4 de maio de 2010
Um ano...
Exatamente um ano atrás eu estava no meio de uma aula de Filosofia do Direito. Meu professor costumava temperar suas elucubrações com longas pausas, quando seu olhar então se perdia em algum ponto indefinido da parede dos fundos da sala.
Alguns minutos se passavam em (quase) total silêncio, até que ele soltava um grande suspiro, e, como se a parede tivesse dado a resposta para todas as suas grandes questões filosóficas, voltava a dar aula.
Essas pausas eram tão freqüentes que comecei a prestar atenção na bendita parede também... nas manchas de infiltração e mofo; depois, nos intrincados volteios das grades das janelas, seguindo o estilo neo-clássico que impera no antigo prédio da Faculdade de Direito do Recife... e, por fim, no teto.
Não havia nada de muito diferente naquele teto. Talvez houvesse algumas teias de aranha, mas Deus sabe como sou míope e jamais conseguiria enxergá-las contra o fundo branco.
Do lado de fora, uma coruja soou roucamente.
Ok... não houve piados de coruja. Embora, tenhamos de convir, esse fosse um detalhe gótico bastante interessante para a composição da cena...
Na verdade, a idéia estava presente há tempos, maturando dentro da minha cabeça - um lugar nem sempre muito seguro para se estar... - esperando uma oportunidade. Mas foi naquela aula de Filosofia, no meio de uma das freqüentes pausas do professor, que eu finalmente decidi que ia sim começar meu próprio blog, onde eu "sanduicharia" tudo o que eu precisava escrever e que não cabia no conceito dos outros sites da Crimson Mark.
Como bem disse W. Somerset Maugham, "Nós não escrevemos porque queremos, nós escrevemos porque temos de escrever."
O Coruja nasceu dessa minha necessidade talvez, às vezes, um pouco absurda, mas sempre presente, de escrever - e não escrever apenas histórias, mas ventilar minhas opiniões (que, para minha surpresa, foram capazes de influenciar pessoas!), resmungar um bocado (porque, como todos bem sabem, eu sou uma grande resmungona), e rir de mim mesma.
Porque estou sempre disposta a rir de mim mesma.
Então, nesse dia tão especial quanto o aniversário de um ano do meu filhote, eu, como legítima mãe coruja que sou, estou orgulhosíssima de termos chegado até aqui e, claro, aproveito a oportunidade para cumular meus querídissimos leitores de presentes.
Para começar, temos a estréia do Jukebox, uma espécie de loja de música/grande arquivo para as trilhas sonoras que a turma da Crimson Mark faz para suas histórias.
Hoje, dia 04 de maio de 2010, quando o Coruja faz seu aniversário de 1 ano, estréia, oficialmente, o Jukebox, a "loja de discos" - ou como quer que queiram chamar - da equipe Crimson Mark.
A essa altura, vocês com certeza já perceberam como gostamos de escrever com o auxílio da música e como ela está constantemente presente em todos os nossos esforços. Não à toa, temos inúmeros arquivos de música para compartilhar com vocês, cada uma que tenha inspirado uma cena, um sentimento, um personagem. O volume é tão grande que preferi deixar para ir postar as trilhas aos pouquinhos, até que o Jukebox sirva como um grande arquivo para essas nossas compilações.
Espero que gostem do espaço e que facilite a vida de vocês, leitores, para acompanhar todas as loucuras que usualmente aprontamos...
Na estréia do Jukebox, temos a trilha sonora de Na sua estante, para que vocês possam conhecer os loucos personagens da Biblioteca também em sua forma musical.
O layout novo é, claro, meio óbvio, né? Espero que tenham gostado dele também, porque ele vai ficar aí agora até o Natal...
Aliás, quero fazer um agradecimento especial para a Ana; afinal, sem ela, eu estaria a essa altura meio careca de tentar desvendar os mistérios da linguagem html. Aproveitando o ensejo, agradeço também a todos os meus queridos leitores, sem os quais não teria tanta graça manter o Coruja... e, claro, à Xuxa!
Agora... enquanto eu estava escrevendo essa mensagem, recebi um email da Dani, que é uma fantástica desenhista, membro honorário do Expresso (não por falta de convites para entrar por definitivo...) e que já me deu a honra de me desenhar antes.
E agora, no aniversário do Coruja, ela me mandou um presente de novo. Eu preciso dizer que estou aqui babando?
Favor prestar atenção nos títulos que a Dani decidiu espalhar pela minha bancada. Podia ter sido mais perfeito?
Dani, eu estou completa e totalmente apaixonada pelo meu presente. Mais uma vez você acertou, e acertou em cheio. Não tem idéia de como você me deixou contente com a sua lembrança.
No momento, eu estou ficando quase às lágrimas aqui. Mas, hei, acho que eu posso me emocionar hoje, não? O Coruja pode só ter um ano, mas estou nessa estrada de escrever pelas teias da web já faz seis anos (a data exata, de acordo com o fanfiction.net, é 29 de janeiro de 2004) e, nesses seis anos, eu tive a sorte de encontrar muita gente fantástica por aí, gente que conheci depois, em carne e osso; pessoas que, mesmo que desconhecidas e distantes, muitas vezes fizeram a alegria do meu dia.
E agora eu vou chorar de verdade...
O que mais posso dizer? Acho que só me resta despedir-me aqui, antes que eu me torne sentimentalista e piegas e me enfie num longo discurso sobre como vocês são importantes para mim.
Obrigada, pessoal!
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Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.
Parabéns Luciana!
ResponderExcluirParabéns, Lu!
ResponderExcluirIsso inclusive lembra que tenho que começar logo o MEU blog, pra postar meus contos. Um dia, um dia...
Fico feliz que tenha gostado do desenho, Lulu!! Você merece!!
ResponderExcluirE parabéns pelo 1ºano do Coruja!!
Nossa, já faz 1 ano...
Como o tempo voa...
Ei, querida. Tudo bom? Parabéns pelo sucesso. Já imaginava. Bjs
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