7 de fevereiro de 2010
Prosa & Poesia (Especial dia dos namorados) - Parte III: Tira-me a luz dos olhos...
A primeira vez que li Carta a Lou Andréas Salomé foi numa revista de filosofia, no primeiro ano de faculdade. O professor tinha pedido que lêssemos um artigo que tinha algo a ver com dogmática; uma vez terminada a "lição de casa", eu folheei todo o resto da vida e dei de cara com ele.
Não lembro do que se tratava o artigo, mas o poema de Rilke ficou preso na minha cabeça. Eu o considero um dos textos mais intensos que já li; cinco anos depois, eu tenho a mesma sensação de arrepios daquela primeira leitura.
Eis, então, o amor em sua faceta mais visceral...
Carta a Lou Andréas Salomé
...Tira-me a luz dos olhos: continuarei a ver-te
Tapa-me os ouvidos: continuarei a ouvir-te...
E embora sem pés caminharei para ti...
E já sem boca poderei ainda convocar-te.
Arranca-me os braços: continuarei abraçando-te
com o meu coração como com a mão...
Arranca-me o coração: ficará o cérebro,
E se o cérebro me incendiares também por fim,
Hei-de então levar-te no meu sangue.
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Só eu lembrei de louva-deuses?
ResponderExcluirMaravilhoso!Maravilhoso! Que coisa mais Heathcliff!
ResponderExcluirFiquei até sem fôlego.
Eu adoro o Rilke. Eu até comprei o livro de cartas dele... essa poesia é mesmo de arrepiar e também de dar trecos estranhos no estômago quando a lemos... =D
ResponderExcluirPois é, Rilke é realmente um poeta bastante intenso... E esse é um dos poemas mais bonitos dos que conheço dele.
ResponderExcluirE, realmente, ele faz pensar no Heathcliff, né?
Agora... o que tem o louva-deus???
Essa parte de ser consumido pelo amor me fez lembrar da Louva-deusa que come a cabeça do macho.
ResponderExcluir(Sim, sou mestre em ligações nonsense)