21 de abril de 2015
O Laboratório do Bode: Aquecimento Global
Nos últimos anos, falou-se muito de aquecimento global. Há aqueles que dizem ser real. Já outros, negam veementemente. Há quem diga que a causa é antrópica (Causada pelo homem). Existem aqueles que atribuem a causas naturais. Mas afinal, o que é o aquecimento global? Ele é real? E o que causa? Vou tentar explicar, então continuem comigo.
Para entender aquecimento global, primeiro temos que compreender outro fenômeno, o efeito estufa. A Terra é, diariamente, bombardeada por radiação solar. E isso não é uma coisa ruim, muito pelo contrário: a maior parte da energia disponível no planeta tem origem solar. Uma parte desta radiação é bloqueada por uma barreira natural que possuímos, a atmosfera, que bloqueia uma parte desta radiação, enquanto o restante alcança a superfície. Esta radiação, por sua vez, é em parte absorvida pelos seres vivos, parte é dispersada pela crosta terrestre (na forma de calor) e, finalmente, refletido de volta.
Mas aí que você pode pensar que acaba tudo, não é? Não mesmo. A atmosfera não é seletiva em seu bloqueio da radiação. A radiação também é bloqueada quando é refletida de volta para o espaço, sendo parte refletida de volta para a Terra e parte dispersada, na forma de calor. E este ciclo vai se repetindo várias e várias vezes por segundo. O resultado disso é que a temperatura do planeta vai se elevando e mantendo em um determinado nível. E é essa uma das razões pela qual a existência de vida na Terra é possível.
Como este efeito é ligado à atmosfera, a composição da mesma vai afetar a intensidade deste efeito. Os chamados gases estufa, que incluem vapor d’água, metano e monóxido de carbono, vão ocasionar uma maior concentração de radiação, o que vai resultar em mais calor.
O que acontece é que, desde a revolução industrial, a humanidade tem queimado combustíveis fósseis como nunca, devastado florestas, construído prédios... Enfim, expandido a civilização por todos os cantos e confins do planeta que não estão embaixo dos oceanos (exceto os polos, por razões óbvias... E mesmo lá existem estações de pesquisa com humanos). Bom, e aonde isso nos leva?
Primeiro, vamos analisar os combustíveis fósseis. Estes combustíveis são originários de organismos vivos que viveram a centenas de milhões de anos atrás e que passaram por diversos processos geológicos e que terminam nas formas de petróleo, carvão mineral e gás natural. Sendo originários de organismos vivos, estes combustíveis são formados principalmente por carbono, que é liberado quando estes são queimados. Em 2011, a concentração de gás carbônico era 40% maior do que em relação a 1750, segundo dados do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) de 2013. E este é apenas um gás.
E no que isto acarreta? Bom, cada vez mais a energia fica acumulada no planeta, o que acarreta em temperaturas gradualmente crescentes. Este ano será levemente mais quente que ano passado, que foi levemente mais quente que o ano anterior e por aí vai. Mas isso é apenas uma das causas do aquecimento.
Uma coisa que também temos feito indiscriminadamente é alterado a superfície do nosso planeta. Ao invés de pastagens, florestas, rios, lagos e outras paisagens naturais, temos construído cidades, repletas de concreto, asfalto e vidro. E como isso altera o clima? Através da geração das chamadas ilhas de calor, ou a alteração do microclima, mas exatamente como isso funciona, explicarei no futuro. Basicamente, prédios absorvem mais calor do que plantas. Se compararmos a temperatura de uma grande cidade, ela é normalmente mais quente que uma cidade menor. Isso pode parecer pequeno, mas faz uma grande diferença em escala global.
O que eu quis dizer com toda esta discussão? Que sim, aquecimento global é real e uma questão muito séria. E sim, a culpa é nossa. Existe como reverter o quadro? Honestamente, não sei, mas provavelmente sim. Para isso precisaríamos cessar (gradativamente, claro) o uso de combustíveis fósseis, em todas as áreas: residencial, industrial e tudo o mais. Um bom planejamento de cidades, a arborização das mesmas e uso de materiais diferentes na construção civil será essencial também. Em suma, rumar para uma vida sustentável (o que não é sinônimo de não utilizar recursos naturais, que fique bem claro), garantindo a durabilidade dos recursos que nosso planeta nos dá.
Como podem ver, a solução não é imediata e nem fácil, sendo necessário uma enorme mudança de paradigmas para a humanidade como um todo. Porém, cada um de nós pode adotar ações que podem se acumular, como usar transporte público ou combinar caronas entre colegas de trabalho. São estas pequenas atitudes, assim como o princípio dos três "r"s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), que irão garantir o futuro do planeta.
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