26 de agosto de 2021

A Vertigem das Listas: Dez Músicas que nos Fizeram Chorar


Ísis: Já assistiu a um filme e chorou durante alguma cena emocionante, ou nos créditos? Isso é normal, e boa parte da emoção vem da trilha sonora. Aí toda vida que ouve aquela música, lembra da cena e das emoções então provocadas.

Mas já chorou SÓ com a música, sem haver filme ou vídeo para acompanhar? Em outras palavras, há alguma música que tenha conseguido mexer com o coração só com a letra ou/e melodia?

Esse mês de agosto, mês do desgosto, mergulhamos em lágrimas e apresentamos dez músicas que acabaram conosco. Vale música que seja parte de uma trilha sonora de filme ou série de TV, mas nesse caso não pode corresponder a mais que ⅗ da lista. Vamos lá!

1. Eu tenho arrepios com as músicas épicas da SiA, especialmente Human, encerramento do primeiro filme da Mulher Maravilha da Gal Gadot. Não lembro se cheguei a chorar, mas lembro de ter me sentido particularmente exaltada ao ouvi-la no cinema. Até hoje uso-a como “música energética”, um excelente substituto para café ou Red Bull.


2. Mikazuki, da Ayaka. Ignorem o fato que está em japonês e simplesmente ouçam a dor por trás dessa música. Minha amiga canta no karaokê, e ela me mata toda vida.


3. Pimeä Onni, de Jippu & Samuli Edelmann. Eu certamente já citei essa em ao menos uma lista, mas desde a primeira vez que a ouvi, chorei - e olha que não entendo coisa alguma de finlandês exceto como dizer “eu te amo”. Antes mesmo de assistir ao vídeo musical oficial, eu chorei só com a dor transmitida pelos cantores. É linda, mas corta a alma. Preparem lenços e macas!


4. Homura, da LiSa. Essa simplesmente dói. Eu chorei ao ouvi-la. Do nada.


5. All of me, do John Legend. Essa é linda de melodia, de vocal e de letra. As palavras dela são bem simples, mas John Legend eleva a simplicidade ao status de épico, na minha opinião.



Lulu: Isinha, tu vais me desculpar… mas não seguirei sua regra das músicas de trilhas sonoras por uma razão muito simples… uma boa parte do que gosto de escutar foi transformada em trilha sonora em algum momento. Mais que isso: eu costumo ouvir as trilhas antes de assistir os filmes/séries - na verdade, às vezes eu só escuto a trilha, sem procurar assistir de onde ela vem.

Ísis: Vale! Se você ouve antes de ver a cena, tá seguindo a regra. O importante é que a música tenha te emocionado, e não a cena com vídeo na qual ela está inserida.

Lulu: Sim, algumas dessas músicas me emocionam por que eu ligo elas com cenas de histórias favoritas… mas não é a única razão para tanto. Vamos ver, dou como exemplo uma que você vai se lembrar bem de quando apresentei pra ti…

6. For Good é uma das canções do musical Wicked. Agora, a primeira vez que ouvi essa música, eu não conhecia o musical, ainda não tinha lido o livro que inspirou o musical (o excelente Maligna do Gregory Maguire) e não me importava particularmente com O Mágico de Oz. Mas, ao ouvir a letra dela, foi como levar uma marretada na cabeça e sim, eu chorei.

It well may be that we will never meet again in this lifetime
So let me say before we part
So much of me is made of what I learned from you
You'll be with me like a handprint on my heart
And now whatever way our stories end
I know you have re-written mine
By being my friend

[...]

Who can say if I’ve been changed for the better?
But because I knew you
I have been changed for good

A primeira vez que eu ouvi For Good foi mais ou menos na época em que eu e a Ísis nos conhecemos e, desde o primeiro momento, liguei a música à nossa amizade. Lá se vai mais de uma década, e a Ísis sempre me vem à memória quando escuto essa canção. E sim, ela continua a me deixar de olhos mareados quando a escuto.



Ísis: A música ou a Ísis? >D

Lulu: Bem, faz tempo que não te vejo pessoalmente, da próxima vez é possível que eu caia no choro… Mas, enfim, continuemos...

7. Minha segunda escolha também tem ligação com uma amizade… e com uma perda. The Last Goodbye foi escrita pelo Billy Boyd - o Pippin de O Senhor dos Anéis - e é a canção dos créditos finais do último filme d’O Hobbit. Tolkien era uma das muitas paixões que eu compartilhava com o Duda; ele era meu companheiro habitual de cinema e eu chorei em mais de um filme no ombro dele. Quando Duda faleceu, alguém falou das músicas de SdA durante o enterro e eu lembro de voltar para casa e colocar as trilhas para tocar. The Last Goodbye foi uma música que me emocionou desde a primeira vez que a escutei, mas desde aquele dia, é uma canção que eu ligo a memória de Duda. A letra dela e a lembrança dessa amizade sempre me fazem chorar.


8. Wayfaring Stranger é, originalmente, uma canção do Johnny Cash e, por si só, há algo pungentemente belo no seu “eu estou indo para casa”. Mas ela me pegou realmente pela garganta quando eu a escutei no trailer de 1917. Hilariantemente, eu não estava nem assistindo o trailer quando ouvi a canção: meu irmão era quem estava vendo a TV, eu escutei do meu quarto e fiquei paralisada - com os mesmos calafrios de que a Ísis falou lá no começo. A versão em capella me deixa de joelhos bambos e uma vontade de sentar num cantinho e chorar e chorar e chorar...


9. Minha próxima escolha é Take me Home, Country Roads do John Denver - é curioso que pelo menos três canções dessa lista tenham como parte de sua letra algo que fala sobre voltar para casa, isso diz algo sobre mim, não?

Essa música me emociona pela letra, sim, mas a razão dela me fazer chorar é um filme (as indicações anteriores me fazem chorar por razões que nada têm a ver com as obras em que elas se originaram), especificamente, Sussurros do Coração dos estúdios Ghibli.


Eu não sei nem por onde começar a explicar o quanto esse filme mexe comigo, eu me lembro de chorar de soluçar quando o assisti pela primeira vez. O final é feliz, não há nada de trágico na história em si, minhas razões têm mais a ver com identificação, com a forma como o filme falou tão particularmente comigo. E quando eu escuto a canção, sempre me transporto para dentro da história Shizuku e Seiji.

10. Encerro minha lista com uma canção que é poesia pura, tanto na letra quanto no som: Melodia Sentimental, do nosso gigante Heitor Villa-Lobos.


Eu não lembro quando foi a primeira vez que escutei essa canção, nem em qual versão. Vários intérpretes brasileiros cantaram-na, Djavan, Maria Betânia… e ela foi usada em mais de um filme também (de cabeça, consigo me lembrar do dueto de Rodrigo Santoro e Letícia Sabatella em Hoje é Dia de Maria). Seja qual a versão, ela me deixa com a sensação de garganta fechada, quase sem ar, absolutamente enlevada com o violão que parece chorar e o lamento da letra.

Depois de escutar de novo todas elas em sequência para completar esse vertigem, vou ali sentar num cantinho e chorar mais um pouco...


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