está em sua melhor forma na maneira como costura todos esses elementos e nos coloca ao lado de Sonho em sua jornada até os confins do Universo. Embora seja uma introdução, uma explicação para o que veio antes, é também um epílogo, um perfeito encerramento para a história que, quase trinta anos atrás, nos levou pela primeira vez ao mundo do Sonhar.

A arte de J. H. Williams III é simplesmente DESLUMBRANTE. Fiquei MALUCA no painel com todas as diferentes versões de Sonho – devo ter passado uma hora perscrutando os detalhes de cada uma das encarnações de Morpheus.


Minha edição é a Deluxe em inglês, com capa dura e luva, cada uma com arte das capas originais de Dave McKean e ao final da história ela vem repleta de material extra - entrevistas, rascunhos, detalhes de todo o processo de criação. Aqui no Brasil, a Panini começou a publicar - também em capa dura - os fascículos separados e provavelmente vai lançar também, depois, a edição com todos compilados. Seja como for, em inglês ou português, The Sandman: Overture é para se ter na estante e revisitar de tempos em tempos.


O único problema é que você termina de ler esse aqui e fica morrendo de vontade de ir reler os dez volumes originais da série original. E agora, cadê tempo?

Nota:
(de 1 a 5, sendo: 1 – Não Gostei; 2 – Mais ou Menos; 3 – Gostei; 4 – Gostei muito; 5 – Excelente)

Ficha Bibliográfica

Título: The Sandman: Overture
Autor: Neil Gaiman
Ilustrações: J. H. Williams III
Editora: Vertigo
Ano: 2015

Onde Comprar

Amazon || Cultura || Saraiva


A Coruja


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