2 de dezembro de 2010
Carta Aberta ao Papai Noel
Caro Papai Noel:
Não tenho bem certeza, mas acho que o senhor não me considerou uma boa garota no ano passado, já que não ganhei aquilo que pedi. Pedi tempo – só um pouco mais de tempo – para poder respirar entre uma atividade e outra; para poder aproveitar melhor as outras coisas boas que apareciam pelo meu caminho.
No final das contas, talvez a culpa tenha sido minha... talvez, no final das contas, o senhor tenha trazido tempo para mim, em sua sacola, no ano passado, mas eu não soube usar bem o presente e o desperdicei aos borbotões.
Ou talvez tempo seja como a felicidade da música, que é brinquedo que não tem. De qualquer forma, não vou repetir o pedido, porque, se bem me conheço e a tirar por esse ano, o mais provável é que eu me descubra com ainda menos tempo ano que vem...
Também não vou pedir paz mundial, o fim da fome ou a descoberta para a cura do câncer. Primeiro porque desconfio seriamente que todos esses itens caem na mesma lista do tempo e da felicidade, de itens indisponíveis pela grande demanda. Fora que não sou candidata a miss e nem tenho essa particular ambição.
Sendo assim, esse ano, vou pedir apenas o necessário. Sim, o necessário – aquilo que o senhor acha que eu preciso. Talvez um pouco menos de teimosia, talvez um pouco mais de coragem, talvez a dose certa de boa-vontade.
Ao final das contas, acho que não adianta muito lhe pedir uma viagem para a Grécia, não é mesmo? Eu desconfio que esse particular pedido também não encontraria guarida...
Eu também ficaria particularmente feliz com 103 Contos de Fadas da Angela Carter, Sangue de Lobo da Helena Gomes e Rosana Rios ou Todos os homens são mentirosos do Manguel. Tem o The Cardinal’s Blades do Pierre Pevel que também me chamou bastante atenção – quer dizer Paris do século XVII, agentes secretos de Richelieu e mais dragões? Sério? O que mais preciso para ser feliz? Um relógio novo de pulso também seria interessante, já que eu perdi o meu esse ano... Tem um que vi em algum lugar que o visor tem uma ilustração de Shakespeare.
Enfim, o senhor conhece os meus gostos talvez até melhor do que eu, de forma que vou ficar aqui quietinha e esperar seu veredicto sobre meu comportamento esse ano.
Carinhosamente,
Lulu.
Não tenho bem certeza, mas acho que o senhor não me considerou uma boa garota no ano passado, já que não ganhei aquilo que pedi. Pedi tempo – só um pouco mais de tempo – para poder respirar entre uma atividade e outra; para poder aproveitar melhor as outras coisas boas que apareciam pelo meu caminho.
No final das contas, talvez a culpa tenha sido minha... talvez, no final das contas, o senhor tenha trazido tempo para mim, em sua sacola, no ano passado, mas eu não soube usar bem o presente e o desperdicei aos borbotões.
Ou talvez tempo seja como a felicidade da música, que é brinquedo que não tem. De qualquer forma, não vou repetir o pedido, porque, se bem me conheço e a tirar por esse ano, o mais provável é que eu me descubra com ainda menos tempo ano que vem...
Também não vou pedir paz mundial, o fim da fome ou a descoberta para a cura do câncer. Primeiro porque desconfio seriamente que todos esses itens caem na mesma lista do tempo e da felicidade, de itens indisponíveis pela grande demanda. Fora que não sou candidata a miss e nem tenho essa particular ambição.
Sendo assim, esse ano, vou pedir apenas o necessário. Sim, o necessário – aquilo que o senhor acha que eu preciso. Talvez um pouco menos de teimosia, talvez um pouco mais de coragem, talvez a dose certa de boa-vontade.
Ao final das contas, acho que não adianta muito lhe pedir uma viagem para a Grécia, não é mesmo? Eu desconfio que esse particular pedido também não encontraria guarida...
Eu também ficaria particularmente feliz com 103 Contos de Fadas da Angela Carter, Sangue de Lobo da Helena Gomes e Rosana Rios ou Todos os homens são mentirosos do Manguel. Tem o The Cardinal’s Blades do Pierre Pevel que também me chamou bastante atenção – quer dizer Paris do século XVII, agentes secretos de Richelieu e mais dragões? Sério? O que mais preciso para ser feliz? Um relógio novo de pulso também seria interessante, já que eu perdi o meu esse ano... Tem um que vi em algum lugar que o visor tem uma ilustração de Shakespeare.
Enfim, o senhor conhece os meus gostos talvez até melhor do que eu, de forma que vou ficar aqui quietinha e esperar seu veredicto sobre meu comportamento esse ano.
Carinhosamente,
Lulu.
A Coruja
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