1 de setembro de 2011

Para ler: Eu fui a melhor amiga de Jane Austen



Jenny, órfã de pais, viveu boa parte da sua infância em um internato em Southampton, na companhia de Jane, um ambiente frio e miserável que, nas suas palavras, “cheirava à morte”. Com a coragem de Jenny para salvar a prima que estava muito doente, as duas conseguem se libertar e vão morar na casa da família Austen.

Entre aulas de etiqueta com uma prima francesa e alguns flertes – por ocasião do seu primeiro contato com garotos –, Jenny se apaixona por um marinheiro, e se vê diante de um dilema que representava um risco à sua reputação.

Com esse diário aberto ao público, as jovens fãs de Jane Austen terão a oportunidade de se encantar ainda mais com a personalidade marcante, a inteligência, a perspicácia e a divertida forma com que essa escritora lidava com as adversidades. Jenny Cooper conta com orgulho e carinho sobre como amadureceu com a amizade de Jane Austen – a menina esperta que sempre tem respostas para tudo –, suas incríveis histórias imaginadas a partir de pessoas do seu convívio e seus conselhos sempre confortantes.

Devorei esse livro em duas horas, sentada no meio da livraria. Volta e meia faço isso: começo a ler na loja, perco um pouco a noção do tempo, mas não chego a ficar maluca para carregá-lo comigo e enfiá-lo na estante que já não cabe mais de livro – até porque se eu comprasse tudo o que folheio estaria a essas alturas devendo até as calças.

Bem... primeiro ponto a se destacar nesse título: ele é um livro juvenil, então não vá atrás dele procurando o mesmo peso e profundidade dos livros da própria Austen. Do meu ponto de vista, ele é perfeito para começar o processo de lavagem cerebral das crianças: a narrativa tem romance, aventura, desenhos e Jane Austen. Se minhas sobrinhas fossem um pouco mais velhas, eu o teria comprado para elas. Vou ter de esperar alguns anos ainda, mas elas vão chegar lá...

Segundo ponto... os desenhos. Cara, como eu queria saber desenhar... Fiquei absolutamente encantada com as ilustrações que adornam a história, ou melhor, o diário – sim, porque estamos aqui diante de um diário, pertencente à prima de Jane, miss Jenny Cooper. Eles são tão simples e graciosos, despretensiosos mas ainda assim muito delicados, de tal forma que toda vez que me deparava com um, passava uns dez minutos sorrindo como boba.

Terceiro ponto: Jane Austen. Bem, como já disse antes, o livro é o diário de Jenny, prima e melhor amiga de Jane, compreendendo a época da adolescência de ambas. Jenny é uma menina tranqüila, doce, fazendo contraponto ao verdadeiro furacão como Jane é retratada, com uma vivacidade e imaginação sem igual. Ela é popular, senhora de si, irônica, e, ao mesmo tempo, companheira e confidente, uma amiga que todos gostaríamos de ter.

E bem que Jenny precisa de uma amiga. Entre o irmão e a cunhada avarentos doidos para se livrar dela (olá, Fanny Dashwood...) ao garboso comandante William da marinha por quem ela se apaixona nas circunstâncias mais improváveis, há sempre algo com que se preocupar: vestidos, assaltos a diligências, aquarelas, rapazes, fugas desesperadas no meio da noite...

Se fosse para encontrar um equivalente literário moderno, eu diria que Eu fui a melhor amiga de Jane Austen tem tudo a ver com O Diário da Princesa da Meg Cabot.

Enfim... é um livro divertido, que serve como uma boa introdução ao mundo de nossa escritora favorita – especialmente para os mais novos – com graça, diálogos rápidos, muitas surpresas e boas tiradas de humor.




A Coruja


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